As negociações entre PS, PSD e CDS decorriam na segunda-feira, e nas palavras de um dos representantes do PS, de acordo com os pressupostos avançados por Cavaco Silva. Ou seja, o PS aceitou discutir o seguinte cenário: manter em funções, durante um ano, um governo de gestão; continuar a aplicar o pacto de agressão; marcar eleições para daqui a um ano e dizer aos portugueses que, seja qual for o resultado dessas eleições, o mandato do governo delas saído será o de manter o actual rumo de declínio, submissão e destruição económica e social do País. É isto, e nenhuma outra coisa, que estes três partidos estão a discutir. Estão a discutir um rapto da democracia, uma imposição anti-democrática de um programa económico e político e a acertarem as bases para uma estratégia ideológica de médio/longo prazo de alteração do actual regime consagrado na Constituição da República Portuguesa.
É isto que Cavaco Silva entende por «Salvação Nacional». E é isto que o PS aceitou discutir perante um representante de Cavaco Silva, facto que, a par com a tentativa de Cavaco de «guetizar» o PCP, o PEV e o BE, é bem elucidativo do ponto em que está o processo, dirigido a partir de Belém, de subversão do regime democrático.
O PS está assim a confirmar o que andou a tentar esconder nos últimos meses. Está de acordo com a essência e a ideologia do pacto de agressão, não quer ouvir falar de eleições antecipadas até às Autárquicas e está a preparar-se para prosseguir a mesma política de direita que está a infernizar a vida aos portugueses. O que faz para disfarçar? Afirma votar de cruz a Moção de Censura do PEV, uma moção que nas palavras de Carlos Zorrinho no Twitter «é um irrevogável serviço à coligação de direita» questionando-se se «será a esquerda moderna o inimigo principal?». Da parte do PCP dizemos: Não! A esquerda moderna não é o nosso inimigo principal. A esquerda moderna, com história e com coluna vertebral é aquela que está na luta contra a política de direita! Essa mesmo que o PS abraça com tanto empenho.
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