Na passada semana o BCE abriu de
novo os cordões à bolsa e emprestou aos bancos da Zona 530 mil milhões, a três
anos e à taxa de juro de 1%. Que somam aos 490 emprestados nas mesmas condições
em finais de Dezembro. Em dois meses o BCE arranjou um bilião de
euros para ceder à banca. Mas não consegue arranjar dinheiro para adquirir
títulos dos Estados e pôr fim à especulação financeira sobre as dívidas
públicas. Não consegue porque não quer, já que se é verdade que os seus
estatutos erradamente proíbem a monetarização directa dessa divida também é
certo que a permitem com a intermediação de bancos de capitais
públicos.
Alegadamente este crédito concedido aos bancos visaria inundá-los de liquidez para financiarem a actividade económica. Sucede que, de ambas as vezes, a aplicação imediata dessa liquidez traduziu-se em depósitos no próprio BCE e quanto ao crédito à economia nada mudou, quer nas restrições quer no preço.
Serviria igualmente para que os bancos financiassem os Estados, e para isso a flexibilização dos critérios quanto aos colaterais garantes dos empréstimos. Mas também isso não passa de miragem. E mesmo que viesse a suceder, tal política é incompreensível e inaceitável: emprestar aos bancos a 1% para estes refinanciarem os Estados a 5% ou 7% é usura, com o BCE a ser o mentor desse esbulho.
O embrulho de celofane dos alegados objectivos não esconde o propósito efectivo de beneficiar bancos e banqueiros, permitindo-lhes substituírem débitos de curto prazo, reequilibrarem os balanços a preço baixíssimo e acumularem liquidez à espera de melhores tempos.
É o "diktat" das finanças. Para a banca, tudo de bom e do melhor. Nada para a economia, o emprego e os Estados. Entretanto a crise aprofunda-se.
Alegadamente este crédito concedido aos bancos visaria inundá-los de liquidez para financiarem a actividade económica. Sucede que, de ambas as vezes, a aplicação imediata dessa liquidez traduziu-se em depósitos no próprio BCE e quanto ao crédito à economia nada mudou, quer nas restrições quer no preço.
Serviria igualmente para que os bancos financiassem os Estados, e para isso a flexibilização dos critérios quanto aos colaterais garantes dos empréstimos. Mas também isso não passa de miragem. E mesmo que viesse a suceder, tal política é incompreensível e inaceitável: emprestar aos bancos a 1% para estes refinanciarem os Estados a 5% ou 7% é usura, com o BCE a ser o mentor desse esbulho.
O embrulho de celofane dos alegados objectivos não esconde o propósito efectivo de beneficiar bancos e banqueiros, permitindo-lhes substituírem débitos de curto prazo, reequilibrarem os balanços a preço baixíssimo e acumularem liquidez à espera de melhores tempos.
É o "diktat" das finanças. Para a banca, tudo de bom e do melhor. Nada para a economia, o emprego e os Estados. Entretanto a crise aprofunda-se.
O que me surpreende é a passividade das pessoas perante tudo isto.
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