quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alternativa é necessária

Por Octávio Teixeira, no Jornal «negócios»

Na passada semana Passos Coelho declarou que teria de ser revista a comparticipação dos cidadãos e do Estado no financiamento da educação (na prática aumentar os encargos dos cidadãos pois a comparticipação do Estado é via impostos pagos pelos cidadãos). Agora vem despudoradamente proclamar que nunca disse ou teve intenção de agravar os custos das famílias com a educação.


Na passada semana Vítor Gaspar garantiu publicamente que as condições mais favoráveis (em termos de juros, maturidades e período de carência dos empréstimos) concedidas à Grécia seriam estendidas a Portugal com base no princípio da igualdade de tratamento. Agora, depois dos ministros das Finanças alemão e francês lhes dizerem que não pensem nisso, obedientemente Vítor Gaspar veio dar o dito pelo não dito e Passos Coelho teve o desplante de dizer que isso é elogioso para Portugal.


Significa isto que além de estarem a conduzir o país para o abismo, para o caos em que a Grécia se encontra, os dois primeiros do Governo não oferecem qualquer credibilidade no que dizem. Se tivessem pudor é evidente que se deveriam demitir. Mas também é visível que não o farão. Porém esta situação é insustentável e desastrosa para o país, e só o recurso a eleições antecipadas a pode reverter.

Por isso a urgência de uma alternativa de esquerda. Para fazer diferente e entrar em ruptura com a política actual. A plataforma mínima tem, objectiva e necessariamente, de passar pela reestruturação da dívida e pela denúncia do memorando com a troika. Denúncia que não se limita aos seus termos financeiros porque a questão fulcral centra-se nas condicionalidades económicas e sociais que o memorando impõe. 

Tudo isto é necessário e é possível. Sem isso ficaria tudo na mesma. 

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