quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Uma ideia excelente

Por José Casanova, no Jornal «Avante!»

Diz a notícia que o bispo sul-africano Desmond Tutu – Prémio Nobel da Paz, em 1984, pela sua luta contra o apartheid no seu país natal – defendeu que Georges W. Bush e Tony Blair devem ser julgados no Tribunal Penal Internacional, como responsáveis pelos crimes cometidos na sequência da invasão e ocupação do Iraque.
A ideia é excelente: na verdade, constituiria um elementar acto de justiça o julgamento e a condenação daqueles dois criminosos de guerra, responsáveis principais pelo morticínio de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças. E já agora, permito-me acrescentar a Bush e a Blair, pelo menos os outros dois que estiveram na «cimeira da guerra» que, em 2008, na base das Lajes, deu o sinal para o massacre: Aznar e Barroso. Cada um com o seu grau de responsabilidade – Barroso limitou-se a servir as bebidas aos chefes, tarefa que cumpriu a contento, o que lhe valeu logo a seguir abichar o cargo de presidente da Comissão Europeia – também eles deveriam ser chamados a contas.
Como estamos lembrados, o pretexto para a invasão do Iraque foi a existência naquele país de poderosos arsenais de armas de destruição maciça – armas essas que qualquer cidadão medianamente informado sabia não existirem, mas das quais Bush mostrava provas irrefutáveis de existência e mais do que suficientes para que Blair, Aznar e Barroso jurassem a pés juntos que sim, senhor, ali estão elas que eu bem as vi
Os governos dos EUA têm sido, ao longo dos tempos, exímios criadores de pretextos com os quais justificam a utilização da força bruta contra países e povos que não acatem servilmente as ordens do Império – e são igualmente peritos no recrutamento de lacaios de outros países – blair´s, aznar´s, barroso´s – para os aplaudir e apoiar.
Ainda há dias, o bush actualmente de serviço, Obama, falou na existência de armas de destruição maciça na Síria – e logo um ministro francês, «socialista», veio dizer que sim, senhor
É claro que a ideia do bispo Desmond Tutu não tem a mínima hipótese de concretização. Vale, no entanto, como grito de exigência de justiça face a um dos mais hediondos crimes perpetrados neste tempo de criminosos no poder ditando ordens para todo o mundo.

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