quarta-feira, 13 de maio de 2015

A CARTA

Por José Goulão, no seu blog Mundo Cão.


Dizem ilustres politólogos, esses afamados feiticeiros da modernidade neoliberal, que o senhor primeiro-ministro inglês, o janota Cameron, ganhou as eleições por causa de uma carta. Uma carta, vejam bem, coisa mais prosaica nestes tempos em que nem a NSA, tão entretida a chafurdar nos nossos e-mails, se lembraria de vasculhar porque nas caixas de correio nada mais se depositam, hoje em dia, que panfletos publicitários e contas para pagar. De qualquer maneira se os politólogos dizem que é uma carta é porque foi uma carta, afinal de contas nada nos deve surpreender na Inglaterra tão tradicionalista e aristocrática.
Uma carta infeliz, como são as cartas com vocação dramática, e sabemos quão dramáticos são os resultados das eleições, sobretudo para os eleitores que fazem a cruzinha vincando esperanças para instantes depois o seu boletim estar a caminho do lixo reciclável.

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