terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pequeno intervalo...

Como programado, há muito tempo, vou estar ausente  até sábado.
Boa semana para todos.
Deixo-vos com este poema do Ary dos Santos.


O Poema Original

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever em sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte
faz devorar em jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos    quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chega ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.

Esse que despe a poesia
como se fosse mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

Ary dos Santos, in 'Resumo'


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

Hoje pode ser dia de cinema (68)

A Advogada
Realização: Tony Goldwyn


Sinopse

Em 1980, Kenneth Waters foi condenado a prisão perpétua pelo brutal homicídio de uma mulher no Massachusetts. O caso contra ele era evidente - provas circunstanciais e a alguns testemunhos não deixavam dúvidas. Todos consideravam Kenneth culpado. Todos excepto a sua irmã Betty Anne, que se recusou a acreditar que ele era culpado e lutou até ao fim para provar a sua inocência.
 
 
Bom domingo e bons filmes.

sábado, 27 de outubro de 2012

Sendo sábado, temos música (145)

Sempre que ouço este tema musical, sinto no nariz o cheiro a nafta dos tanques dos super petroleiros em reparação nos Estaleiros Navais da Lisnave e da Setenave dos anos 80.
Sinto a força e a determinação da luta dos trabalhadores na defesa dos Estaleiros e dos seus postos de trabalho que os governantes da época resolveram sempre boicotar provocando a fome e a miséria a muitas centenas de pessoas, na Península de Setúbal, durante anos e anos.





ALDINA DUARTE & CARLOS BICA

"Sete Naves", GNR - Letra: Rui REininho / Música: GNR

Vejo um rio
Vejo destroço de metal a flutuar
Vejo um rio / provavelmente o Tejo
Desejo de me afundar
O Sado a sede sinos sinetas / ao acordar
Vejo um istmo / isco com ritmo
Paro de martelar

Vejo os meus dedos metálicos frios
Vontade de enferrujar
Vejo limalhas de ferro macio
Volumes por carregar
Vejo estas veias estalando / artérias por soldar
Vejo nuvens ricas de carbono - diáfanas
D'envenenar

As naves que eu construo
Não são feitas para navegar
Aguentam a violência de um beijo
Mas nunca a do mar

As vagas onde elas vogam
Fundem-se com o ar
Vão e vêm...
... voltam-se devagar
... se se voltam devagar

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tese do quanto pior melhor

Por Octávio Teixeira, no Jornal «negócios»


Em nome da prevalência da aparente estabilidade política à viabilização económica e social do país, pretendem condicionar os órgãos de soberania no cumprimento dos seus deveres, suspendendo temporariamente a democracia.
Ninguém duvida que o orçamento para 2013 é desastroso para a economia e para os cidadãos. Nem a maioria dos governantes que o subscreve: à excepção de Passos Coelho e Vítor Gaspar nenhum membro do Governo tem o despudor de o defender.

Mas a tese agora propagandeada é que o essencial é haver um orçamento, por muito mau que ele seja, para evitar uma crise política. É um mal menor, dizem. Mas não explicam porque será pior uma crise política agora, enquanto é tempo de reverter as intoleráveis medidas orçamentais, e não em Dezembro com uma eventual declaração de inconstitucionalidade ou em Março/Abril com a demonstração dos seus resultados nefastos. É a tese do quanto pior melhor. Porquê?

A resposta estará na intimidação implícita na declaração de Paulo Portas de que "todos têm um contributo a dar para assegurar a estabilidade política".

Entre os destinatários da mensagem estão certamente o Presidente da República, para que não ouse suscitar a análise prévia da constitucionalidade, e o Tribunal Constitucional, para que não se atreva a declará-la. Em nome da prevalência da aparente estabilidade política à viabilização económica e social do país, pretendem condicionar os órgãos de soberania no cumprimento dos seus deveres, suspendendo temporariamente a democracia.

O objectivo será o de dar alguns meses para, mostrando o desastre que eles próprios provocaram, ludibriarem que a resolução do problema do défice passa pela substancial redução das funções do Estado. O que "justificaria" a privatização de mais empresas e maiores reduções salariais e despedimentos, mas também o desmantelamento dos serviços públicos de saúde, educação e Segurança Social, a espinha dorsal de um Estado social. Desde sempre o propósito nuclear deste Governo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A imagem...

 
Esta é a imagem que fica nas nossas cabeças quando abrimos as  carteiras, pensamos no futuro e ouvimos as noticias sobre o OE2013 ou os responsáveis políticos no Governo a falar sobre as suas opções para "resolver" os problemas do País.
Desenganem-se os que pensavam que com as  políticas pensadas e projectadas apenas no Excel, os tempos das barracas, da convivência com os ratos, da miséria e da fome, eram coisas do passado.
 
 
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Uma mentira muitas vezes repetida, nunca deixa de ser mentira

 
"A taxa média efectiva aumenta mais para os rendimentos mais elevados. Isto significa que o IRS é mais progressivo que em 2012", afirmou o governante. Gaspar.
 
A seguir, apresenta-se um gráfico de um estudo do economista Eugénio Rosa sobre esta matéria que revela não ser bem assim!... O Ministro tem as contas mal feitas ou anda a fazer de nós tolos. O que já não é  novidade.
 
(Para seguir esse estudo aqui.)
 
 

Mais uma deste Governo...

....desgovernação, desorientação e falta de sentido social é claramente a marca destas pessoas que actualmente estão sentadas nas cadeiras do Governo.
É urgente indicar-lhes que a porta da rua é a serventia da casa

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Para ler e reflectir...

Bancos batem recorde de compra de dívida pública nacional. Empresas ficam sem crédito.


Já percebeu que a crise, a dívida e a pobreza dos portugueses é tudo um jogo no interesse dos banqueiros e agiotas nacionais e estrangeiros? 

9,17 minutos de informação importante




Seria bom que Medina Carreira e seus correligionários ocupassem o seu tempo  a limpar os respectivos sótãos porque  naquelas cabecitas é só lixo e pó para gerar  confusão.

Eles têm medo

Por Anabela Fino, no Jornal «Avante!»


A história não se repete, como se sabe, mas imita muito bem. Num curto espaço de tempo, enquanto o País reagia com estupor e indignação à proposta de Orçamento do Estado para 2013, um professor que não é de Coimbra mas que acredita estar destinado a salvar as finanças nacionais, um cardeal que não é cerejeira mas é da mesma cepa, e um empresário que é muito democrata mas nunca se deu mal com o fascismo, vieram dizer ao «bom povo português» – numa linguagem e evocando «valores» semelhantes quanto baste aos cultivados durante quase meio século pela ditadura fascista – que tem de engolir até à última gota a taça de cicuta prescrita pelas altas instâncias para lhe tratar da saúde.

A mensagem, transmitida com nuances, teve ainda uma outra característica: desenterrou o anti-comunismo primário e voltou a agitá-lo como um papão.

O primeiro a fazê-lo foi o primeiro-ministro, que após uma mal sucedida incursão pelas «conversas em família» de triste memória optou pela tribuna do Parlamento para tentar convencer os portugueses da excelência da sua governação. Foi aí, manifestamente incomodado por o que se diz sem rebuço nas ruas ecoar também nas vetustas paredes da Assembleia, que Passos Coelho acusou o PCP de instigar à violência ao classificar de roubo o que de facto é um roubo.

Já o ministro das Finanças, com o tom melífluo que o caracteriza, deixou clara a sua «compreensão» para com alguns protestos mas não todos, evidentemente. Sair à rua a convite de redes sociais e gritar ordeiramente uns impropérios para aliviar a bílis até ajuda a diminuir a pressão, mas fazê-lo em resposta ao apelo dos sindicatos já é outra conversa. Até Gaspar sabe, lá do seu gabinete, que é a luta organizada dos trabalhadores e do povo que corrói os alicerces do poder do capital.

Pela mesma bitola, mas ainda mais curta, se regula D. Policarpo, para quem manifestações e até revoluções – abrenúncio! – nada resolvem. Para o Cardeal Patriarca de Lisboa, os fiéis devem sofrer em silêncio, resignadamente, deixando o Governo governar, que isso sim é que é democracia. Donde se infere que quem assim não procede não é democrata nem bom português. Resta aos crentes, presume-se, rezar e mastigar a bíblia devagarinho para matar a fome.

Mais terra a terra, Fancisco Van Zeller, o ex-patrão da CIP que preside à comissão (independente?!) de acompanhamento da privatização dos Estaleiros de Viana do Castelo, acha muito bem que o povo se manifeste aos fins-de-semana – até pareceria «mal» se o não fizesse – mas lá fazer greves e estar sindicalizado é que não. Aliás, diz, o grande problema que o novo dono dos estaleiros terá de resolver é acabar com a mão-de-obra «antiga e desactualizada» e com o «sindicato comunista que está enquistado e que é muito violento». Na cartilha Van Zeller, à «violência» que é defender os direitos dos trabalhadores responda-se com a polícia de choque.

Moral desta história: os comunistas de hoje já não comem criancinhas ao pequeno almoço nem matam os velhos com uma injecção atrás da orelha, como no tempo do fascismo, mas tal como no tempo do fascismo metem medo, muito medo ao capital. Por que será?


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Moreirense 3-2 Sporting



A casa sportinguista não tem pão.
As "comadres" andam desavindas com tantas açordas a comer.
Os resultados são uma diarreia constante.
Sobre o futuro: o horizonte está nublado!.


- É preciso arregaçar as mangas e ser sportinguista.


Spooooooooooorting!

Muitas farmácias vão ficar com as prateleiras vazias

 
(...)Ao dia 20 de cada mês, a ANF antecipa às farmácias o montante que cada uma tem a receber do Estado (que paga à ANF a 90 dias) em comparticipações de medicamentos. Em contrapartida pelo crédito, recebe 1,5% da faturação dos associados. Hoje, dia 20, o prazo foi cumprido, mas em Novembro já não será assim.
 
(ler aqui)

Se encontrar o seu carro bloqueado numa rua de Lisboa fique a saber que esteve a contribuir para o aumento do salário de quem o fez.




Quanto maior é o número de bloqueamentos que efectuam maior é o salário dos trabalhadores da EMEL .

(Ler aqui) 

domingo, 21 de outubro de 2012

Para o final de domingo



Neste domingo cinzento - na cor das nossas carteiras, a música pode ser o tónico que nos vai ajudar a vencer as barreiras da próxima semana.
 
Tenham um bom final de domingo.

Hoje pode ser dia de cinema (67)

Arbitrage – A Fraude

Realização: Nicholas Jarecki



Sinopse
Quando conhecemos pela primeira vez o magnata das operações financeiras de alto risco de Nova Iorque, Robert Miller, na véspera do seu 60º aniversário, aparenta ser o retrato vivo do sucesso à americana no mundo dos negócios e no mundo da família. Mas por detrás das paredes douradas da sua mansão, Miller está a tentar desesperadamente vender o seu império a um grande banco, antes que toda a dimensão das suas fraudes seja revelada. Lutando para esconder a sua vida dupla da leal esposa Ellen e da brilhante filha e aparente herdeira Brooke, Miller também vai tentando manter uma relação amorosa com uma comerciante de arte francesa, Julie Côte. Precisamente no instante em que se estava a ver livre do seu complicado império, um inesperado e trágico erro obriga-o a um jogo de malabarismo entre família, negócio e crime, com a ajuda de Jimmy Grant, um rosto do passado de Miller. Um passo em falso irá desencadear as suspeitas de um Detective da Polícia de Nova Iorque, Michael Bryer, que nada deterá nas suas investigações. Correndo contra o relógio, Miller é forçado a enfrentar os limites mesmo da sua própria duplicidade moral. Conseguirá fazê-lo antes que o escândalo rebente?
 
Bom domingo e bons filmes.

sábado, 20 de outubro de 2012

Sendo sábado, temos música (144)





P' la janela, mal fechada
Entra já a luz do dia
Morre a sombra, desejada
Numa esperança fugidia

Foi uma, noite sem sono
entre saliva e suor
com um travo, de abandono
e gosto a outro sabor

Dizes-me até amanhã
que tem de ser, que te vais
só que amanhã, sabes bem
é sempre longe demais
acendo mais um cigarro
invento mil ideais
só que amanhã sei-o bem
é sempre longe demais

P' la janela mal fechada
Chega a hora do cansaço
Vai-se o tempo desfiando
em anéis de fumo baço

Dizes-me até amanhã
que tem de ser, que te vais
só que amanhã, sabes bem
é sempre longe demais
acendo mais um cigarro
invento mil ideais
só que amanhã sei-o bem
é sempre longe demais

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Manuel António Pina (1943 - 2012)




O poeta e jornalista, Prémio Camões 2011, morreu esta tarde, no Porto. Recorde uma das suas crónicas no JN, transcrita aqui no Ponta Esquerda.
 
A cultura portuguesa ficou hoje mais pobre.


Vítor Gaspar "engana" deputados com simulações mais favoráveis


Notícia de ontem da RTP/notícias

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, construiu e mostrou aos deputados um mapa com simulações de IRS para 2013 com erros e feito de forma a mostrar que os ricos irão pagar mais do que os pobres. No entanto, segundo escreve hoje o Público, a verdade é bem diferente e refeito o quadro com a verdade dos números prova-se que os escalões mais baixos correspondentes às pessoas com menores rendimentos serão precisamente os que mais vão pagar acentuando de forma evidente uma maior diferença entre pobres e ricos.

(Ler aqui)

Um Orçamento catastrófico

Por Carvalho da Silva, no Jornal «JN»



A proposta de Orçamento de Estado (OE), que o Governo apresentou na Assembleia da República, insiste num rumo que é comprovadamente de desastre. Os seus objetivos e metas foram construídos debaixo de uma perigosa "crença" e de um sem número de artimanhas e manipulações.

É importante analisá-lo e discuti-lo nos seus conteúdos concretos mas, acima de tudo, há que debatê-lo com a consciência de que este OE situa Portugal perante o maior problema político do país depois de 1975.

O problema é económico, desde logo, porque se aprofunda a imparável espiral recessiva e a destruição de atividades indispensáveis ao desenvolvimento sustentado da sociedade, se agrava muito o desemprego e a qualidade do emprego.

O problema é social e cultural, pois o OE proposto reforça perigosamente as desigualdades e a pobreza, fragiliza áreas fundamentais do desenvolvimento humano e cultural, acentua um caminho de retrocesso civilizacional.

O problema é profundamente político, pondo a claro não ser possível conciliar estas políticas de austeridade com a democracia e a soberania nacional. A iníqua distribuição de sacrifícios torna este OE inconstitucional. Mas, o governo e outros paladinos neoliberais acham que não se deve respeitar o Estado de direito.

Trata-se de um OE feito por um "não-governo" que, numa "fidelidade canina", se submete ao "governo externo" contra os interesses dos portugueses e do país. A sua possível aprovação e a hipótese de manutenção do atual governo e das suas políticas - mesmo que apenas por meses - lança-nos num perigoso abismo. A contaminação, o bloqueio e até a degradação das instituições e dos órgãos do poder está em marcha acelerada.

Dívida dos portugueses ao Estado «não existe»




A dívida dos portugueses ao Estado «não existe». É o que conclui o livro «Quem Paga o Estado Social em Portugal», coordenado pela historiadora Raquel Varela.

(na tvi 24, para ver aqui )

Outubro ou nada

 
 
 
Por Mauro Iasi no Blog da Boitempo
 
 
Uma família de nobres voltava a São Petersburgo com seus inúmeros filhos e malas volumosas. Havia se retirado em fevereiro para fugir dos acontecimentos trágicos que haviam derrubado o Czar e não havia acompanhado o desenvolvimento político que levara os trabalhadores ao poder em outubro. Pateticamente parada na plataforma e acostumada com um servilhismo milenar, esperava que algum carregador implorasse para levar as bagagens da família em troca de alguns míseros copeques.
Depois de esperar em vão por um bom tempo, um criado (nobres não se dignavam a falar com pobres) vai buscar informações e ouve a seguinte resposta: “agora somos livres, se quiser carregue suas malas”!
Era a grande revolução de Outubro que emergia lá de onde costuma vir as coisas dos explorados, da periferia, das sombras esquecidas sob a ofuscante aparência de riqueza das sociedades opulentas, dos cantos obscuros que o olhar hipócrita quer esquecer ou incorporar como normal. Em meio à tragédia da guerra, a barbárie em sua forma mais didática, a vida resistia e se levantava contra a fome e a morte.
 
(Ler texto completo aqui)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cavaco Silva só quer «salvar a pele»

Comentário de Constança Cunha e Sá na TVI24

«Este governo não tem futuro», afirma a comentadora. «Este governo está morto e não vai ter um final feliz», dada a oposição interna ao Orçamento do Estado 2013 (OE2013). «Não está de acordo o CDS e muitos ministros do PSD», ex-presidentes e parceiros sociais e até as «pessoas mais próximas deste governo» dizem «que não é exequível».

(Ver aqui)

Opinião – Já basta de violência!

Por Francisco Queirós, no Diário «as beiras»


“Quantos pobres são necessários para se fazer um rico?”, perguntava Garrett em “As Viagens na minha terra”. O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza acaba de afirmar que teremos, com o Orçamento de Estado de 2013, pelo menos 3 milhões de pobres. Só? Há quem duvide. A limitarem-se brutalmente os apoios sociais, a pobreza, oficialmente reconhecida, atingirá mais e mais portugueses. E uma larga parte da restante população ficará pouco mais que acima do limiar de pobreza. São as políticas desastrosas do governo. Um verdadeiro roubo! Roubo, sim! A palavra se peca é por defeito.
No parlamento, Passos Coelho acusou Jerónimo de Sousa de excessos de linguagem e incitamento à violência. O homem não é deste mundo ou faz-se! Por todo o país cresce, a ritmo de pandemia, um sentimento de indignação profunda. Se Coelho e os seus ministros conhecessem Portugal e os portugueses, se tivessem o hábito de ouvir as pessoas nas ruas, nos cafés, nos transportes públicos, nos mercados, nos locais de trabalho, sentiriam esse clima. Claro que agora não será aconselhável o início dessas saudáveis práticas democráticas. Podem não ser bem recebidos. Nunca um governo de Portugal foi tão malquerido em tão pouco tempo!
Passos Coelho acusa o PCP de incitamento à violência. A que se refere? Aos apelos à resistência, à luta nas empresas, à participação em manifestações e na greve geral? Resistir, sacudir a agressão não só é legítimo e legal, como é um dever imperioso. O que está em causa é muito mais que o sofrimento individual de cada um. Em Portugal, está em causa, a sobrevivência de um povo que a cada dia que passa é submetido a mais privações e atirado para um poço sem fundo.
Então onde está a violência? Sim, existe. Nas noites sem dormir e nas lágrimas da mãe desempregada sem ter de dar de comer aos filhos, que desesperada se pergunta que mal fez para não conseguir cumprir os seus deveres de mãe. Violência sente o reformado sem dinheiro para pagar os medicamentos. Violência sofre quem não consegue pagar a luz, a água, o gás. É violência o que sofre uma mãe que se despede do filho que parte para o estrangeiro à procura de trabalho ou que tem de explicar à filha: “eu e o teu pai lamentamos muito, mas já não conseguimos suportar os teus estudos. Sabes, filha, tens de deixar de estudar!” Isso é violência! A miséria, a fome, o desemprego, o desespero são violentos! Violência que o ministro Gaspar não sentiu. Gaspar confessou que o Estado investiu muito na sua formação e que por isso agora devolve com o seu esmerado labor esse investimento! Na verdade, hoje já pouco teria para agradecer ao Estado, com as suas próprias medidas só há educação bem paga e para ricos. Entretanto, Relvas devolve sabe-se lá o quê! Um e outro, uns e outros, responsáveis por esta política, PSD, CDS de Portas e também o PS, pais do memorando, sujeitam os portugueses a uma agressão de enorme violência!
Quanta violência e quantos mais pobres são necessários até se destruir o meu país?

Fica provado que para o CDS como para o PSD o nível de impostos não tem limites...


O CDS anunciou, esta manhã, que vai viabilizar o Orçamento de Estado para 2013. Paulo Portas mantém o silêncio, mas anuncia, em comuncado, que não vai criar uma crise política, aquando da votação do documento, a 31 de outubro.
...e aquilo que o Paulo  escreveu aos militantes e amigos do CDS, por altura do 38.º aniversário do partido a  propósito  do limite de impostos é par a rasgar ou limpar o cu.
Perdoem-me a ruralidade da expressão mas neste momento não consigo arranjar melhor, para o destino do dito documento.

Um problema de saúde pública

Por Octávio Teixeira, no Jornal «negócios»


O FMI confessa que estava errado, que as políticas de austeridade têm um impacto recessivo duas ou três vezes mais do que previa, e a sua directora avisa que é necessário refrear a austeridade para evitar a espiral recessiva. Mas nem assim o Governo vê razões para denunciar ou renegociar o memorando elaborado com pressupostos falsos, mantém-se cega e surdamente obcecado no caminho da catástrofe. O Tribunal declara a necessidade constitucional de justa repartição dos sacrifícios impostos, mas o Governo escarnece e faz o inverso. 

Mostra-o o orçamento para o próximo ano, o orçamento impossível. 

Acentua a recessão, impõe o aumento do desemprego, faz uma razia sobre os cidadãos, arruína o País. 

Esbulha os rendimentos do trabalho, mas não belisca o património mobiliário. Por todos os exemplos, reitero que a taxação em 0,8% do património em acções, participações e outros títulos renderia ao Estado 2.800 milhões, tanto quanto o Governo quer espoliar aos rendimentos em IRS.

Decreta um aumento brutal da carga fiscal em IRS de forma degressiva. Os menores rendimentos são os que suportam o maior agravamento relativo. Os jovens precários a recibo verde sofrem o aumento do imposto e ainda o alargamento da base tributária. Nem os desempregados e os trabalhadores doentes fogem à fúria devastadora do Governo.

Todos os limites admissíveis para os sacrifícios são ultrapassados. O País já mostrou ter percebido que a manutenção deste Governo e desta política homicida é um grave problema de saúde pública. E é esta que tem de ser preservada a todo o custo. Não o cumprimento do défice, como escreveu o Presidente da República. Mas não basta escrevê-lo ou dizê-lo. Exige-se-lhe coerência, ouvir a voz do povo e passar das palavras aos actos. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Portugal 1-1 Irlanda do Norte

 
Com um golo tirado a papel químico daquele que Portugal sofreu na passada sexta-feira na Rússia, a Irlanda do Norte colocou-se ontem no Estádio do Dragão, aos 30 minutos, na frente do marcador com um golo de  Niall McGinn.
 
Esta Selecção de Portugal, mostrou-se uma vez mais incapaz de romper em defesas  fechadas   continuando durante todo o jogo a insistir (como já o tinha feito na Rússia) nos cruzamentos para a grande área sempre anulados pela defesa contrária, onde estava  muita gente da equipa da Irlanda  de frente para a bola, logo, em vantagem para ganhar sempre os lances.
 
Foi mais uma noite desportiva para esquecer. Valeu o golo de Hélder Postiga aos 79 minutos, para evitar uma derrota que esteve prestes a acontecer.
 
Como habitualmente vamos meter pilhas novas na cabeça e pernas dos jogadores e, na máquina de calcular!... Porque até ao fim do apuramento muitas contas terão os responsáveis que fazer se querem que Portugal esteja presente no próximo Mundial no Brasil.

Empresário brasileiro em Portugal




Uma visão muito interessante do empresário (de uma micro empresa), Mauro Sampaio sobre o estado da economia portuguesa.

Portugal é dos países mais desiguais da União Europeia com tendência a piorar

O fosso entre os mais pobres e os mais ricos diminuiu ligeiramente em Portugal nas últimas duas décadas, mas o país permanece como um dos "mais desiguais da União Europeia", segundo o estudo "Desigualdade Económica em Portugal".
No «JN»

O dinheiro enterrado na banca pelo governo dava para garantir 120 anos de passe escolar



Como afirma a Rita Rato do PCP, estas questões são políticas e não se trata de falta de dinheiro como pretendem muitos falantes com cheiro a naftalina fazer crer. O dinheiro existe só que é desviado para o bolso de meia dúzia em prejuízo de muitos milhares.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

IRS agrava tributação de famílias de mais baixos rendimentos

Por João Ramos de Almeida, no Jornal «Público»

(Fotografia sacada daqui)




A proposta de lei do Orçamento de Estado (OE) de 2013, ontem apresentada, reitera todos os números que estavam na versão divulgada dias depois do Conselho de Ministros de quarta-feira passada. O Governo reduziu o número de escalões de oito para cinco e agravou as taxas de todos os rendimentos. As consequências são gravosas para a esmagadora maioria das famílias e justificam uma receita adicional de IRS de 2800 milhões de euros, mais 30,7% do que em 2012. 
(Ler Aqui )



Adriano Correia de Oliveira

 
Faz hoje 30 anos que o Adriano nos deixou fisicamente, mas a sua música e pensamento estarão sempre presente. 
 
"Tu e eu meu amor"



Poema de Manuel da Fonseca e música de Adriano Correia de Oliveira.

Capas de jornais (48)


Afinal, sempre há mais roubo! Só que agora os hipócritas-comentadores residentes de TV, rádio e jornais já vão achando que assim... Não! Primeiro, defenderam convictamente (sem justificação política) que os cortes nas regalias dos trabalhadores em geral, funcionários públicos, precários, pensionistas, beneficiários do RSI eram justos e necessários e, seria essa a única maneira de resolver os problemas do país. Agora, como o mesmo roubo já começa a entrar nas suas carteiras (as mãos dos capitalistas e dos usuários, são enormes!) vêm dizer (de cara feia) que assim...Não! O país não aguenta e isto vai ser uma desgraça. Quem não aguenta mais são aqueles que desde o primeiro momento têm estado a ser roubados com pretensos justificativos que muita gente avisou na hora que, o caminho não podia ser esse; recessão em cima de recessão só podia conduzir o país e o povo em geral à situação em que infelizmente nos encontramos de fome e miséria, potencialmente agravada, se este Orçamento para 2013 for implementado como está.


 


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eleições nos Açores

Com os resultados de ontem nas Eleições nos Açores ficamos a saber que as pessoas naquela região estão muito satisfeitas com os resultados das troikas nas políticas nacionais. Siga a dança!...
Por complexos ou outros motivos de difícil compreensão as pessoas continuam a votar maioritariamente nos mesmos partidos, há trinta e muitos anos, os resultados nas nossas vidas estão aí. São conhecidos por todos. 
A Democracia não pode estar permanentemente  a perder algum dia terá que ganhar...

Este governo existe?

Por Baptista Bastos, no Jornal «negócios»


Desde que há democracia nunca nenhum Governo foi tão cercado, criticado, vilipendiado como este. Nos últimos dias, então, alguns dos mais representativos "senadores" têm manifestado posições extremamente veementes. Ramalho Eanes, Eduardo Catroga, Ângelo Correia, António Vitorino são alguns daqueles que revelam um grande desconforto com o rumo do País. Para não falar no violento artigo de Mário Soares, publicado no "Diário de Notícias" de terça-feira última, que constitui um implacável e justo requisitório contra o Executivo. Além dos movimentos populares e cívicos, demonstrativos de que a inércia das populações é, apenas, aparente.

A Convenção das Alternativas de Esquerda foi outra das indicações de que a sociedade portuguesa está inquieta. Duas mil pessoas reuniram-se e expuseram razões e problemas. Alguns preopinantes da direita mais protozoária estremeceram, irados e confusos. Um deles, que tem aviltado o nome dos pais e de um tio-avô, de quem contrabandeou os apelidos, atinge o paroxismo da infâmia. Gente desta, de idêntica estirpe e igual calibre, sempre apareceu e sempre foi acolhida por uma Imprensa desacreditada e desacreditante. Mas o cavalheiro em questão ultrapassa todas as medidas e tolerâncias. Ainda por cima, não está a perceber nada do que se passa. E o que se passa é o avolumar de uma particular consciência cívica, resultado de um vazio perigoso, a que, lamentavelmente, os partidos não têm conseguido dar resposta.

As televisões entretêm-se a solicitar os serviços de comentadores do óbvio, que não suscitam a reflexão porque se limitam a relatar notícias com mais ou menos adjectivos janotas. Ou, então, produzem programas ditos de humor, que só servem para desviar atenções, quando as há. A "independência" não existe, e quando alguém me diz que é "imparcial" fujo a sete pés.´

Há "comentadores" serenos, plácidos, esganiçados e gesticulantes. Não servem para nada. E, em quase todos eles, esconde-se uma solidão desguarnecida, como a daquela senhora de meia idade, feiota, pequenota e pintadota, desprovida de graça e de grandeza, que se transformou no centro de devastadoras anedotas e se serve dos locais onde junta uns dinheiros para ocultar o seu próprio passado e injuriar quem lhe não reconhece qualquer atributo de sedução. Faz pena assistir ao triste envelhecimento de uma pessoa que nunca foi jovem, e que o deseja ser a todo o custo. Inclusive com o uso desabusado de cores no cabelo. Pena, pena.

Os Meus livros ( 5 )





Apesar da crise, que afecta o sector livreiro ,tal como todos os outros sectores, incluindo os nossos bolsos, seria optimo podermos continuar a ler alguma coisa que valesse a pena, e, porque estamos fartos de homens sem carácter, lembrei-me de referir como boa leitura "Mandela- A Construção de Um Homem" (oficina do livro ) do jornalista António Mateus, por se tratar de um génio político, e. de um exemplo de humildade, de dignidade, de tolerância, de diálogo e tantas outras virtudes, todas desconhecidas dos nossos políticos, que ao contrário de Mandela não conhecerão nunca o respeito e a admiração nem sequer do pequeno mundo que os rodeia.

domingo, 14 de outubro de 2012

Para o final de domingo




Um bom resto de domingo e que a próxima semana seja tudo aquilo que espera dela.

Marcha contra o desemprego


A Marcha contra o desemprego promovida pela CGTP-IN terminou ontem ao fim do dia junto da Assembleia da República com milhares de participantes a exigirem o direito ao trabalho por um Portugal com futuro.

sábado, 13 de outubro de 2012

Sendo sábado, temos música (143)




El Maestro
Con el alma en una nube
y el cuepo como un lamento
viene el problema del pueblo
viene el maestro
el cura cree que es ateo
y el alcalde comunista
y el cabo jefe de puesto
piensa que es un anarquista
le deben 36 meses
del cacareado (mento)
y el piensa que no es tan malo
enseñar (toreando )un sueldo
en el casino del pueblo
nunca le dieron asiento
por no andar politiqueando
ni ser portavoz del cuento
las buenas gente del pueblo
han escrito al menisterio
y dicen que no esta claro
como piensa este maestro
dicen que lee con los niños
lo que escribio un tal Machado
que anduvo por estos vagos
antes de ser exilado
les habla de lo inombrable
y de otras cosa peores
les lee libros de versos
y no les pone orejones
al explicar cualquier guerra
siempre se muestra remiso
por explicar claramente
quien vencio y fue vencido
nunca fue amigo de fiestas
ni asiste a las reuniones
de las damas postulantes esposas de los patrones
por estas y otras razones
al fin triunfo el buen criterio
y al terminar el invierno
le relevaron del puesto
y ahora las buenas gentes
tienen tranquilo el sueño
porque han librado a sus hijos
del peligro de un maestro
con el alma en una nube
y el cuerpo como un lamento
se marcha,se marcha el padre del pueblo
se marcha el maestro.

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Capas de jornais (47)

 
 

Proposta improvável: O melhor que este desgoverno tem a fazer é decretar que no próximo OE os rendimentos dos portugueses vão na totalidade para o Estado e, depois, os trabalhadores; empresários; pensionistas; falidos; reformados e desempregados vão dia sim, dia não, comer uma sopinha à Misericórdia mais próxima do local onde estejam. Portugal fica assim (no curto prazo) com o problema das contas públicas resolvido e sem portugueses para chatear os Senhores desgovernantes e o Senhor Presidente da República que tanto bem, têm feito a todos nós.
-Até quando estarão os Portugueses (de barba rija e tomates no sítio) despostos a aguentar com tudo isto? Portugal não vai a caminho do fundo, o fundo já foi há muito ultrapassado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O PS no sítio do costume

Por Jorge Cordeiro, no Jornal «Avante!»


Seguro e o PS não resistiram à extenuante tarefa de, durante uma longa e interminável semana, fingirem-se de oposição ao rumo de desastre que pela mãos do Governo, e as suas próprias, desgraça a vida dos portugueses e afunda o País. Não fosse o diabo tecê-las, perante tão penoso quanto inusitado exercício oposicionista de ameaçar num dia com moção e enrolar no outro a censura, Seguro veio pôr cobro a qualquer réstia de dúvidas sobre o verdadeiro lugar do PS que pudessem sobreviver em espíritos menos avisados no rescaldo de tão esforçadas manobras.
A adesão e assumpção pelas suas próprias mãos da reclamação da redução do número de deputados como a questão central que tem para propor ao País, no quadro da mais desumana ofensiva contra os trabalhadores e o povo português, assume simultaneamente uma inequívoca gravidade, uma esclarecedora confissão do papel do PS e as ambições antidemocráticas que prossegue.
Gravidade resultante de Seguro, e o partido que dirige, vir dar corpo à corrente de demagogia, populismo e reaccionarismo que situa na representação democrática os problemas do País e não na política prosseguida e nos interesses que ela corporiza. Uma esclarecedora confissão de, na ausência de elementos que o distanciem e distingam em questões essenciais, do programa de exploração e empobrecimento que o Governo PSD/CDS prossegue com a cúmplice colaboração do PS, Seguro optar por uma deplorável participação nas manobras de diversão para desviar as atenções sobre as causas, consequência e responsabilidades quanto ao rumo de declínio e retrocesso que juntos vêm impondo há largos anos ao País. Uma indisfarçável ambição, fazendo coro com a direita e os sectores mais reaccionários, de construir um modelo de representação parlamentar que no fundamental assegure a sua redução democrática e o enfraquecimento das forças e partidos (em particular o PCP) que resistem ao domínio do capital monopolista sobre todas as esferas da vida nacional, assegurando a PS e PSD condições para uma mais livre e acelerada execução do programa de agressão aos salários, aos direitos e à democracia.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fundos europeus

A Tecnoforma, uma empresa de que Passos Coelho foi consultor e administrador, dominou por completo, na região Centro, um programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias que era tutelado por Miguel Relvas, então Secretário de Estado da Administração Local.

No Jornal «Público»

O meu comentário: Que é uma pergunta do meu vizinho do 5º. Esq. Será por estas... e outras que existe tanta dificuldade na "remodelação" do desgoverno??

Venezuela: Hugo Chaves vence as eleições e enche a América Latina de esperança.


Não há dinheiro?

Por Carvalho da Silva, no «JN» em  2012-09-22
O Governo impõe cortes nos salários, nas pensões de reforma, na proteção dos desempregados, na saúde, no ensino, na proteção social em geral, sempre com a invocação da falta de dinheiro. Aumentam os impostos, deixam morrer empregos, não há investimento, sempre sob a tese de que não há dinheiro.
Há dinheiro e muito! No plano europeu e mundial há tanto dinheiro disponível que até dá para comprarem dívida pública soberana de países a juros negativos, como fazem com a Alemanha. E existem aquisições de outros produtos financeiros privados feitos da mesma forma.
Nos offshores, nos capitais de grandes grupos económicos, em grandes clubes de futebol e noutras grandes agremiações de vária origem, e até em "prestigiadas" instituições filantrópicas, movimentam-se impunemente e fugindo ao fisco volumes impressionantes de dinheiro.
A criminalidade económica germinou com força na Europa, os governos dão-lhe cobertura e estão cada vez mais degradados os processos de controle e combate. A Europa, incluindo o espaço da União Europeia, tornou-se o maior centro de lavagem de dinheiro do mundo. A chamada democratização de vários países do Leste Europeu deu um triste contributo a este escabroso processo. Mas não há diferença de práticas entre os países do Leste, do Centro ou do Ocidente europeu.
Por outro lado, a economia paralela e seus sucedâneos movimentam, só em Portugal, 43 mil milhões de euros que fogem ao fisco.
Entretanto vem a troica, o governo externo a que estamos sujeitos e, em nome dos interesses dos nossos credores, alguns metidos até à medula naqueles processos, faz-nos um empréstimo a juros elevados que se destina apenas a dois objetivos: Portugal pagar aos seus credores internacionais; recapitalizar a banca. Não há qualquer disponibilização de verbas para o país promover investimento, criar emprego, desenvolver-se. Isto é inconcebível!
Porque não se discute uma utilização útil, racional, que permita investimento público e privado a partir dos milhares de milhões de euros destinados à banca, que até agora não têm utilização? O dinheiro está a ser guardado para ir tapar novos buracos provocados por apropriação exagerada de lucros ou por roubos tipo BPN?
E o que se passa com a utilização do dinheiro do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)?
Quem analisa a gestão do QREN constata fundamentalmente quatro coisas: I) a reprogramação feita é orientada para substituir financiamento público nacional por financiamento comunitário, só com o objetivo de reduzir a despesa; II) o ajustamento estrutural anunciado nessa reprogramação não é mais do que um processo de destruição de atividades produtivas e emprego, de redução de despesa em áreas como a educação/formação e a ciência; III) imperam objetivos imediatos, em geral perniciosos, e não existe nenhum debate político estratégico sobre como rentabilizar os recursos, quando todas as aprovações de projetos têm de ser feitas em 2013; IV) estão por utilizar mais de 10 mil milhões de euros.
Os fundos disponíveis do QREN têm de ser aproveitados para investimento produtivo, para dinamizar as atividades económicas geradoras de emprego e colmatar défices estruturais da economia.
Todos sabemos que o principal problema da maior parte das empresas é a falta de liquidez e que os bancos hoje têm como objetivo cumprir os rácios de capital e não fornecer crédito à economia.
É preciso forçar os bancos privados a usar os recursos disponíveis, ou então negociar com a troica o acesso da CGD (banco público) a esses fundos existentes, para que a Caixa possa geri-los em favor da economia.
Sem investimento não há criação de emprego, sem emprego não há procura, sem procura não há retorno, sem retorno não há investimento. Há que romper com este ciclo vicioso de empobrecimento e miséria e contrapor o ciclo virtuoso de investir, criar emprego, melhorar os rendimentos das pessoas. Isso pode fazer-se com opções políticas de boa utilização do dinheiro existente e com um governo que mereça confiança e mobilize os portugueses.

domingo, 7 de outubro de 2012

Hoje pode ser dia de cinema (66)

     
Filme:Até que o fim do mundo nos separe

 Realização: Lorene Scafaria




Sinopse

Um asteróide com 100 quilómetros de largura está em rota de colisão com a Terra e a derradeira tentativa para o evitar falhou. O que também está a falhar é o casamento do vendedor de seguros Dodge: a notícia de que o mundo vai acabar em 21 dias levou a sua mulher a deixá-lo de imediato. Dodge é um homem que sempre jogou segundo as regras, enquanto a sua vizinha Penny é uma extrovertida que nunca o fez. Partindo destas perspectivas opostas, ambos decidem abraçar o iminente fim do mundo com uma venda nos olhos. Dodge recusa juntar-se aos seus amigos que se comportam de forma cada vez mais impensada, enquanto Penny se concentra nos problemas da sua relação com um músico demasiado absorvido consigo mesmo. Estes dois seres à margem encontram-se pela primeira vez quando Penny tem uma noite dura e mais tarde quando ela entrega a Dodge uma carta que se extraviara. Essa carta pode alterar o futuro de Dodge: é de uma antiga namorada do liceu, Olivia, o amor da sua vida. Quando uma zaragata se desenrola à volta do seu prédio de apartamentos, Dodge percebe que deve ir à procura de Olivia antes que seja tarde demais, enquanto Penny toma a decisão de passar os seus últimos dias com a família, em Inglaterra. Aproveitando a ocasião, Dodge promete ajudar Penny a chegar até à sua família, se ela providenciar transporte imediato para os dois no seu carro. Ela aceita, eles fogem. Pela estrada fora juntos, as viagens pessoais destes improváveis companheiros de percurso vão acelerar ao máximo e as suas perspectivas de vida – ao contrário do mundo à sua volta muito em breve – vão florescer…
 
Tenham um bom domingo se possível com bons filmes.

sábado, 6 de outubro de 2012

Sendo sábado, temos música (142)

Depois de assistir durante a semana a tanta falta de vergonha por quem está no desgoverno deste País, ontem ao fim do dia, fui ao baú e pus este disco a tocar.





Mais vale ser um cão raivoso
do que um carneiro
a dizer que sim ao pastor
o dia inteiro
e a dar-lhe de lã e da carne e da vida
e do traseiro
mais vale ser diferente do carneiro
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
que um caranguejo
que avança e recua e depois
solta um bocejo
e que quando fala só se houve a garganta
no gargarejo
mais vale não ser como o caranguejo
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
que uma sardinha
metida, entalada na lata
educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha
Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
dentes à mostra
estar sempre pronto a morder
e a dar resposta
a toda e qualquer podridão escondida
dentro da crosta
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora.

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A dúvida


Quando a  bandeira da República  é içada no 5 de Outubro, pelo pelo Presidente da República, como a foto mostra quer dizer o quê?... É só desconforto???

Viva a República!



Neste 5 de Outubro que se anuncia ser o último feriado das comemorações da implantação da República, resolveram fazer uma cerimónia privada, bolorenta e medrosa em vez daquele espírito popular que se fazia sentir todos os anos na Praça do Município de Lisboa.
 
De todo o modo, quem como nós, é republicano (independentemente do local onde se encontre), não deixará nesta data de gritar a seu modo, um profundo VIVA A REPÚBLICA!

Congresso Democrático das Alternativas

 
 

É necessário, é urgente que todos... Peguemos na mesma ponta esquerda da corda! Digo eu.

Mais informação aqui.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sem comentários

imagem tirada da nete
 
 

UGT não alinha na greve geral de 14 de Novembro.

Capas de Jornais (45)

 
Ao fim de 15 meses de desgoverno, o drama continua para os mais desprotegidos.
As mesmas praticas políticas.
Os mesmos objectivos políticos.
Recessão em cima de recessão.
Resultados!... Mais falências; mais desemprego; mais fome e mais miséria.
 
Os homens e mulheres do meu País que se afirmam de esquerda, da democracia e do 25 de Abril, não podem ficar indiferentes a tudo isto.
Existem alternativas, temos todos que lutar por elas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sentimento de revolta


Quando hoje, um pouco por todo o lado, nas manifestações de rua se lê nos cartazes Passos Coelho é mentiroso,vigarista e sem vergonha;  razão existe, em quem traz para a rua esse sentimento de revolta.
Não se pode prometer uma coisa quando se é oposição e fazer exactamente o contrário quando se está no poder. Esse tipo de comportamentos tem um nome... E, quem neste País foi eleito para garantir o funcionamento da Democracia, respeitar e fazer cumprir a Constituição da República, tem que tirar conclusões rapidamente e demitir quem andam a intrujar os portugueses de forma grosseira.

Abstenção



Foto tirada da nete


Seguro pediu ao PS que recusasse o voto a favor em qualquer das moções de censura ao Governo apresentadas pelo PCP e pelo BE. O partido disse “sim” e vai abster-se.
No Jornal «Público»
 
 
-Quanto teria Portugal e os portugueses a ganhar com um PS, em vez de um partido xuxialista que anda há  40 anos  a dizer que é de esquerda e ao mesmo tempo,  a defender ou a apoiar ou a abster-se, em tudo o que são  politicas de direita?!
É tempo de os  portugueses abrirem a pestana, chamarem os bois pelos nomes e agirem em conformidade.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Fastio

Por Correia da Fonseca, no sítio «O Diario.info».

Mesmo quando parecem informar, as televisões escolhem cuidadosamente o que querem mostrar, por exemplo de uma grande manifestação de massas. É o genuíno protesto? É o repúdio pela política do governo por parte de muita gente que há tão poucos meses votara nos partidos que o compõem? Não. É no “apartidarismo” e no “anti-partidarismo” de alguns. Porque os interesses ao serviço de quem existem sabem muito bem que o perigo não é o protesto. O perigo é o protesto organizado.
(Artigo completo aqui.)