quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dias negros

Por Ângelo Alves, no jornal «Avante!»

A passada segunda-feira era o dia em que o Governo tinha jurado a pés juntos que Portugal «ia regressar aos mercados». Mas afinal não foi! Não espanta que assim seja! Os «mercados», ou seja o grande capital financeiro que enriquece à custa da crise, da exploração e da destruição económica e social de países como Portugal, continua a comportar-se de acordo com os seus interesses e de acordo com as portas que a política de direita lhe escancara.
Também não espanta a triste e elucidativa troca de «piropos» entre PS e PSD sobre a tal «não ida aos mercados». Vejamos: disse o PS que segunda-feira «foi um dia negro para Portugal», que «a questão fundamental é o Governo reconhecer que a sua estratégia falhou». Do lado do PSD a resposta não se fez esperar. Marco António Costa diz que não. Que afinal o dia negro para Portugal foi o dia 17 de Maio de 2011 (dia da assinatura do pacto de agressão pelo PS, PSD e CDS) e que o PS quer um segundo resgate para Portugal; o PS diz o mesmo do PSD. O PS diz que a aplicação do pacto que assinou falhou, o PSD diz que está a aplicar o pacto que o PS assinou.
Parece confuso, mas não é! É até muito simples! É que a tal «estratégia» de que o PS fala é a sua própria estratégia de facto, que por sua vez é também a estratégia do PSD, que por sua vez é ainda e também a «estratégia» dos «mercados», a mesma que está plasmada no pacto de agressão de que todos são subscritores. E é por isso que se acusam mutuamente, empurram com a barriga os tais «dias negros» e tentam sacudir a responsabilidade de Portugal estar à beira de um segundo pacto de agressão.

Mas a realidade que PS e PSD ocultam com esta troca de acusações sobre os «negros dias» deste País, é que não foi só o dia de ontem e o 17 de Maio que o foram. Dias negros temos tido todos os dias. Aqueles que sofrem na pele com a velha política de direita e do pacto de agressão, aqueles que vão ao mercado e sentem na carteira a falta de dinheiro que é roubado para dar aos «mercados», esses sabem bem o quão negros têm sido os dias que PS, PSD e CDS impõem ao País. Essa é que é a realidade. Uma realidade que no próximo domingo pode começar a ser mudada, com o voto na CDU, a força da mudança, a força da luta, a força que luta!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DÍVIDA NÃO PÁRA DE CRESCER

(...) Segundo os dados de ontem da DGO, nos últimos 12 meses o governo aumentou a dívida directa do Estado mais 19,4 mil milhões, um salto de 10,4%. No final do último mês, esta dívida - que não inclui as dívidas das empresas públicas, por exemplo - já ascendia a 207,4 mil milhões, contra os 187,9 mil milhões registados em Agosto de 2012.

(jornal«i»)


Comentário:

Andam por aí a afirmar a plenos pulmões, os figurões do desgoverno e seus apoiantes, nas praças e ruas deste país roto, esfomeado e envergonhado, novamente como no passado, que, «já estamos a subir a escada que nos vai tirar do buraco» uns; outros que «apesar de alguns dados... estamos no bom caminho»; outros ainda, que não podemos meter tudo no mesmo saco, ou seja: a política para o país é uma coisa para as autarquias é outra.

Eles, os figurões, bem sabem o mal que já fizeram ao povo e ao país, agora, tentam novamente (com a mentira descarada e falsas promessas que nunca quiseram cumprir), levar uma vez mais o eleitorado a votar nos mesmos. Ou seja, a votar nos partidos que amarraram o país a uma política da UE que o mesmo é dizer dos capitalistas, dos monopólios financeiros, dos juros agiotas, da criação e aumento permanente do trabalho precário, do desemprego sempre a crescer, dos cortes nos direitos ao SNS e Educação, dos cortes nos salários e pensões, do aumento constante do endividamento do país, da miséria generalizada e da fome para a maioria do povo português. 

Como seria importante para todos, pensar-mos bem nisto... quando no próximo dia 29 formos às urnas depositar o nosso voto.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Capas de jornais (63)

(Hoje na capa do «DN»)               (Clique na imagem para ler melhor)

Comentário:
É com esta falta de vergonha  que se (des)governa o país e se tenta descredibilizar as Instituições.
A vigarice, o xico-espertismo e a falta de respeito pelo povo são uma prática constante de alguns figurões que se têm governado no Governo, deste triste país à beira- mar abandonado.

É necessário e urgente vassourar esta gente das cadeiras do Poder.

Como seria importante para todos, pensar-mos bem nisto... quando no próximo dia 29 formos às urnas depositar o nosso voto.

domingo, 22 de setembro de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (87)

CIRCUITO FECHADO
Realização: John Crowley



Sinopse
Numa manhã, um movimentado mercado de Londres é dizimado por uma explosão. Na caça ao homem que se segue, apenas um membro da célula terrorista suspeita sobrevive: Farroukh Erdogan, que é preso. Começam as preparações para o que promete ser o julgamento do século. Mas há um problema: o governo vai utilizar provas confidenciais para julgar Erdogan, provas tão secretas que nem ele, ou os seus advogados, estão autorizados a ver. Surge assim a necessidade do Procurador-Geral nomear uma advogada de defesa adicional, Claudia Simmons-Howe, com autorização do governo para aceder às provas confidenciais e assim poder argumentar em tribunal, em sessão à porta fechada. Para Claudia as regras são claras: assim que as provas forem partilhadas ela não poderá comunicar nem com o arguido nem com qualquer elemento da defesa. Contudo, na véspera do caso ir a tribunal, o advogado de Erdogan subitamente morre e entra em cena um novo advogado de defesa, Martin Rose. Martin é tenaz, impulsivo, brilhante e ex-namorado de Claudia. Os dois advogados decidem manter em segredo o antigo caso amoroso. No entanto, assim que Martin começa a juntar as peças do caso, os contornos de uma sinistra conspiração emergem e ambos voltam a estar perigosamente perto.

Continuação de um bom domingo e bons filmes.

sábado, 21 de setembro de 2013

Sendo sábado, temos música (183)



Kantádu ma dimokrasiâ
Ma stába sukundidu
Ma tudu dja sai na kláru
I nós tudu dja bira sabidu
Kada um ku si maniâ
Fla rodóndu bira kuadrádu
Kada um ku si tioriâ
Poi razom pendi di si ládu
Ti manel bira mambiâ
Ti lobu bira xibinhu
Ti flánu ta faze majiâ
Ta poi grógu ta bira vinhu
Mintira pom di kada dia
Verdádi ka s'ta kontádu
Nós tudu bira só finjidu
Ku kombérsu di dimagojiâ
Vida bira simplismenti
Konsedju bira ka ta obidu
Tudu é agu na balai frádu
É rialidádi di oxindiâ
Maioriâ sta tudu kontenti
Ku avontádi na dimokrasiâ
Fládu fla ka tem simenti
Dipós di sábi móre é ka náda
Inglés bem toma si tchom
Sam-fransisku bira más sábi
M-kré odja róstu-nhu djom
Ta ri ku si kumpadri
Dja skesedu di pepé lópi
Bá rabuskádu nhu diogu gómi
Rasusitádu nhu kraveru lópi
Ka ta konxedu inásia gómi
Ali bem témpu ditádu-nhu náxu
Ta bira sima juís di mininu
Gentis djunta grita abáxu
É kabésa ki dja perde tinu

Bom sábado e boa música

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Retemperado...

...e de volta ao cantinho do computador para ter mais informação, dar a minha opinião e fazer alguns comentários, quando me parecer justo e oportuno em relação ao mal e ao bem (este, infelizmente muito pouco) do que nos rodeia politicamente falando.

Um bom resto de sexta-feira para todos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ausência

Como programado há já algum tempo irei estar uns dias ausente do Ponta Esquerda.
Voltarei brevemente.
Um  abraço e uma  boa semana.

domingo, 15 de setembro de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (86)

VIAGEM A TÓQUIO/O GOSTO DO SAKÉ

Realização:Yasujiro Ozu




Sinopse
Um viúvo vê-se na obrigação de escolher o melhor marido possível para uma das suas filhas, mesmo que essa escolha o aproxime cada vez mais da solidão.

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 14 de setembro de 2013

Sendo sábado, temos música (182)




A qualquer dia,
A qualquer hora,
Vou estoirar, pra sempre.
Mas entretanto,
enquanto tu duras,
Tu poes-me tão quente.
Já sei que hei-de arder na tua fogueira,
mas será sempre, sempre à minha maneira.
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só é para lutar,
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
Por essa estrada,
Por esse caminho
A noite, de sempre
De queda em queda,
Passo a passo,
Vou andando, prá frente
Já sei que hei-de arder na tua fogueira
Mas será sempre, sempre à minha maneira
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só me farão lutar
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
À minha maneiraaaaa
À minha maneira!
Bom sábado e boa música.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ensino - a instabilidade e o desemprego continuam a ser a marca deste desgoverno.

"Após primeira reserva de recrutamento ainda há 1213 docentes do quadro sem componente letiva. 5800 contratados vão chegar às escolas até segunda-feira. Mais de 31 mil ficaram sem colocação"
(Noticia daqui.)

Comentário:
Para este desgoverno o ensino, os professores, os alunos e o povo em geral fazem parte de um «jogo» onde o resultado está sempre viciado. Perdem sempre os mesmos: o ensino, os professores e o povo em geral.

Contudo, o dr. Crato (mestre na arte de desgovernar), vai tentando justificar o injustificável e dizendo que "não se pode ensinar bem o que não se sabe bem". 
Estando eu, genericamente de acordo com esta afirmação, acrescentaria o seguinte: não se pode, nunca, governar bem quando se governa apenas na defesa de alguns, que vão sendo sempre os mesmos: os colégios e o ensino privados como  sendo uma (única!) preocupação deste Ministério  e restante desgoverno pretendendo assim, acabar ou cercear de forma fatal tudo o que seja Público na área do ensino, saúde,regalias sociais, etc.,etc..

Que país é este? É a P... do Brasil!

Por Renata Mielli, no blog «Janela sobre a palavra»

Que país é este? Esta pergunta ficou eternizada na música do Legião Urbana. Nos shows, bailes e em qualquer lugar que a música tocava, a moçada respondia em coro à pergunta, com a irreverência e eloquência da juventude: É a porra do Brasil!

Nestes dias de setembro de 2013 eu me faço a mesma pergunta, diante de uma sucessão de acontecimentos tão inverossímeis, que poderiam ser roteiros de um bom filme de ficção. Infelizmente, no nosso caso, ainda darão um triste documentário sobre a realidade política nacional.

Vamos aos acontecimentos, não necessariamente na ordem cronológica:

-- Desaparecimento das ossadas de desaparecidos políticos na Guerrilha do Araguaia.

-- Editorial do jornal O Globo assume que as “organizações Marinho” apoiaram a ditadura que perseguiu, torturou, matou e sumiu com corpos de brasileiros que lutaram pela democracia e liberdade. Mas, aparentemente, isso não incomodou ninguém e a “confissão” vai acabar em pizza.

-- Câmara Municipal de São Paulo homenageia a Rota, destacamento mais violento da Polícia Militar Paulista, que não só na ditadura, mas também e ainda hoje, viola direitos humanos cotidianamente e de forma impune. Pior, laureada com a mais alta distinção do legislativo municipal – que deveria ser a Casa do Povo paulistano – a Salva de Prata.

-- O Supremo Tribunal Federal condena e está na eminência de decretar a prisão de um dos sobreviventes da luta contra a ditadura no Brasil. José Dirceu, por mais que possa ser uma figura polêmica da vida política nacional, está às vésperas de ser o mais novo preso político brasileiro. E não me venham dizer que ele está pagando pelo crime de corrupção, porque corrupção maior fizeram FHC, Covas, Serra, Aécio Neves e Cia, e estes nem sequer foram julgados, continuam soltos por ai.

Enquanto isso, continuam gozando da vida na mais plena liberdade – e provavelmente rindo muito da nossa cara – os muitos torturadores e assassinos que mataram Oswaldão, Dina, Helenira, Honestino, Herzog, Amarildo, os vende-pátria que leiloaram o Brasil a preço de Banana como FHC e sua trupe, e os que colaboraram e colaboram para que o país continue passando por acontecimentos como estes, gente que está à frente dos grandes meios de comunicação como O Globo, Folha de S.Paulo, Estadão....

Que país é esse? Pois é, é a Porra do Brasil!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Chile – 40 anos

Por Jorge Cadima, no jornal «Avante!»

O imperialismo e as classes dominantes não hesitam
 em recorrer à violência mais
brutal



Passaram ontem 40 anos do golpe militar de Pinochet, que derrubou o governo da Unidad Popular (UP) e destruiu o regime democrático no Chile. O 11 de Setembro chileno continua a encerrar lições de grande importância para a luta de hoje.
Onze anos antes da vitória eleitoral da UP havia triunfado a Revolução Cubana, que inspirou os povos mas semeou o pavor entre as classes dominantes do continente. O Chile era, em 1970, um dos poucos países latino-americanos que não vivia sob uma ditadura feroz ao serviço do imperialismo e das parasitárias oligarquias nacionais. A UP juntou, em torno dum programa transformador de características anti-imperialistas, forças políticas diversas, entre as quais o forte Partido Comunista, com grande influência entre a classe operária, e um Partido Socialista, o partido de Salvador Allende, que – coisa já então rara no continente europeu – defendia transformações sociais progressistas e opções anti-imperialistas como a nacionalização da indústria do cobre, pilar da economia chilena. Foi com esse programa que venceu as eleições de 4 de Setembro de 1970, com quase 37% dos votos. E foi esse programa que começou a concretizar.

A vitória eleitoral da UP foi, desde a primeira hora, alvo de ataque feroz por parte do imperialismo e da reacção chilena. Dois dias antes da sessão parlamentar que haveria de confirmar a Presidência de Allende e, numa tentativa de impedir a tomada de posse, foi assassinado o Comandante em Chefe do Exército, René Schneider. Estava dado o sinal da dura realidade que o governo da UP teve de enfrentar: atentados, o lock-out patronal do sector rodoviário (fundamental no Chile de então), os açambarcamentos para desestabilizar a economia e criar condições para o golpe militar. Apesar de tudo, as conquistas sociais introduzidas pelo governo UP reforçaram o apoio, mesmo eleitoral, dos partidos da coligação progressista. Sentindo-se incapazes de derrotar o processo transformador no quadro da democracia burguesa vigente, as forças políticas da oligarquia chilena (Partido Nacional e Democracia Cristã) passaram decididamente para o campo da subversão e do golpismo. A partir do quartel-geral em Washington, o movimento popular foi liquidado pela violência e pela repressão feroz.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"moralmente ilegítimo"

"Um relatório de uma instituição holandesa revela que a maior fuga de impostos por parte das empresas portuguesas tem a Holanda como destino".
Noticia aqui.

Comentário:
Os figurões deste desgoverno que se apresentam ( quase diariamente), na comunicação social a debitar conceitos da pratica dos bons costumes, em matéria de obrigações e deveres dos contribuintes, são ao fim ao cabo, eles próprios por inacção, os primeiros a cagar fora do penico como se pode aferir desta notícia. 



domingo, 8 de setembro de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (85)

Encruzilhada
Realização:David Marconi


  Sinopse:
Um casal de nova-iorquinos ricos passa a lua-de-mel em Marrocos… O amante da noiva vagueia com os seus próprios planos… Um perigoso contrabandista de diamantes é transferido para uma prisão… Uma mulher enigmática viaja com um bebé. As suas histórias vão colidir num brutal acidente de viação, em pleno deserto do Saara. Os sobreviventes não terão outra escolha senão unirem forças para saírem ilesos. Mas em quem confiar? Emerge então das dunas um misterioso estranho. Os seus destinos estarão agora ligados por uma viagem cheia de voltas e reviravoltas, mentiras e traições... Mas e se nada tivesse acontecido por acaso?

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 7 de setembro de 2013

Sendo sábado, temos música (181)



Tua alegoria já não abre alas
Pra toda poesia que insiste em bater
Nos tambores surdos da porta que cerras
Pra chorar sozinha por tanto querer
Teu amadorismo impõe tal carência
Não sou da cadência, não sou de valor
Você é rara, no mundo
Só dance essa valsinha se preciso for
Eu tento trair, não me cabe a culpa
Abra logo a tua porta
Minha vã certeza vai te embargar
Sigo distraída, a tal impureza
Mas é carnaval de novo, você se dissolve
E a saudade aumenta
Não precisa o amor
Não precisa o abraço, não te cobre o laço
Que não cobre o som
Teu grito arde, invade, a casa
E as palavras calam no meu coração
Continuação de um bom sábado!

Não há festa como esta!






Veja aqui o conjuntos dos 37 cartazes da Festa do Avante!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Um governo fora da lei

Por Vasco Cardoso, no jornal «Avante!»

A decisão do Tribunal Constitucional sobre a chamada lei da mobilidade, que na prática escancarava a porta a dezenas de milhares de despedimentos na administração pública promovidos através da mais absoluta arbitrariedade, provocou, quer nos círculos de decisão do grande capital, quer no Governo e nos seus propagandistas, uma reacção directamente proporcional à importante derrota que sofreram. O ódio que foi destilado contra a Constituição nestes poucos dias, não só daria para encher um oceano, como, uma vez mais, pôs a nu a orientação claramente anti-democrática e reaccionária da política de desastre que está em curso.
Entre as chantagens e as ameaças a que o Governo recorre sempre que os interesses de classe que defende são postos em causa, houve também espaço para o mais rasteiro populismo. Tal como um ladrão que depois de saquear as suas vítimas lhes pergunta de que lhes valeu a polícia, Passos Coelho, na encenação mediática que tem pelo nome de «Universidade de Verão» disparou: Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no País do que lhe valeu a Constituição até hoje?.
A utilização dos desempregados para atacar a Constituição e o regime democrático é um acto de imperdoável cinismo, mas é também uma demonstração de que os objectivos que o Governo e os grupos económicos têm em mente passam, se não forem entretanto derrotados, por impor a lei da selva nas relações laborais e arrasar a liberdade e a democracia que resta da Revolução de Abril.

Uma coisa é certa: tal como a Constituição da República Portuguesa aprovada a 2 de Abril de 1976 foi resultado de décadas de luta do povo português pela liberdade e pela democracia, também hoje, a defesa da Constituição – apesar de mutilada e subvertida pelas sucessivas revisões do PS, PSD e CDS e pela política de direita que conduziram –, irá precisar de todos os braços e forças daqueles que não aceitam o rumo de exploração e empobrecimento e aspiram a um País soberano baseado «na dignidade da pessoa humana e na vontade popular» e empenhado «na construção de uma sociedade livre, justa e solidária» (art.º 1.º da CRP).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

«Dá ideia que há ligação promíscua entre troika e Governo»

"A comentadora da TVI24, Constança Cunha e Sá, lançou, ontem à noite, na antena daquela estação televisiva, várias farpas à conduta do Executivo de Pedro Passos Coelho, designadamente no que às relações com a troika diz respeito". Fonte.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Diarreia legislativa

Por Marinho e Pinto, no jornal «JN»

(...)«O sentimento de impunidade é tão grande que se chegou ao ponto de impedir o acesso aos tribunais do Estado, obrigando as pessoas a recorrerem às arbitragens, ou seja, a essa espécie de "tribunais" clandestinos em que os juízes são substituídos por advogados designados e pagos pelas partes e onde as decisões são em regra favoráveis a quem tem mais dinheiro. Esse tipo de "tribunais" é frequentemente utilizado como forma de legitimar as mais escandalosas negociatas público-privadas ou mesmo verdadeiros atos de corrupção. Sublinhe-se que, hoje, praticamente não há contratos do Estado com privados em que se não inclua uma cláusula arbitral com renúncia aos tribunais do Estado, obviamente, para não se correr o risco de algum magistrado mais diligente descobrir coisas inconvenientes. É preciso que os "juízes" sejam da confiança absoluta das partes. Tudo isto feito por uma ministra da Justiça que tem interesses diretos nesse tipo de negócios, já que é fundadora da Associação Portuguesa de Arbitragem. Só mesmo em Portugal é que isto fica impune».

Uns combatem os incêndios outros jogam o futebol.

Mais fotos aqui.