Por Octávio Teixeira, no Jornal «negócios»
As afirmações de Passos Coelho sobre desemprego e desempregados são estultas,
demonstram insensibilidade perante os dramas do desemprego, ofendem um milhão de
desempregados.
Insensatez considerar que ser despedido representa uma livre escolha, uma forma de mobilidade. É intolerável que um primeiro-ministro possa sustentar que o despedimento imposto pela entidade patronal alguma vez possa ser uma livre escolha do despedido.
Insensibilidade irresponsável pretender encarar o desemprego como uma oportunidade para mudar de vida, desconhecendo ou fazendo tábua rasa dos dramas pessoais e familiares que se abatem sobre os desempregados, a nível material como a nível psicológico, em especial sobre os mais de 400 mil desempregados de longa duração e os sem subsídio.
Insultuoso e ofensivo dos desempregados verbera-los, em particular aos jovens licenciados, por cometerem o crime de quererem encontrar um emprego, de pretenderem ser trabalhadores por conta de outrem, e chamar-lhes ineptos por não abandonarem essa cultura ultrapassada e não se tornarem microempresários.
Não estamos perante um qualquer deslize do primeiro-ministro, como ele próprio fez questão de esclarecer ao reafirmar que não retira uma vírgula ao que disse. Nem se trata de uma alegada interpretação incorrecta das suas afirmações.
O grave, o grande problema para o País, é que elas decorrem do seu estrutural e retrógrado pensamento económico e social. Emprego não mais. E não choraminguem, emigrem ou virem pseudoempresários.
Numa coisa, porém, acerta: o desempregado não pode ser estigmatizado. O seu problema é não encontrar emprego. O estigma recai por inteiro sobre quem provoca o "tsunami" de desemprego, não se arrepende e agride a dignidade dos desempregados.
Insensatez considerar que ser despedido representa uma livre escolha, uma forma de mobilidade. É intolerável que um primeiro-ministro possa sustentar que o despedimento imposto pela entidade patronal alguma vez possa ser uma livre escolha do despedido.
Insensibilidade irresponsável pretender encarar o desemprego como uma oportunidade para mudar de vida, desconhecendo ou fazendo tábua rasa dos dramas pessoais e familiares que se abatem sobre os desempregados, a nível material como a nível psicológico, em especial sobre os mais de 400 mil desempregados de longa duração e os sem subsídio.
Insultuoso e ofensivo dos desempregados verbera-los, em particular aos jovens licenciados, por cometerem o crime de quererem encontrar um emprego, de pretenderem ser trabalhadores por conta de outrem, e chamar-lhes ineptos por não abandonarem essa cultura ultrapassada e não se tornarem microempresários.
Não estamos perante um qualquer deslize do primeiro-ministro, como ele próprio fez questão de esclarecer ao reafirmar que não retira uma vírgula ao que disse. Nem se trata de uma alegada interpretação incorrecta das suas afirmações.
O grave, o grande problema para o País, é que elas decorrem do seu estrutural e retrógrado pensamento económico e social. Emprego não mais. E não choraminguem, emigrem ou virem pseudoempresários.
Numa coisa, porém, acerta: o desempregado não pode ser estigmatizado. O seu problema é não encontrar emprego. O estigma recai por inteiro sobre quem provoca o "tsunami" de desemprego, não se arrepende e agride a dignidade dos desempregados.
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