Por João Frazão, no Jornal «Avante!»
Perdoem-me os leitores pelo excesso de linguagem, mas ele não é, a bem dizer, da minha autoria. A expressão que titula este Actual é de Alexandre Soares dos Santos, principal accionista do grupo económico Jerónimo Martins.
Queixando-se da vida, assumindo-se também como vítima da crise, dizia ele, à saída de um debate com jovens, em Vieira do Minho, que temos de acabar com essa coisa de «andarmos sempre a mamar na teta do Estado», no que foi compreendido, pela generalidade dos «entendidos em decifrar coisas que se dizem», como uma crítica a uma suposta subsídio-depêndencia que se viverá no país, sabendo nós que Soares dos Santos se estava a referir a quem receba 100, 200 ou trezentos euros de um subsídio de desemprego, de uma pensão de reforma, ou de um Rendimento Social de Inserção, alguns dos quais a Jerónimo Martins despediu, depois de contratos precários e em part-time, para ocupar postos de trabalho que são permanentes e a tempo inteiro.
Tal declaração não poderá deixar de ser entendida como mais uma provocação ao povo português, vinda de quem, no ano passado, embolsou qualquer coisa como 300 milhões de euros de lucros, construídos a partir da intensificação da exploração dos trabalhadores, nomeadamente pelo não aumento de salários, e do esmagamento dos produtores seus fornecedores, impondo-lhes condições leoninas.
Mas esta declaração vai mais longe, revelando a faceta sem vergonha do senhor que ainda esta semana pontificava na lista dos mais ricos do mundo elaborada pela Forbes. É que a Jerónimo Martins tem abocanhado dezenas de milhares de euros em isenções fiscais, incentivos à exportação, subvenções.
Para além disto, importa ainda não esquecer dois outros factos que caracterizam bem a atitude do senhor. Por um lado, esta é a empresa que está a ser questionada pelo fisco para pagar 20,7milhões de euros, a que se terá furtado no seguimento de umas maroscas nas contas envolvendo off-shores, aquilo a que o Tribunal apelidou de planeamento fiscal abusivo. Por outro lado é também a mesma que, queixando-se de não conseguir mamar o suficiente em Portugal, decidiu mudar a sede para a Holanda.
Mamões, há muitos. Mas há uns que são mamões finos!
Queixando-se da vida, assumindo-se também como vítima da crise, dizia ele, à saída de um debate com jovens, em Vieira do Minho, que temos de acabar com essa coisa de «andarmos sempre a mamar na teta do Estado», no que foi compreendido, pela generalidade dos «entendidos em decifrar coisas que se dizem», como uma crítica a uma suposta subsídio-depêndencia que se viverá no país, sabendo nós que Soares dos Santos se estava a referir a quem receba 100, 200 ou trezentos euros de um subsídio de desemprego, de uma pensão de reforma, ou de um Rendimento Social de Inserção, alguns dos quais a Jerónimo Martins despediu, depois de contratos precários e em part-time, para ocupar postos de trabalho que são permanentes e a tempo inteiro.
Tal declaração não poderá deixar de ser entendida como mais uma provocação ao povo português, vinda de quem, no ano passado, embolsou qualquer coisa como 300 milhões de euros de lucros, construídos a partir da intensificação da exploração dos trabalhadores, nomeadamente pelo não aumento de salários, e do esmagamento dos produtores seus fornecedores, impondo-lhes condições leoninas.
Mas esta declaração vai mais longe, revelando a faceta sem vergonha do senhor que ainda esta semana pontificava na lista dos mais ricos do mundo elaborada pela Forbes. É que a Jerónimo Martins tem abocanhado dezenas de milhares de euros em isenções fiscais, incentivos à exportação, subvenções.
Para além disto, importa ainda não esquecer dois outros factos que caracterizam bem a atitude do senhor. Por um lado, esta é a empresa que está a ser questionada pelo fisco para pagar 20,7milhões de euros, a que se terá furtado no seguimento de umas maroscas nas contas envolvendo off-shores, aquilo a que o Tribunal apelidou de planeamento fiscal abusivo. Por outro lado é também a mesma que, queixando-se de não conseguir mamar o suficiente em Portugal, decidiu mudar a sede para a Holanda.
Mamões, há muitos. Mas há uns que são mamões finos!
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