Cem anos após o começo da I Grande Guerra, e quase 75 após o início da II Guerra Mundial, o imperialismo está a lançar a Humanidade num novo e terrível conflito de enormes proporções. Os massacres israelita em Gaza e do fascismo ucraniano no Donbass têm mais em comum do que se possa pensar. As guerras no Iraque, Síria, Afeganistão, Líbia não chegaram a acabar. Os ataques militares por intermédio de aviões não tripulados (drones) semeiam a morte e destruição nesses países, mas também no Iémene, Paquistão, Somália e outros. Misteriosos bandos terroristas fazem o jogo do imperialismo na destruição da Nigéria, Iraque, Sudão. O planeta está a ser incendiado pelos senhores da guerra imperialista. Que agora ameaçam abertamente a Rússia, a China e qualquer outro país que não cumpra as ordens imperiais. Um sistema decadente e senil, mas armado até aos dentes, está disposto a sacrificar os povos para manter o seu domínio. Para parte importante do mundo não é exagero falar já hoje numa nova Grande Guerra. E ninguém pode garantir que não se esteja perante uma nova Guerra Mundial, de ainda maiores e mais devastadoras proporções, que ameaça a própria sobrevivência da Humanidade.
Os mais de mil mortos de Gaza, na sua grande maioria civis e em boa parte crianças, são bem o espelho da barbárie do capitalismo dos nossos dias. De forma nada surpreendente, os promotores das chamadas «guerras humanitárias» estão calados. Sempre prontos a dizer que é preciso bombardear ou invadir o país X porque supostamente o seu povo estaria a ser vítima de alguma barbaridade (as mais das vezes fictícia e inventada pela propaganda do «partido da guerra»), calam-se perante a chacina diária duma população encurralada numa enorme prisão a céu aberto, quase toda refugiada de anteriores guerras e limpezas étnicas do monstro sionista. Ou juntam-se mesmo ao coro dos que, mais do que pôr a vítima e o agressor em pé de igualdade, têm o desplante de culpar a vítima pela agressão.
O mesmo se passa, num ainda maior silêncio cúmplice, com a chacina que vitima a população do Donbass, no Leste da Ucrânia. As vilas e cidades são diariamente bombardeadas pelas tropas de Kiev com canhões, aviões, e mesmo sistemas de lançamento múltiplo de obuses. O Ministério da Defesa russo já acusou publicamente o governo golpista de usar fósforo branco e bombas de fragmentação contra alvos civis. A Internet está cheia de videos das vítimas civis, de casas e mesmo prédios destruídos pelos fascistas do poder golpista patrocinado pelos EUA e UE. Mas os ecrãs da televisão calam e silenciam. Tal como silenciam o processo judicial em curso para ilegalizar o Partido Comunista da Ucrânia (que recebeu 13,2% dos votos nas últimas eleições antes do golpe), a alteração do regimento do Parlamento para dissolver o seu grupo parlamentar, as repetidas agressões (dentro e fora do hemiciclo) contra comunistas e outros anti-fascistas ucranianos, a morte sob tortura de dirigentes locais do PCU às mãos da Guarda Nacional, entregue às tropas de choque nazis que fizeram o golpe de Estado de Fevereiro. Para a comunicação social de regime, nada disto existe. Estão empenhadas numa histérica campanha de falsificações que visa preparar o terreno para um confronto directo com a Rússia. Como se um embate militar entre as principais potências nucleares do planeta fosse coisa menor.
A loucura belicista do capitalismo mundial em 2014 não é novidade. Repetem-se as tragédias de 1914 e 1939. O sistema capitalista, sobretudo na sua fase imperialista, é isto: um sistema baseado na exploração, agressão, opressão e guerra. É o que mostra toda a História do último século. A guerra pode ser impedida, pela intervenção dos povos. Essa intervenção exige esclarecimento, informação, mobilização. Nunca a luta pela paz e contra as guerras do imperialismo foi tão importante como hoje.
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