segunda-feira, 29 de julho de 2013

Afinal o que é a crise?

Por Carvalho da Silva, no jornal «JN»

Para o presidente da República (PR), uma crise política assumidamente grave, para a qual propôs como primeira hipótese de solução um "Acordo de Salvação Nacional", deixou de existir desde que, por manobras internas, da União Europeia e da troika e por malabarismos seus, garantiu a permanência da direita que integra e promove no poder, nele mantendo e reforçando a sociedade portuguesa (lusa e não só) de negócios.

Ficou assegurado, por agora, que os credores podem continuar a espremer-nos, que se vão manter abertas as torneiras dos cofres do Estado que alimentam as swaps e outras negociatas, que os processos de privatização dos CTT, da Caixa Geral de Depósitos e de algumas "miudezas" públicas que ainda nos restam, serão acelerados. Será aumentado o desemprego, a destruição de pequenas empresas prosseguirá enquanto surgirão folgas significativas para os grandes grupos, a dimensão social do Estado continuará a enfraquecer-se.

Ao mesmo tempo o PR agiu, ardilosamente, de forma a acentuar o descrédito no exercício democrático da política e distanciou o povo do direito de intervir para discutir e decidir, em tempo útil, sobre o seu futuro. Este PR parece disposto a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o povo conduza a água a moinho errado.

Cavaco Silva não quer entendimentos dos partidos para se sair destas desastrosas políticas que vêm sendo prosseguidas. Os entendimentos que reclama são para submeter os portugueses e o país. É por tudo isto que o atual PR - que afinal é ator bem ativo da governação e até inventou uma nova forma de Governo de iniciativa presidencial - significa um dos maiores desastres políticos da nossa democracia.

sábado, 27 de julho de 2013

Sendo sábado, temos música (177)




 Nova Feira da Ladra

 Ary dos Santos / Frederico de Brito

É na Feira da Ladra que eu relembro
uma toalha velha, toda em linho,
que já serviu uma noite de Dezembro,
e agora cheira a Setembro,
como o Outono sabe a vinho.
Não valem muito mais que dois pintores
os quadros das paisagens
que eu já sei,
mas valem, pelos frutos, pelas flores
que em São Vicente das Dores,
fora de mim, eu pintei.
             
O que é que eu vou roubar à Feira?
Um beijo de mulher trigueira.
Aqui um coração, ali uma gravura.
É a Feira da Ladra ternura.
O que é que eu vou trazer da Feira?
Um corpo de mulher braseira.
Aqui está um lençol, bordado como dantes.
Esta Feira da Ladra é dos amantes.
E na Feira da Ladra nos vingamos
dum pouco desse tempo que morreu.
Em cada botão velho que compramos
há sempre uma corja de amos
que em Abril, Abril venceu.
Agora não compramos velharias,
tudo passado é lastro do futuro.
Nascemos para o sol todos os dias,
na nossa Feira da Ladra
já não há ladrões no escuro.
                       
O que é que eu vou roubar à Feira?
Um beijo de mulher trigueira.
Aqui um coração, ali uma gravura.
É a Feira da Ladra ternura.
O que é que eu vou trazer da Feira?
Um corpo de mulher braseira.
Aqui está um lençol, bordado como dantes.
Eis a Feira da Ladra dos amantes.
                                               
Bom sábado, boas notícias e boa música.
               

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ideologia e realidade

Por Filipe Diniz, no jornal «Avante!»


A Royal Statistical Society encomendou a uma empresa de sondagens da Grã-Bretanha e a uma instituição universitária um estudo. Tratava-se de verificar a distância existente entre aspectos da realidade tal como as estatísticas os descrevem e a correspondente percepção em termos de opinião pública. As distâncias verificadas são muito consideráveis, em matérias muito diversas.
Alguns exemplos: a opinião corrente é de que, em cada ano, 15% das raparigas com idade inferior a 16 anos engravidam. A percentagem oficial é 0,6%. A opinião corrente é que 24% da população é muçulmana. Em Inglaterra e no País de Gales, a percentagem real é 5%. A opinião corrente é que 31% da população é imigrante. Os números oficiais apontam para 15%. A opinião corrente é que mais de 30% da população é negra ou asiática. A percentagem real é 11% (ou 13% se se incluírem outros grupos étnicos não-brancos ou mestiços). A opinião corrente julga que 24% dos benefícios sociais são obtidos de forma fraudulenta. As estimativas oficiais apontam para 0,7%. A opinião corrente julga que o Estado realizará maiores poupanças baixando o limite dos benefícios fiscais do que com o aumento da idade da reforma para 66 anos ou com o corte do abono de família. A realidade é que o aumento da idade da reforma representa 17 vezes maior poupança (ou maior roubo, se se quiser) e o corte do abono cerca de seis vezes mais.
Estes exemplos são de molde a fazer soar alarmes, e o estudo conclui com bem-intencionados apelos aos media, aos políticos e ao sistema educativo. Mas basta ver alguns dos exemplos para se intuir que não será pequeno o contributo dos media, de certos políticos e do sistema educativo para garantir que tal distância exista, e exista como reserva e trunfo da ideologia dominante.
Que outro processo, senão o de sobrepor a ideologia reaccionária à dolorosa realidade vigente, explica que Cavaco Silva tenha chamado para «salvar a nação» precisamente as forças políticas que há quase 40 anos vêm conduzindo a nação ao desastre? E que, tendo de momento falhado esse entendimento, mantenha em funções o Governo cuja desastrosa acção até Vítor Gaspar reconheceu?

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Servilismo

(...)Morales considerou que “o mundo foi testemunha da violação da imunidade diplomática” e reiterou que se tratou de "um ato de agressão arbitrária, colonial, hostil, humilhante e inaceitável".
(aqui)

- O comportamento de França, Itália, Portugal e Espanha dificultando a viagem do presidente da Bolívia, Evo Morales, entre Moscovo e o seu país no pressuposto que transportaria a bordo o Sr. Snowden, não é mais que a demonstração cabal do servilismo destes países perante o imperialismo dos EUA.
A Europa de hoje, com os governos conservadores (Portugal e Espanha) e social-democratas (França e Itália) entre outros, está muito mais dependente da política externa do EUA como fica revelado pelo acidente acima referido, em comparação, por exemplo, com o comportamento do governo conservador do Presidente Valéry Giscar d'Estaing,  que, nos anos setenta, deu asilo a dirigentes  do movimento Black Panthers perseguidos pelos serviços dos EUA.
A argumentação do "eixo do mal" e a campanha contra o "terrorismo" do Sr. Obama não podem  permitir que países soberanos deixem de o ser e que fiquem de cócoras perante o imperialismo norte americano que se permite, para alem do mais fazer incursões massivas na privacidade dos cidadãos de todo o mundo, espiando redes de informação, desde o telefone à Internet com a colaboração - ainda que envergonhada- das grandes empresas como a Microsoft e facebook, tentando confundir os interesses do país com os interesses das multinacionais que lá como cá dominam o poder político.


Lendo as notícias...

"A passagem do novo ministro de Estado e dos Negócios Estangeiros pelo Conselho Superior da Sociedade Lusa de Negócios, a proprietária do Banco Português de Negócios (BPN), de 2007 a 2009, não consta das "notas biográficas dos novos ministros", que o gabinete do primeiro-ministro distribuiu ontem à comunicação social".
( aqui )
 
...Remodelação?
Só na fachada, no interior tudo continua com muito bolor (escondido!), mau cheiro e muita literatura neoliberal, suficiente para tentarem eliminar o sonho que muitos tiveram em construir um país democrático e próspero.  
 
A Luta vai continuar!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"A vassourada... para debaixo do tapete"...

(...)"Falhada a negociação entre PSD, PS e CDS, com a presença de um consultor, David Justino, Cavaco Silva anunciou para hoje a sua decisão de manter o executivo, a "segunda melhor solução alternativa", mas nada disse da anunciada remodelação do Governo, em que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, propõe o ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, para vice-primeiro-ministro".

*in «JN»

...o "cavalo" já cansado e babado que Cavaco utilizou no tabuleiro da resolução da crise na troika interna, foi ontem movido duas casas para trás e uma para a direita dando assim início a mais um conjunto de promoções a empatas e muitos sacrifícios para os peões. 
Vislumbra-se grande confusão e alarido,  nos tempos mais próximos.
Há, até quem afirme, que a entidade reguladora desta "actividade" vai mandar fechar a casa de jogos por comportamento fora das regras dos jogadores envolvidos nestas jogatanas.

Tenham uma boa semana! 


   

sexta-feira, 19 de julho de 2013

sobrevivência

As famílias portuguesas estão a comprar menos produtos, até mesmo os essenciais. Para gerir os orçamentos cada vez mais apertados, os portugueses estão a comprar menos leite, azeite e pão, entre outros. As conclusões são da empresa de estudos de mercado Kantar Worldpanel, citada pelo Público, que diz mesmo que no primeiro semestre do ano os portugueses estiveram em "modo de sobrevivência".

(notícia para ler aqui)

Ainda há por aí quem ande a dizer que estamos no bom caminho, que os "nossos parceiros" estão muito contentes connosco por que estamos a cumprir tudo o que ficou escrito no acordo e que agora com o entendimento da troika interna (PS,PSD e CDS) para o presente e futuro (conforme desejo do Presidente + UGT + Banqueiros + Patronato), em prosseguir no mesmo caminho Portugal ficará, finalmente um país maravilhoso.
Por isso:
Que se lixem os portugueses com fome!
Que se lixem os portugueses na maior miséria de sempre! 
Que se lixem os portugueses que querem que Portugal seja um país democrático!
Que se lixem os portugueses que querem estudar e trabalhar no seu país!  

Eu digo: 
Quem assim pensa e age politicamente são todos uns grandes BASCULHOS... É preciso varre-los rapidamente para o lixo da nossa história democrática e, como dizia o poeta "mudar de rumo"! 



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Esquerda Moderna

Por Ângelo Alves, no jornal «Avante!»

As negociações entre PS, PSD e CDS decorriam na segunda-feira, e nas palavras de um dos representantes do PS, de acordo com os pressupostos avançados por Cavaco Silva. Ou seja, o PS aceitou discutir o seguinte cenário: manter em funções, durante um ano, um governo de gestão; continuar a aplicar o pacto de agressão; marcar eleições para daqui a um ano e dizer aos portugueses que, seja qual for o resultado dessas eleições, o mandato do governo delas saído será o de manter o actual rumo de declínio, submissão e destruição económica e social do País. É isto, e nenhuma outra coisa, que estes três partidos estão a discutir. Estão a discutir um rapto da democracia, uma imposição anti-democrática de um programa económico e político e a acertarem as bases para uma estratégia ideológica de médio/longo prazo de alteração do actual regime consagrado na Constituição da República Portuguesa.
É isto que Cavaco Silva entende por «Salvação Nacional». E é isto que o PS aceitou discutir perante um representante de Cavaco Silva, facto que, a par com a tentativa de Cavaco de «guetizar» o PCP, o PEV e o BE, é bem elucidativo do ponto em que está o processo, dirigido a partir de Belém, de subversão do regime democrático.
O PS está assim a confirmar o que andou a tentar esconder nos últimos meses. Está de acordo com a essência e a ideologia do pacto de agressão, não quer ouvir falar de eleições antecipadas até às Autárquicas e está a preparar-se para prosseguir a mesma política de direita que está a infernizar a vida aos portugueses. O que faz para disfarçar? Afirma votar de cruz a Moção de Censura do PEV, uma moção que nas palavras de Carlos Zorrinho no Twitter «é um irrevogável serviço à coligação de direita» questionando-se se «será a esquerda moderna o inimigo principal?». Da parte do PCP dizemos: Não! A esquerda moderna não é o nosso inimigo principal. A esquerda moderna, com história e com coluna vertebral é aquela que está na luta contra a política de direita! Essa mesmo que o PS abraça com tanto empenho.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Reunião...

(cartoon do «JN»)

...da trioka interna, com o PS a dizer politicamente ao país (mais uma vez), nim... Por um lado diz querer ser oposição (vai votar a favor a moção de censura dos Verdes no Parlamento!), por outro, aceita reunir-se com os representantes do mesmo governo para fazerem um acordo  governativo a prazo entre todos. Alguém entende este PS?! É sério confiar nesta gente que mais parecem cata-ventos na procura de votos para mais uma vez enganarem os portugueses, com um discurso e uma prática política completamente opostos.

É tempo de dizer Basta! Queremos uma alternativa de esquerda sem os que dizem uma coisa em campanha, e, uma vez no poder, fazem outra.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Podem votar mas decidir não

Por Carvalho da Silva, no jornal «JN»

O presidente da República (PR), na sua comunicação ao país na passada quarta-feira, entre contradições, excessos e insuficiências que preencheram o seu discurso, colocou aos portugueses um cenário de gestão da grave situação em que o país se encontra, que passa pela perspetiva de lhes conceder a possibilidade de usarem o seu voto em eleições a realizar no prazo aproximado de um ano, mas assegurando previamente que esse voto já não tenha capacidade de escolha.
Na conceção do PR, a realização de eleições daqui a um ano tem como pressuposto que os partidos do atual Governo, mais o Partido Socialista (PS), concluam previamente "um compromisso de salvação nacional", com alcance muito para além da data das eleições.
O Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) são partidos que têm, como os outros, o direito e o dever de construir alternativas, de pretenderem ser maioria e de governarem. Ao excluí-los do cenário, que conteúdos de debate, que programas eleitorais e de Governo está o PR a propor aos portugueses como passíveis de escolha? Que conceção de democracia é esta? O que faria este PR se, até formal e institucionalmente, os portugueses lhe dissessem que discordam dele?
Nesta forma (democrática?), de inspiração presidencial, antes do exercício do voto já existiria um resultado garantido: um programa de governação na base do prolongamento da austeridade, com Portugal prosseguindo na sua condição de país ocupado.

sábado, 13 de julho de 2013

Sendo sábado, temos música (176)



Inquietação


A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda.

Tenham um bom sábado

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Exames de Português...

"Média nacional ficou-se pelos 8,9 numa escala de 0 a 20, tal como em 2011. Ministério não diz se há diferença nas notas dos alunos que não fizeram exame a 17 de Junho devido à greve de professores."

*in Público

...O Português como disciplina na formação dos nossos jovens há muito que anda mal tratado. Veja-se a comparação que a segunda figura do Estado fez ontem na AR quando comparou o Povo com os carrascos (ao minuto 1:14 deste link) citando Simone de Beauvoir “Não podemos permitir que os nossos carrascos nos criem maus costumes”.

(todos deveria-mos saber que Beauvoir falava dos nazis quando usou a frase acima citada)

Será que Assunção Esteves, depois desta vergonhosa  atitude vai pedir a substituição (definitiva!), no cargo,  irrevogavelmente?  


quinta-feira, 11 de julho de 2013

...nas galerias do Parlamento

"Protesto na AR interrompe trabalhos, deputados aplaudem"

(veja o video aqui)

O mandador...

"O Presidente recusa eleições antecipadas para já, mas defende um acordo entre PSD, PP e PS para um compromisso de salvação nacional, que preveja a realização de eleições após o fim do programa de apoio a Portugal, em junho de 2014".



...em jeito de corridinho do Algarve, o mandador deu ordens para os dançarinos virarem à direita, e por fim aos saltinhos de contente, mandou  que siga a dança! Veremos até quando o espectáculo vai continuar e em que condições irão ficar dançarinos e público com tantas voltas para a direita a mando do mandador. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Mais um tomate podre no cabaz da confusão"...

"Segundo a edição de hoje do jornal Público, o provável novo ministro dos Negócios Estrangeiros é acusado de ter quebrado uma regra governativa e de ter sido o arquitecto da Cimeira dos Açores, onde se preparou a invasão do Iraque".

mais informação aqui.

...se for verdadeira a notícia desta nomeação, só pode indicar que os responsáveis políticos por estas decisões, estão de férias na Caparica ou andam todos a tomar as pastilhas trocados.

Ficaria-mos todos muito gratos que  fossem de férias definitivas e entregassem a governação do país a gente que se empenhe verdadeiramente na defesa do interesse nacional.
O que fizeram até hoje foi tão mau para o país que se exige  que haja vontade política do Presidente para por esta gente na rua e convocar o povo a pronunciar-se em novas eleições.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Foi você que disse que Portugal é um país soberano?...

"Mas pelo que se ouviu ontem em Bruxelas o resultado final é já conhecido e as diligências do Presidente da República são meras formalidades que em nada alteram o desfecho da crise iniciada com a demissão de Vítor Gaspar e que culminou na "irrevogável" demissão de Paulo Portas devido à escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças."
 
...ou não será antes um país em que os seus actuais dirigentes (principescamente instalados), andam a brincar e a chutar bolas para canto?!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Recebida de braços abertos...



"Maria Luís Albuquerque foi recebida nesta segunda-feira de forma muito calorosa pelos parceiros europeus na sua primeira reunião dos ministros das finanças da zona euro em que participou enquanto nova ministra portuguesa das Finanças."
...por cá, ficaram muitos de nós preocupados com as festanças que se fazem à representante do desgoverno português nestes encontros onde, normalmente, se decide  mais austeridade para os mesmos de sempre e onde também os "nossos" representantes dizem sempre amem! aos seus patrões, cumprindo o estatuto do bom aluno que nos meteu nesta  embrulhada económica e na miséria social onde nos encontramos.
Ser recebida desta forma... só pode significar: seguir o mesmo caminho da austeridade e da pobreza que o povo já disse nas ruas rejeitar, exigindo a dissolução do Parlamento e eleições antecipadas.
Cabe ao Presidente da República, fazer cumprir a Constituição e dar voz ao POVO.
 

Eleições e alternativa

Por Carvalho da Silva, no Jornal «JN»

Acabe-se com o enxovalho! Não podem prosseguir as humilhações que vêm sendo feitas ao povo, à República Portuguesa, ao regime democrático que tanto sacrifício exigiu para ser conquistado. Quem não se dá ao respeito não é respeitado! Quem não assume a verdade dos factos com que lida sujeita-se a que outros o humilhem e o submetam, exatamente pelo conteúdo das mentiras.
O governo da Sr.ª Merkel afirmou há dois dias, sobre a situação política portuguesa, "o caminho é difícil mas é o único que garante o sucesso". Isto é um insulto ao povo português, só possível porque o nosso governo faz da mentira um instrumento de governação para subjugar a sociedade portuguesa.
De que sucesso fala esta gente?
Do empobrecimento generalizado, da destruição de empresas e do Estado Social, do brutal agravamento do desemprego, cujo número total de desempregados é hoje superior em mais de 330 mil às "previsões" da troika, da recessão económica que é umas quantas vezes maior do que aquilo que nos haviam dito que ia acontecer, da emigração forçada de milhares e milhares de jovens qualificados?
Deitemos mão das aprendizagens feitas no nosso longo e rico percurso histórico como povo e como nação, das nossas capacidades, recursos e valores. Discutamos com serenidade e seriedade os desafios e os sacrifícios a assumir, mas com a certeza de que é um futuro digno que encetamos.
O apodrecimento do governo PSD/CDS contamina perigosamente toda a sociedade, põe em causa os valores da política, da democracia, da soberania do país.

domingo, 7 de julho de 2013

Caderno de significados

Era você que dizia que a palavra Irrevogável, significava segundo qualquer dicionário de língua portuguesa:


1. Que não se pode revogar.
2. Definitivo.
3. Que não torna atrás.

Pois! Enganou-se.
Para o partido do táxi, para o Paulinho das feiras e para o Pedrito de Massamá quer dizer Até já!
 
O País não vai aguentar  mais tempo este tipo de brincadeiras.
Os portugueses exigem que o Presidente da República cumpra a Constituição e convoque eleições.
 

sábado, 6 de julho de 2013

Sendo sábado, temos música (175)



Eis Aqui o Agiota

Eis aqui o agiota
Eis ali a agiotagem
De novo mergulho na luz do astro da musica
A minha cabeça
De novo a procura daquela
Melodia que teima
Em nascer as avessas
Se ribomba no contrapasso e se ja cruza o ciberespaço
Entao
Cuida de ti usurario
Na zona escura do erario
E da folia financeira
Do teu corpo fundo
E mais anonimo
A volta do mundo
Atravessando fronteiras
Esvoaçam
A tua volta esvoaçam
Taxas de juros e cambios
De cambistas e banqueiros
Titulos e dividas
Contraseguros
Visoes garridas
Malabaristas
E oniricas
Do dinheiro
A minha guitarra nao toca para ti
A minha guitarra rosna
Obeso e rebarbativo alardeando
A engorda
O teu figurino
Obesa a corruptela que mais
Disfarça e transforma
Selvagens capitalismos
Em brandos neoliberalismos
O mais doce dos eufemismos
E entao
Tu provas na perfeiçao
Que geres com o teu cifrao
A infelicidade dos outros
Reduzes um drama
O do maior desemprego
A centigramas
A percentagem de uns poucos
Encurralados
Os mais jovens encurralados
Em becos rasos de seringas
Contrafeitos mercadores
Em praças e ruas
Ruelas e avenidas
Envergonhadas
E mais anuladas
As maos estendidas
De arrumadores
Morreu a proletaria ditadura
A ditadura do mercado ja nasceu
Se cada vez menos produzem
Mais para a maior minoria
Toda a riqueza
Se cada vez menos para a imensa maioria sobram
Sobras que te caem da mesa
Da guerrilha dos capitais
Em doces paraisos fiscais
Entao
Cuida de ti argentario
O que retrata este sudario
E a maior parte do mundo
Que sobrevive na penumbra
De olhos postos em ti
Moribundo
Mas que te olha ja defunto
E enches a boca
De direitos humanos
Enches a boca
De fala
Do pensamento
Mas o do trabalho nunca
E porque sera
Que esse direito
No esquecimento fica
Se crucifica
Mais
Se abdica
Mas fica a pergunta
Keynes
Ao pe de ti
E arrumado a um canto
E a alegoria
Ou o retrato de um santo

Tenham um bom sábado

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Até quando o país vai aguentar?!

"O Presidente da República considerou que a proposta que lhe foi ontem apresentada por Passos Coelho é frágil e exigiu que o primeiro-ministro apresente uma solução sólida e duradoura para o governo. Passos saiu de Belém a garantir que vai procurar o "reforço" do apoio político ao governo - as conversações com Paulo Portas vão continuar".
 
 
Quem é que vai acreditar nesta gente do desgoverno que pôs o país e os portugueses na miséria e agora mais parecem um xalavar... cheio de caranguejos, que dois partidos políticos.
 
O Presidente da República se não quer ficar para a história como o coveiro de Portugal o que tem que fazer é aquilo que os portugueses estão a exigir: Marcação de eleições JÁ!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Crise e democracia

Por Albano Nunes, no Jornal «Avante!»

Vivemos tempos sombrios em que a natureza exploradora, opressora e agressiva do capitalismo tende a manifestar-se sob formas cada vez mais agudas. Desde logo porque continuam vivas as consequências das derrotas do socialismo com a violenta ofensiva do imperialismo para recuperar posições perdidas ao longo do século XX. Depois porque, no quadro do aprofundamento da sua crise estrutural e sistémica, o sistema capitalista atravessa uma prolongada crise cíclica de sobreprodução e sobreacumulação para a qual só vê uma saída: a intensificação da exploração dos trabalhadores, a recolonização dos povos da periferia capitalista, a apropriação e delapidação dos recursos naturais do planeta. O que, a par da centralização e concentração do capital, que a própria crise favorece, e da consequente redução da base social de apoio do poder monopolista, só pode conduzir à agudização das contradições de classe e nacionais, ao crescimento da resistência e da luta popular por todo o mundo, à emergência de processos progressistas e revolucionários, como está a acontecer na América Latina.


Perante esta realidade ameaçadora, as classes dominantes, agitam o espantalho do «terrorismo» (que na sua terminologia amalgamam com «extremismo», «radicalismo» e «rebeldia»), tomam medidas de carácter securitário, intensificam a repressão, teorizam sobre a necessidade de trocar direitos fundamentais duramente conquistados por «segurança» e «estabilidade». A brutal regressão social e civilizacional que pretendem impor ao mundo é incompatível com o exercício «liberal/democrático» da sua ditadura de classe, e os centros do imperialismo, ao mesmo tempo que persistem no anticomunismo e banalizam o avanço de forças racistas e fascistas, elaboram e praticam uma concepção do «estado de direito» burguês cada vez mais musculada no plano interno e mais arbitrária, agressiva e criminosa no plano externo que, tirando partido das mais avançadas conquistas da ciência e da técnica, encerram ameaças sem precedentes para a liberdade. A recente revelação dos sofisticados mecanismos de espionagem realizadas pela NSA norte-americana com a colaboração da Google, Microsoft, Apple e outros potentados de serviços na Internet, vem alertar para os perigos a que estão expostos os cidadãos e os povos de todo o mundo.


Perigos que os arautos do capitalismo estão a tentar esconder e até negar, mas que são tanto mais reais quanto têm raízes económicas profundas. Confrontado com a inexorável tendência para a baixa da taxa de lucro, com a situação de estagnação e recessão em que mergulharam as principais economias capitalistas e a evidente incapacidade do sistema para dar resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e dos povos, o grande capital prepara-se para o pior e joga cada vez mais na limitação e liquidação de liberdades e direitos fundamentais. O próprio reforço de estruturas e políticas supranacionais determinado pela transnacionalização do capital, espezinhando a soberania de países como Portugal, só pode ser imposta por via coerciva, questão que está bem patente no carácter crescentemente anti-democrático da União Europeia, e num vasto conjunto de medidas ditas de «segurança», em que a articulação com a NATO e com os serviços secretos norte-americanos desempenha crescente papel.



A nossa luta por uma política e um governo patrióticos e de esquerda, pela rejeição do pacto de agressão e pela ruptura com o processo de integração capitalista europeu, é simultaneamente uma luta internacionalista pela liberdade e a democracia.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Mais um dia no calendário da crise


Nomeações, demissões e outras confusões

Soubemos ontem pela comunicação social que Maria Luís Albuquerque será por vontade de Pedrito de Massamá a responsável pela pasta das Finanças neste desgoverno que, se vai finando, cada vez mais, a cada dia que passa. Soubemos também que o ex-ministro Gaspar há muito que vinha pedindo para ser substituído, uma vez que já tinha concluído a destruição económica e social do país e dos portugueses, trabalho esse, que certamente lhe valerá um prémio profissional numa organização qualquer da UE.

Hoje, o dia foi diabólico para os comentadores profissionais nas várias TVs cá do burgo. Todos eles muito bem-falantes e muito sabedores das coisas políticas, lá foram fazendo opinião com os seus blás, blás do costume, correndo atrás dos acontecimentos que foram surgindo como  a demissão do Paulinho das feiras, a tomada de posse da Maria Luís, a comunicação do Pedrito ao país, e, por fim o anúncio da demissão de todos os elementos do CDS .Apesar de tudo, e por incrível que pareça, em Belém pouco movimento se registou. O Sr. Presidente limitou-se  a aconselhar os partidos a apresentarem uma moção de censura ao governo, enquanto ele apreciava calmamente dos jardins do palácio, os barcos que subiam e desciam o Tejo.


Aos portugueses caberá avaliar politicamente a quem o país tem estado entregue nestes últimos tempos!!!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Futebol


"Calma e caldos de galinha para todos"

Muitas histórias se irão contar à volta dos resultados positivo/negativos dos três “grandes” do futebol português que iniciam hoje os trabalhos para mais uma época que se prevê – como o foram as anteriores- difícil, longa e apaixonante.
Eis as perguntas mais pertinentes que muitos adeptos estarão a fazer neste momento : será o FCP capaz de conquistar novamente o título depois das saídas de jogadores que foram tão influentes na equipa durante a última temporada? Será o SLB competente até ao último minuto da época para “roubar” o título aos homens do norte depois das frustrações por que passaram no final das competições da época passada? Será o SCP que este ano se apresenta como o ano da mudança e da restruturação do clube, capaz de apanhar a chamada carruagem da frente neste comboio do futebol nacional? A estas perguntas todos gostariam de responder afirmativamente, mas, atenção! Como todos sabemos, só um será campeão e para lá destes três (denominados de grandes…), outros há que espreitam responsavelmente a oportunidade para se chegarem à frente e fazer sem alaridos uma perninha nas emoções do futebol.

Por cá, ficaremos atentos, e emocionar-nos-emos também por que gostamos de futebol e temos os clubes da nossa simpatia.

Lá para Maio faremos a contabilidade do aproveitamento de cada um deles e teremos certamente que escrever sobre alegrias, frustrações, vitórias e derrotas.