Uma das três juízas que julgou o caso BCP entendeu que o tribunal deveria ter tido mão mais pesada sobre Jardim Gonçalves, antigo presidente do banco, e os antigos administradores condenados no início de Maio a penas de prisão suspensas por manipulação de mercado. Isto porque, entende a juíza Helena Susano, ter ficado provado que os arguidos tinham conhecimento dos factos antes de 2002. Num acórdão carregado de ironias, a magistrada que votou vencida - por considerar que todos os arguidos, incluindo Christopher de Beck, que foi absolvido de ambos os crimes, deveriam ter sido condenados por manipulação de mercado e falsificação de documentos - diz ser "absolutamente inaceitável" e "inverosímil" que os ex-administradores não tivessem conhecimento dos beneficiários das 17 offshores e dos empréstimos que lhes foram sendo concedidos. Mais inverosímil ainda, afirmou, seria a tese de que os homens de topo fossem aprovando todos os passos com base na confiança nos "soldados rasos" da instituição, isto é, nos funcionários dos escalões inferiores.
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