O governador do Banco de
Portugal, Carlos Costa, lá acabou por admitir que nos tem andado a enganar. Não
o disse por estas palavras nem com esta clareza, claro, mas lá o disse, no
cuidado fraseado que a banca e as "entidades reguladoras" usam, recheado
de jargão técnico e de eufemismos elegantes.
Afinal era mentira que os
problemas do Grupo Espírito Santo fossem totalmente independentes do BES, era
mentira que tudo estivesse bem no BES, era mentira que o BES tivesse uma
almofada financeira suficiente para colmatar os buracos do crédito malparado e
das imparidades, era mentira que houvesse algumas coisas que andavam mal no GES
mas que não punham em causa a credibilidade da banca portuguesa e do sistema
financeiro (vide evolução das taxas de juro), era mentira que o Estado não
precisaria de resgatar o BES, era mentira que os testes de stress tivessem
provado a solidez do BES, era mentira que não houvesse razão para afastar
rapidamente Ricardo Salgado da gestão corrente do banco e mesmo do seu conselho
estratégico, etc.
excelente artigo e excelente cronista. que leio (quase) sempre com gosto.
ResponderEliminarabraços