segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O BPN e a campanha eleitoral


Passo a transcrever a crónica de Honório Novo no Jornal  de Notícias  públicada hoje, com o título acima referido.


Da teia montada por Oliveira e Costa para se autofinanciar e às empresas e administradores do grupo SLN/BPN, o que mais interessa aos portugueses é saber se os criminosos foram condenados e saber quanto é que a "nacionalização dos prejuízos do banco" já custou e vai custar ao país e a quem trabalha. Quanto à primeira questão, a resposta é negativa. Dois anos depois, só agora há alguns acusados, parecendo, a quem esteve no miolo da Comissão de Inquérito ao BPN, que faltarão alguns na lista de acusados. Casos semelhantes ao BPN por esse mundo fora condenaram em seis meses os "salteadores" locais, o que permite avaliar bem o estado a que o PS e o PSD conduziram a Justiça em Portugal...

Quanto aos prejuízos, é importante conhecer todos os responsáveis pela solução adoptada.

Desde a descoberta do crime, há dois anos, defendemos sozinhos que se devia nacionalizar todo o grupo SLN/BPN. Era aí que estavam os activos capazes de cobrir o buracão que todos (mesmo o Governo e o Banco de Portugal) sabiam haver no BPN. Agora, muitos mais defendem a solução que na altura rejeitaram ou desprezaram, desde Campos e Cunha (veja-se o texto no "Público" de sexta-feira), ao Bloco de Esquerda. Registamos...

Quem na altura (o Governo e o PS) propôs que se nacionalizasse apenas o BPN (isto é os prejuízos), e não todo o grupo, os que votaram a favor dessa solução (o BE), os que a viabilizaram pela abstenção (o PSD e o CDS-PP), e ainda Cavaco Silva, que a promulgou sem pestanejar, são responsáveis políticos pelo buraco do BPN estar a ser pago pelos nossos impostos, num valor não inferior (se formos muito optimistas), a 2000 milhões de euros, mais de 1% do PIB.

Cavaco Silva bem sabe que foi alvo de tratamento de favor por Oliveira e Costa, o "capo" do BPN. Mas responsáveis pela factura do banco há muitos mais...

hn@pcp.parlamento.pt

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