Recentemente o secretário-geral do PS saiu-se com esta pérola: «o investimento brasileiro não é bem estrangeiro, porque o Brasil é um país amigo». E acrescentou: «no que diz respeito à TAP, naturalmente que vejo com bons olhos a possibilidade de haver uma participação de capitais brasileiros na privatização da TAP».
Em França vimos Seguro brilhar novamente através de uma moderníssima proposta de mutualização entre os estados dos custos do subsídio de desemprego para taxas superiores a 11%, valor que o próprio naturalmente considerará aceitável.
Os dias passaram-se sem que tenhamos assistido a qualquer manifestação de apoio do PS à extraordinária luta dos professores, ficando-se pela responsabilização do Governo face à ausência de entendimento nas negociações.
É verdade que o PS não tem moral para falar de privatizações, incluindo as que adquiriram sotaque brasileiro como a da CIMPOR, da qual foi um dos principais impulsionadores; não tem autoridade para se solidarizar com a luta dos trabalhadores, e em particular dos professores, sendo que muitos não estarão esquecidos das grandes acções desenvolvidas quando Sócrates era primeiro-ministro ou para defender a escola pública, ou não tivesse sido nos seus governos que encerraram mais de 4000 escolas; é verdade que o desemprego sobe com governos do PSD… e sobe com os do PS; é verdade também que o PS não tem a mínima credibilidade para falar de soberania, quando foi e é um entusiástico apoiante do rumo federalista na UE.
Mas para os que insistem em falar de uma dita unidade à esquerda, sem se referirem ao conteúdo e à natureza da política que essa «unidade» concretizaria, relembra-se que, seja em matéria de privatizações, defesa dos serviços públicos, valorização dos direitos dos trabalhadores, afirmação da soberania nacional, entre outras, não se conhece ao PS uma palavra, um gesto, uma opção clara de ruptura com a política de direita.
Aqui chegados importa reafirmar que a verdadeira alternativa para o país só pode ser feita na base da ruptura com a política de direita, com a afirmação dos eixos essências da política patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao povo português. E para aqueles que vão tendo dúvidas, pedimos o melhor da vossa atenção para acompanhar o que diz e o que faz o PS.
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