Namorados de Lisboa
à beira Tejo assentados
a dormir na Madragoa.
Namorados de Lisboa
num mirante deslumbrados
à beira verde acordados.
Namorados de Lisboa!
ao Domingo uma cerveja
uma pevide salgada
uma boca que se beija
e que nos sabe a cereja
a miséria adocicada
à beira parque plantada:
Namorados de Lisboa!
sempre, sempre apaixonados
mesmo que a tristeza doa
namorados de Lisboa!
Namorados de Lisboa
na cadeira dum cinema
onde as mãos andam à toa
à procura de um poema
namorados de Lisboa
que o mistério não desvenda
que o mistério não desvenda
até que o escuro se acenda.
Namorados de Lisboa
a apretar num vão de escada
o prazer que nos magoa
e depois não sabe a nada.
Namorados de Lisboa
a morar num vão de escada.
Namorados de Lisboa!
sempre, sempre apaixonados
mesmo que a tristeza doa
namorados de Lisboa!
Bom sábado, boas notícias e boa música.
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