quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Diga lá senhor primeiro-ministro o que é que andam a cozinhar em relação aos salários dos portugueses!"




"Bruxelas quer baixar salários e cortar no subsídio de desemprego"

Ontem no Parlamento, o Secretário-Geral do PCP questionou  o governo sobre as noticias de que se estão a preparar medidas para baixar os salários dos trabalhadores.
O governo apressou-se a desmentir.
Veremos o que o futuro nos reserva! Sendo que, com tantas "confusões" a envolver este governo as suas afirmações não serão de levar muito em conta.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

As condições políticas para o belicismo do capital

Por Milton Pinheiro, no sítio «resistir.info» 


Este artigo tem por objetivo analisar a cena política onde o belicismo se consolidou como ação de longo impacto, tentando responder à prolongada crise econômica, caracterizada no texto como manifestação da crise sistêmica do capital. Colocamos em discussão as condições políticas criadas pelo capital para, através da guerra e da violência, efetivar um novo ciclo. Esse cenário político não está desarticulado da conjuntura social e da luta de classes. O projeto conservador, e sua forma política, se debate no mundo, e no Brasil, contra a estratégia anti-sistêmica, que procura movimentar as lutas sociais, o operador político e os trabalhadores na perspectiva de impedir o projeto político do capital.

Ler artigo completo aqui.

As verdades têm que ser ditas...

... com coragem e olhos nos olhos.


"Os portugueses sofrem e o PS brinca fingindo que está em desacordo com a política seguida"



-Já todos perceberam que o PS não é oposição nenhuma ao Governo mas antes uma extensão alinhada no essencial, das políticas ruinosas e destrutivas para os portugueses e para o País.

O polvo das secretas

Por Octávio Teixeira, no jornal « negócios »


O acesso aos autos do "processo das secretas" trouxe à luz do dia dois factos incontornáveis. Primeiro, que as declarações do Ministro Miguel Relvas na Assembleia da República sobre a sua ligação ao ex-dirigente da espionagem Silva Carvalho são desmentidas pelos factos apurados. Por qualquer razão (é legítimo supor que pela consciência de que os factos reais são comprometedores) o Ministro ensaiou o maior afastamento possível do ex-espião. Faltando à verdade. Indesculpável a qualquer ministro e muito menos ao que tem a seu cargo a coordenação política do Governo. Não há volta a dar-lhe: politicamente, o Ministro-adjunto já foi. Mantenha-se ou não no Governo.

O segundo facto reveste-se de gravidade acrescida, porque são a orgânica, o funcionamento, a actividade e as chefias dos serviços de informações que estão em causa. São serviços de informações da República, não podem estar a soldo de interesses económicos privados e do benefício de amigalhaços, dedicar-se ao tráfico de influências e ao controlo de cidadãos e organizações que não põem em causa a segurança do País ou à elaboração de processos individuais em proveito de concorrentes comerciais. Os serviços de informações não podem ser um polvo dedicado a actividades criminosas nem viver sem supervisão interna e fiscalização externa credíveis e eficazes.

A responsabilidade política directa dos serviços é do primeiro-ministro, exigindo-se-lhe que assuma os respectivos deveres. Não lhe é permitido voltar a recusar explicações e acção. Se se entende imprescindível a sua existência (permito-me ter dúvidas) os serviços de informações têm de ser repensados e reestruturados.

Entretanto, porque não suspender as suas actividades? O regime democrático só ganharia com isso.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Estudo da Unicef

Mais de 27% das crianças portuguesas vivem em situação de carência económica. O retrato é traçado no relatório “Medir a Pobreza Infantil”, que é nesta terça-feira apresentado pela Unicef e que coloca Portugal em 25.º lugar numa lista de 29 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. No jornal « Público online»


Este, é mais um  retrato negro da situação económica de muitas famílias portuguesas.
Contudo,os troikanos - senhores feudais dos tempos modernos - continuam a fingir que nada disto é com eles rindo à gargalhada; confundindo tudo,  impondo recessão em cima de recessão; cortes nos apoios sociais com critérios duvidosos; brincando aos polícias e ladrões, no caso das secretas, pensando que são eles, provavelmente os donos do mundo. Por fim, aparecem  umas carpideiras, vertendo grandes lágrimas de crocodilo e outros entretendo-se com a entrega ao desbarato das empresas nacionais símbolos de orgulho e de sacrifícios dos portugueses enchendo por essa forma os bolsos de alguns (presumidamente amigos do peito e de ideologia política), chutando assim o país para a mais humilhante situação que é continuarmos conscientemente no caminho do caos, da pobreza e da miséria generalizada.

O capitalismo financeiro é insaciável e criminoso. É urgente tirá-lo do poder.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Isto vai de mal a pior e a orquestra continua a tocar

Por Baptista Bastos, no jornal «negócios» do passado dia 25


O Conselho de Finanças Públicas diz que não devemos voltar aos "mercados" em 2013. À frente desta instituição está uma considerada economista, a prof.ª Teodora Cardoso, que, sem alvoroço mas com firmeza, nos adverte da gravidade da situação. O Governo diz que não: está tudo no "bom caminho" e não há razões para nos inquietarmos. Não que não há. A OCDE, por seu turno, informa que Portugal tem de pedir mais dinheiro emprestado. O Governo tenta apaziguar os ânimos e tranquilizar-nos com um discurso tonto, que contraria tudo aquilo proveniente de estudos e de pessoas qualificadas.

Não há clareza no que diz o Executivo. Tudo o que diz o Executivo é nebuloso, contraditório, um processo de negação das evidências, que começa a assustar mais do que os sustos diários embutidos por esta gente. Vai-se sabendo, perante os factos e as circunstâncias, que a perturbação política e a barafunda mental dos governantes atinge aspectos medonhos.

A Grécia aqui tão perto

Por Manuel António Pina, no jornal «JN»


As chocantes declarações da directora-geral do FMI ao "Guardian" revelam bem que género de gente preside hoje aos nossos destinos e a quem governos como o português ou o grego subservientemente se vergam. Por momentos, Lagarde deixou cair o idioleto técnico com que ela, Durão Barroso e a "fürehrin" Merkel, mais os seus feitores locais, justificam o empobrecimento forçado dos povos e mostrou o rosto selvagem do neoliberalismo dominante, assente no direito do mais forte à liberdade.
Perguntada se não lhe custava impor ao povo grego, sobretudo aos mais pobres, medidas de austeridade que cortam em serviços fundamentais como a saúde, a assistência social ou o apoio a idosos, a directora-geral não podia ser mais clara (nem mais cínica): "Penso mais nas crianças que andam na escola, numa pequena aldeia do Níger, que apenas têm duas horas de aulas por dia e partilham uma cadeira por três...".
E que tem Lagarde a dizer àqueles que, na Grécia, todos os dias lutam hoje pela sobrevivência, sem emprego e sem serviços públicos? Que se ajudem a si próprios "pagando os seus impostos". Mas as crianças, senhora? "Bem, os pais são responsáveis, não? Por isso os pais que paguem os seus impostos".
Maria Antonieta não o teria dito melhor. Só que os "sans cullotes" de hoje persistem em crer que ainda vivem em democracia (se calhar até em democracia económica).

domingo, 27 de maio de 2012

30 mil exigem a rejeição do Pacto de Agressão



Foi uma impressionante manifestação, aquela que o PCP promoveu ontem à tarde em Lisboa, que trouxe mais de 30 mil pessoas à rua contra o pacto de agressão e por um Portugal com futuro. Se a maioria eram militantes comunistas, muitos milhares não o eram, mas sentem as análises, as propostas e a luta como se fossem as suas próprias.

Hoje pode ser dia de cinema (58)

O Ditador
Realização: Larry Charles



Sinopse:
General Almirante Shabazz Aladeen (Sacha Baron Cohen), um dos mais excêntricos e egocêntricos ditadores que o mundo já alguma vez viu é conhecido pela sua indestrutível barba, por dormir com centenas de celebridades ávidas pelo seu dinheiro e por organizar e determinar os seus próprios Jogos Olímpicos. Aladeen atrai a atenção internacional quando surgem novidades acerca do seu programa secreto nuclear. Depois de uma tentativa de assassinato a que escapa, Aladeen encontra-se sozinho e sem dinheiro nas ruas de Nova Iorque. Mas a sua força de vontade para recuperar o poder e afastar a democracia do seu país oprimido, não o desanima!

Bom domingo e bons filmes.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sexta-feira




Sexta-feira de uma semana que nunca mais acabava,está a chegar ao fim!...
Mesmo assim, fico com o fim-do-mês sempre tão distante e na carteira, com pouco mais que o último botão caído da camisa e a ficha plastica dos carrinhos do super-mercado.

Amanhã será  certamente outro dia e, para muitos portugueses, mais um dia de luta.

Um bom Fim-de-semana para todos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Duas «fibras»



Por Henrique Custódio, no Jornal «Avante!»  de 17.Maio.2012


Cavaco Silva e Passos Coelho exibiram esta semana a fibra de que são feitos.
Cavaco, do alto da sua Presidência, decretou que «nós não podemos desaproveitar este [o mar], que é um dos mais importantes recursos naturais que nós temos», acrescentando que «eu considero que a exploração do mar deve ser um verdadeiro objectivo estratégico nacional».
Só é pena que, quando foi primeiro-ministro de Portugal, considerasse exactamente o contrário e promovesse a destruição da nossa frota pesqueira através de chorudas «compensações» dadas aos armadores pela UE, que, naturalmente, pretendia controlar as nossas águas territoriais – as segundas mais vastas do planeta – e, de caminho, liquidar a nossa competitividade pesqueira. Tudo isto Cavaco aplaudiu então, declarando Portugal um «bom aluno» dos ditames de Bruxelas e gabando-se de estarmos «no pelotão da frente» nessa aprendizagem de submissão.
Agora, que tudo está consumado e a nossa independência económica manietada pela UE, Cavaco debita que a exploração do mar deve ser o nosso «objectivo estratégico». Não admira que o homem se gabe de ser não sei quantas vezes «mais sério» do que o comum dos mortais....
Quanto a Passos Coelho, em menos de um ano pintou um tríptico sobre si próprio.
É claro que a alusão ao tríptico é pura retórica. Obviamente, ninguém poderá acusar o homem de possuir uma gota que seja da arte de Nuno Gonçalves. Aqui, em facto, não há génio que se lhe aponte.
Mas o tríptico aí está, nas três partes que o definem, a última das quais foi há dias produzida, quando Passos classificou o desemprego como uma «oportunidade» para «mudar de vida».
A resposta a esta barbaridade deu-a um desempregado à televisão, afirmando, de voz embargada, que «o senhor primeiro-ministro não deve ter ninguém desempregado» na família ou nos amigos, para dizer uma coisa tão chocante, perguntando ainda: «Mudar de vida para onde, com tanto desemprego?».
Recuando um pouco no tempo, temos os restantes «painéis».
O segundo, recomendando aos desempregados – sobretudo jovens – que «emigrassem».
O terceiro, invectivando os mesmos desempregados – a quem identificou, salvo erro, pelos que «fazem queixas» –, chamando-lhes «piegas».
Aconselhar os desempregados a «emigrar» para sobreviver é coisa que ocorrerá, quiçá, nas associações caritativas que por aí andam a aconselhar resignação e fé em Deus a troco de uma malga de sopa, mas nunca a um primeiro-ministro em funções. Fazê-lo, é negar as mais fundas confianças que devem circular entre o Estado e os cidadãos, é vilipendiar o País e ultrajar o próprio cargo. De primeiro-ministro.
Quanto a chamar «piegas» aos que protestam e reclamam, dá o traço final e completa o tríptico.
Nele se enlanguesce, em corpo inteiro, um «menino-bem» que circulou pela vida sem privações nem dificuldades, decerto amparado pelos suaves mimos da educação burguesa mas, sem dúvida, profundamente desligado e ignorante das lutas, dificuldades e sofrimentos no quotidiano do povo que, por desgraça, continua a governar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O flagelo do desemprego

A incapacidade política de dar resposta aos problemas sociais  ou a teimosia de seguir cantado o fado-do-bom-aluno, leva-nos a mais este   flagelo onde 14% dos jovens portugueses entre os 15 e 24 anos não está a estudar nem a trabalhar, revela um estudo da OIT onde se afirma ainda que a taxa de desemprego jovem em Portugal é mais do dobro da mundial. 
 
A situação extremamente  dolorosa por que estão a passar tantos portugueses ( dados oficiais revelam que ao fim de um ano de política da troika/governo PSD/CDS, mais de 853 000 portugueses estão na pobreza ou mesmo na miséria  só devido ao desemprego) não foi criada por nenhuma trovoada ocasional que se abateu sobre o nosso país nem "o desemprego é uma coisa boa para mudar de vida" como escandalosamente e sem pingo de vergonha referio o primeiro-ministro, há tempos, na comunicação social. Esta situação política tem responsáveis e as consequências são aquelas que infelizmente  nos indicam, para alem do mais,  que todos os dias em Portugal 800 pessoas ficam sem trabalho.
 
Isto é insustentável.
 
Temos que arrepiar caminho urgentemente. 
Tenho confiança que os trabalhadores e o povo em geral  tudo irão fazer (através da sua luta organizada), para que esta situação negra do agravamento doloroso nas condições de vida da grande maioria dos portugueses, acabe de vez, e se mude para outras políticas sociais e económicas que conduzam o país no sentido do aprofundamento da democracia, do progresso e do seu desenvolvimento.
 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Violências do desemprego



Por Carvalho da Silva, no jornal «JN»


A revista Economia Pura (fev. 1999) publicou um artigo de Amartya Sen onde este enuncia várias penalizações do desemprego. É de enorme atualidade esse enunciado, pois as violências que recaem sobre os de-sempregados não diminuíram.
O primeiro-ministro (PM) ao afirmar "despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade", mostrou quão balofo é o seu conceito de modernidade e a conceção neoliberal que está inculcada no seu pensamento, demonstrou ausência de vida vivida e de dimensão cultural.
Perante os dados do desemprego relativos ao final do primeiro trimestre - 819 300 desempregados, mais de um milhão e 200 mil de-sempregados e subempregados, uma taxa de desemprego de 36,2% nos jovens até aos 25 anos - o PM não foi capaz de encarar o problema e dizer algo de sensato e responsável. A sua postura de "boa pessoa" e "homem educado" não o torna menos perigoso na condução do governo do país!
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) agendou para a Conferência Anual que se inicia no próximo dia 1 de junho, o tema "A crise do emprego jovem: tempo de agir", porque este grave problema está a tomar "proporções sem precedentes" em resultado da atual crise e da "crise antes da crise", ou seja, da desregulação do mercado de trabalho, da precarização generalizada, da rutura de solidariedade entre gerações, e das políticas de austeridade e empobrecimento em curso.

domingo, 20 de maio de 2012

Sporting 0 - 1 Académica


A Académica conquistou esta tarde no Jamor com um golo de Marinho aos 4 minutos a Taça de Portugal  desta época, conseguindo  assim levar a  segunda taça na  história do clube, para Coimbra.




O Sporting entrou muito apático na partida indo melhorando com o passar do tempo  o seu fio de jogo, não conseguindo, contudo, por falta de engenho e arte tirar o "autocarro" da Académica da frente da baliza e dar a volta ao resultado.
Foi mais um ano desportivo, negativo para o Sporting que no início da temporada se apresentava ( na voz dos seus dirigentes e dos mais fervorosos adeptos) com um projecto para ganhar muitas coisas e dar muitas alegrias aos seus sócios e simpatizantes mas, no fim, acaba mais um ano sem ganhar nada.
Bem sei que se pode dizer que apenas estamos no primeiro ano de um projecto para três, mas pelo "andar desta carruagem" muita coisa terá que ser feita no futuro próximo para que o Grande Sporting do passado volte novamente a ser uma grande equipa de referência no futebol nacional.

Este não é, certamente, para muitos sportinguistas da minha geração o nosso SPORTING.

Hoje pode ser dia de cinema (57)

Realização: Nadav Lapid




Sinopse

Yaron faz parte de um grupo de polícias de elite, que faz parte da unidade Anti-terrorismo de Israel. Ele e os seus colegas são a arma; a pistola que o Estado aponta aos seus inimigos, o ‘ inimigo árabe’. Yaron venera a sua unidade, a camaradagem, o seu corpo viril, a sua beleza. Ele está entusiasmado, a sua mulher espera um bebé em breve; pode ser pai a qualquer minuto. Um encontro com um grupo radical vai fazê-lo confrontar-se com o confronto de classes em Israel bem como com uma guerra que existe dentro de si próprio. «sapocinema »

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 19 de maio de 2012

Sendo sábado, temos música (125)





Finalmente a Sós

Jorge Palma


Antes de teres aberto o bar
antes de teres mirado o rio
eu era alguém
ás costas de outro alguém
trouxeste mais contradições
trouxeste mais opiniões
e agora sou mais outro zé ninguém

finalmente só
finalmente a sós

quando eu já estava a sossegar
quando eu já estava a adormecer
vi-te dançar e a minha paz morreu
odeio a luz do teu olhar
quando não brilha só pra mim
pensei que fosses um brinquedo meu

finalmente só
finalmente a sós

finalmente só
finalmente a sós (2x)


Bom sábado, boas notícias e boa música.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Isto é a democracia neoliberal, seu ganda maluco!...

O Conselho de Redacção do jornal Público acusa, em comunicado, o ministro Miguel Relvas de pressões indevidas sobre uma jornalista do diário.

[aqui]

O ministro e o "coiso".









Questionado pela Oposição sobre os números do desemprego, respondeu assim: ( clicar aqui)


 



quinta-feira, 17 de maio de 2012

O estigmatizado



Por Octávio Teixeira, no Jornal «negócios»


As afirmações de Passos Coelho sobre desemprego e desempregados são estultas, demonstram insensibilidade perante os dramas do desemprego, ofendem um milhão de desempregados.

Insensatez considerar que ser despedido representa uma livre escolha, uma forma de mobilidade. É intolerável que um primeiro-ministro possa sustentar que o despedimento imposto pela entidade patronal alguma vez possa ser uma livre escolha do despedido.

Insensibilidade irresponsável pretender encarar o desemprego como uma oportunidade para mudar de vida, desconhecendo ou fazendo tábua rasa dos dramas pessoais e familiares que se abatem sobre os desempregados, a nível material como a nível psicológico, em especial sobre os mais de 400 mil desempregados de longa duração e os sem subsídio.

Insultuoso e ofensivo dos desempregados verbera-los, em particular aos jovens licenciados, por cometerem o crime de quererem encontrar um emprego, de pretenderem ser trabalhadores por conta de outrem, e chamar-lhes ineptos por não abandonarem essa cultura ultrapassada e não se tornarem microempresários.

Não estamos perante um qualquer deslize do primeiro-ministro, como ele próprio fez questão de esclarecer ao reafirmar que não retira uma vírgula ao que disse. Nem se trata de uma alegada interpretação incorrecta das suas afirmações.

O grave, o grande problema para o País, é que elas decorrem do seu estrutural e retrógrado pensamento económico e social. Emprego não mais. E não choraminguem, emigrem ou virem pseudoempresários.

Numa coisa, porém, acerta: o desempregado não pode ser estigmatizado. O seu problema é não encontrar emprego. O estigma recai por inteiro sobre quem provoca o "tsunami" de desemprego, não se arrepende e agride a dignidade dos desempregados.

Capas de Jornais (37)



Infelizmente os números do desemprego são ainda mais elevados do que estes apresentados nesta capa do Público.
Toda a gente já entendeu que o verdadeiro número de pessoas sem trabalho é desastroso e ultrapassa em muito um milhão. Logo, não vale a pena mistificar uma realidade que infelizmente todos nós sentimos nas nossas famílias com os desempregados lá por casa.
Agora,que muita gente já viu que o caminho não pode ser este, seria conveniente que as troikas e os seus entusiásticos apoiantes (promotores objectivos destes resultados), ouvissem finalmente aquilo que muitos economistas de esquerda dizem desde o princípio: "que recessão em cima de recessão só nos pode conduzir à miséria e à fome".

É tempo de lutar e obrigar os dirigentes políticos deste país a  arrepiar caminho para que o nosso  futuro e o dos nossos filhos não fique mais hipotecado do que já hoje se encontra.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Almada: Actividades físicas gratuitas em Maio

O programa «Almada Mexe Comigo» está de regresso este mês de Maio com actividades físicas gratuitas, sempre ao ar livre e dirigidas a toda a população.

[aqui]

Se estiver por perto e tiver tempo disponível organize-se e faça exercício físico.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O caso das secretas

Miguel Relvas (Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência  ) disse, em Janeiro, que a notícia do PÚBLICO   (sobre o envio do projecto de Silva Carvalho para o Governo) era “totalmente falsa”, admitindo na passada semana, quando o PÚBLICO escreveu o mesmo, que não se lembrava de ter recebido o plano de reforma das secretas feito por Jorge Silva Carvalho.

Andam certamente a brincar , a forma ligeira e atrapalhada como tratam estas questões é no mínimo arrepiante.
Está visto que governar para certas pessoas não passa de um acto menor. Uma brincadeira. Ou não será!?

Ficamos à espera das respectivas conclusões e consequências políticas que o Sr. 1º Ministro terá obrigatoriamente que tirar desta situação.

Os 23 convocados para o Euro 2012.


Imagem tirada do jornal «Público»


Estes são os jogadores escolhidos por Paulo Bento  para a partir do próximo dia 9 de Junho na Polónia e Ucrânia jogarem nesta primeira fase com as equipas da Alemanha dia 9,  Dinamarca dia 13 e Holanda dia 17.

Que todos estes jogadores agora em representação da Selecção Nacional estejam ao seu melhor nível, pessoal e desportivo, e que consigam alcançar os objectivos traçados para esta competição, são neste momento, os nossos votos.

Adenda: Carlos Martins foi substituído por Hugo Viana.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

S(ó)ares

Por Anabela Fino, no Jornal «Avante!»


A eleição do senhor Hollande como presidente de França provocou no Partido Socialista um verdadeiro frenesim, que seria patético se não fosse grotesco. O pontapé de saída foi dado por Mário Soares – quem mais havia de ser? – em entrevista ao jornal i, onde, com a desfaçatez que o caracteriza, o fundador do PS, ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República defendeu que é tempo de o seu partido romper o acordo com a troika, porque austeridade só cria «recessão e desemprego».
Deixando de lado o facto de Soares ter demorado um ano a reconhecer o óbvio, vale a pena atentar na argumentação. O PS, diz, estava comprometido com o acordo porque foi assinado por José Sócrates, mas neste momento o compromisso deixou de fazer sentido.
E porquê? Soares – revelando o seu irreprimível pendor de «maria vai com as outras» – esclarece: «Agora que está toda a gente a falar outra linguagem, porque é que o PS deve continuar a ser fiel ao acordo? (...) [O acordo] Pode ir ao ar. Se não for pelo PS, poderá ser pela própria troika que vai ao ar».
Ou seja, passado um ano de bestial ataque a direitos fundamentais dos trabalhadores e do povo, quando serviços públicos essenciais ao bem-estar da população foram ou estão em vias de ser desmantelados – da saúde ao ensino, da habitação à protecção social, dos transportes às comunicações –, quando a exploração do trabalho atingiu níveis inauditos e mais medidas estão na forja para reduzir a nada o trabalho com direitos, quando o roubo nos salários e subsídios lançou na miséria milhares e milhares de famílias, quando o desemprego grassa como uma chaga sem controlo atingindo valores nunca vistos e deixando à margem da sociedade um número crescente de trabalhadores sem qualquer apoio, quando os jovens têm como perspectiva emigrar e/ou mendigar a sobrevivência – o fundador do PS conclui que o acordo das troikas pode «ir ao ar».

domingo, 13 de maio de 2012

Hoje pode ser dia de cinema (56)

Precisamos falar sobre o Kevin

Realização:Lynne Ramsay





Sinopse

Eva coloca as suas ambições e carreira de parte para dar à luz Kevin. A relação entre mãe e filho revela-se difícil desde os primeiros anos. Quando Kevin tem 15 anos, faz algo irracional e imperdoável aos olhos da comunidade. Eva luta contra os seus próprios sentimentos de dor e responsabilidade: Terá alguma vez amado o seu filho? E quanto do que Kevin fez foi sua culpa?

Bom domingo e bons filmes.


sábado, 12 de maio de 2012

Que merda é essa!?...

Então ficar no desemprego é bom?

Então não ter trabalho e dinheiro para alimentar a família é bom; nem perspectivas de o arranjar é uma boa oportunidade de mudar de vida?

Mas que vida é essa (a não ser de miséria) para os mais de um milhão de desempregados que vivem este momento no desespero e abandono total, por parte destes camaroteiros políticos que estão no Governo cheios de mordomias  pagos com os nossos impostos?

Parece-me que esta gente anda a  brincar com o fogo...

Felizmente apareceu uma boa notícia.

foto Luís Manuel Neves / Global Imagens


Carlos Martins anuncia que foi encontrado um dador para o filho.

Bernardo Sassetti (1970-2012)






Faria no próximo mês de Junho 42 anos.

Dizem as notícias de ontem que Bernardo Sassetti terá caído de uma falésia na zona de Cascais quando tirava fotografias.

Á família e aos amigos de Bernardo Sassetti  Ponta Esquerda endereça as suas condolências.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Governo & troika dizem-se "surpreendidos" com o aumento do desemprego – Gigantesca campanha de manipulação da opinião pública

Por Eugénio Rosa, no sítio «resistir.info»

Nos últimos dias, após a divulgação pelo Eurostat dos dados sobre o desemprego que revelaram que em Março de 2012 o desemprego em Portugal tinha subido de novo significativamente, o governo e os seus "amigos" da "troika", assim como os defensores do pensamento económico neoliberal dominante nos media multiplicaram-se em declarações. Manifestaram a sua surpresa pelo aumento do desemprego, como isso não fosse o resultado inevitável da política de austeridade violenta e de cortes brutais na despesa pública que estão a impor aos país. Um autêntico coro de "lágrimas de crocodilo" com o objectivo desresponsabilizarem-se e de enganar os portugueses. É mais um exemplo de uma campanha gigantesca de manipulação da opinião pública que, infelizmente, muitos jornalistas e os maiores media se prestaram não divulgando opiniões contrárias .

Para ler artigo completo aqui.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os nossos técnicos de Finanças

Por Joana Lopes, no seu blog «Entre as brumas da memória»



A frase que ficará do dia de ontem será certamente a que Vítor Gaspar usou para responder a uma interpelação de Honório Novo na Assembleia da República: «Eu não minto, não engano, não ludibrio».

Para além de parecer humor negro se nos lembrarmos do que tem sido a política deste governo nos últimos meses, a afirmação tem aquele carácter categórico que caracteriza personalidades desinteressantes e moralistas, mas perigosas, que pretendem transpirar seriedade por todos os poros e que se consideram acima de todas as suspeições – até a de serem considerados «políticos».

Impossível não recordar o português mais «virtuoso» de sempre, que também afirmava, em 1928: «Represento uma política de verdade e de sinceridade, contraposta a uma política de mentira e de segredo». Ou o nosso nunca assaz celebrado presidente da República, que nunca se engana e que raramente tem dúvidas.

Três técnicos de Finanças, certamente por acaso...

O cavaco, o cherne e o coelho


Por Filipe Diniz, no Jornal «Avante!»


Existe um fórum «informal» chamado Conselho para a Globalização, constituído pela COTEC sob o alto e sempre brilhante patrocínio de Cavaco Silva.
Esteve reunido em Cascais, com o objectivo de trocar opiniões sobre o seu tema e «em última análise, sobre o relançamento da economia portuguesa». Nele participaram «gestores de topo» de amigos do relançamento da economia portuguesa como são o Lloydfs Banking, o Crédit Suisse, o ABB Group (a cujo apoio a economia portuguesa deve o desmantelamento da Mague e da Sorefame), o Unite Investment Bank, a Peugeot/Citroen, a Renault/Nissan, entre vários outros do mesmo calibre.
Participaram também Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho, igualmente interessados no relançamento da economia portuguesa, «em última análise». E o que esse trio (mais uma troikac) disse é de registar.
Cavaco manifestou a sua preocupação pelo desemprego existente. Mas confia em que melhore «já no segundo semestre». Porquê? Primeiro, porque tem pessoalmente «recolhido indicadores positivos um pouco por todo o País». Depois, porque confia nas capacidades do INE em martelar as estatísticas. Está certo que os dados do INE serão «muito menores» do que os do Eurostat.
Barroso e Coelho repetiram a habitual ladainha dos «factores de competitividade e da reforma do mercado laboral» (leia-se mão-de-obra barata, precária e sem direitos). Barroso teve a lata de dizer que, «para corrigir os enormes e insustentáveis desequilíbrios a que Portugal chegou, é necessário executar um corajoso programa que combine ajustamento orçamental com reformas estruturais. É o que Portugal está a fazer e, até agora, muito bem». E acrescentou ainda uma nota de intimidação contra a resistência dos trabalhadores e do povo: «Quanto maior for a determinação e consenso nacional nesses países, mais será evidente a solidariedade dos países europeus com Portugal».
Coube a Passos Coelho a formulação mais sincera, e também a mais indigna. Disse aos participantes: «aqueles (os gestores de topo) que já vendem Portugal no estrangeiro podem ajudar a reforçar a imagem do País».
É gente desta que anda a apelar à auto-estima do País.
O País só terá verdadeira auto-estima quando correr com eles de vez.

O estranho caso do anexo


Por Manuel António Pina, no jornal «JN»


Foi "com tranquilidade mas com convicção" que o ministro das Finanças assegurou ao Parlamento, onde estava a ser ouvido sobre o controverso Documento de Estratégia Orçamental: "Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio" (poderia ter usado mais sinónimos, mas ficou-se sensatamente por aqui).
A solene declaração de Vítor Gaspar foi suscitada pela intervenção do deputado do PCP Honório Novo, que o acusara daquelas coisas feias todas por o documento entregue em Bruxelas ter chegado à AR sem o Anexo II, com previsões sobre o desemprego nos próximos anos.
Fosse Vítor Gaspar teólogo, e não economista, e Honório Novo filósofo, e não engenheiro, e a Assembleia teria ontem assistido a um estimulante debate acerca das singularidades do conceito de "verdade". Não mentir, não enganar, não ludibriar implicará falar verdade? E omitir?, terá omitir, além de semelhanças fonéticas, afinidades semânticas com mentir? Será a verdade "toda a verdade e nada mais que a verdade" ou uma parte da verdade já é verdade que baste?
Seria um diálogo de surdos, tão instrutivo como o diálogo que também houvesse sobre o conceito de "ajuda" aplicado ao chamado memorando da "troika". Poderiam ser ambos enviados para Bruxelas como Anexo III, mas Bruxelas ligar-lhes-ia tanto quanto a realidade liga aos números do desemprego do Anexo II.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Uma esperança de mudança?

Por Octávio Teixeira, no jornal «negócios»


Os resultados eleitorais, em França e na Grécia, devem implicar alterações na política europeia. Porque, inequivocamente, o que foi derrotado em ambos os países foi a estratégia política da submissão aos "mercados" e da austeridade a todo o preço, à custa dos cidadãos e da economia e em proveito do sistema financeiro.

Particularmente expressivo na Grécia, o primeiro país submetido à ditadura da troika, onde o bloco central de apoio aos programas de resgate perdeu 60% do seu peso eleitoral. Ignorar tão enérgica manifestação de vontade do povo grego seria uma total irresponsabilidade dos governantes europeus.

Mas também em França. Um primeiro e importante significado da vitória de François Hollande foi o de pôr termo ao tandem Merkozy, à dupla Dupont e Dupont que tem imposto a austeridade em toda a União e a rota no sentido do desastre. E, é evidente que esse facto e as suas afirmações de que a austeridade não é inevitável surgem como a expectativa de uma luz ao longe.

Mas confesso que é reduzida a minha esperança de que Hollande tenha a coragem de afrontar os interesses financeiros e a ortodoxia de Merkel. É um mau sinal Hollande parecer já ter passado da posição de renegociação do tratado orçamental para a de aceitar a sua ratificação complementando-o com uma adenda sobre o crescimento. É um sofisma porque o tratado orçamental impõe austeridade permanente e ilimitada, não deixando espaço nem condições para o crescimento e o desenvolvimento.

Esperemos que não vá por aí, que não capitule e não se limite a substituir a aliança Merkozy pela Merkollande. Porque os resultados eleitorais, em França e na Grécia, mostram também que a via da austeridade bruta alimenta perigosamente a extrema-direita racista, xenófoba e nazi.

De recurso em recurso ...

... Isaltino Morais se vai safando de cumprir a pena a que foi condenado em 2009.

Até quando se manterá este "romance" da condenação sem execução (por via de recursos) de penas na justiça portuguesa?

domingo, 6 de maio de 2012

Hoje pode ser dia de cinema (55)

Na Terra de Sangue e Mel

Realização:  Angelina Jolie

(a estreia de Angelina Jolie na realização)




Sinopse


Durante a Guerra da Bósnia um soldado que lutava pelos Sérvios reencontra uma mulher Bósnia que é capturada pelas tropas Sérvias e deportada para um campo de concentração. E é no meio deste cenário de guerra, que irá nascer o romance entre um sérvio e uma muçulmana. «sapocinema»


Bom domingo e bons filmes.


sábado, 5 de maio de 2012

Sendo sábado, temos música (124)




Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai se dar mal, etc e tal
La, laiá, la laiá, la laiá


Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Capas de jornais (36)



Já somos os campeões do desemprego, dos baixos salários, da precariedade no trabalho, do corte nos benefícios sociais aos mais carenciados. Somos ainda, pelo anunciado, o país que mais cortou nos salários públicos em 2011. 

-Tudo certinho, na política de miséria imposta pelas troikas que está a conduzir o país ao descalabro e ao desastre.

A tudo isto é preciso resistir com a luta organizada para vencer.  Obrigando os (des)governantes a  mudar de políticas e a colocar Portugal entre os países desenvolvidos e democráticos, donde perigosamente nos estamos a afastar todos os dias.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Fernando Lopes (1935 - 2012)



"Sou um cineasta improvável."


Realizador de BELARMINO (1964),  UMA ABELHA NA CHUVA (1971), NÓS POR CÁ TODOS BEM (1978), CRÓNICA DOS BONS MALAMDROS (1984), O DELFIM (2002).

Faleceu ontem em Lisboa.

Rotunda democrática



Por  Jorge Cordeiro, no Jornal «Avante!»

Rotunda será, por definição, um espaço onde se circula simulando movimento em dado sentido ainda que sem aparente direcção. Ou, por empírica observação ao alcance do senso comum, aquele espaço privilegiado para se pode andar às voltas sem se perceber, até dado momento, para onde se pretende ir. Será certamente a pensar na citada figura que o PS proclamou em termos de ameaça dirigida ao Governo aquilo que designa, ainda que por manifesta inexactidão, como «ruptura democrática» quando, em rigor, o que os dirigentes do PS terão desejado anunciar seria quanto muito uma reinventada «rotunda democrática».
Em boa verdade, presente no conceito «democrático» de ruptura que o PS agita, está aquele andar à roda, aquele simular de movimento em dado sentido para, na primeira distracção dos que o observam, adoptar a direcção de sempre. Assim tem sido em todas as situações e circunstâncias. Seja nos tempos de hoje, com aquele simular de divergência a propósito das alterações à legislação laboral ou do tratado europeu de submissão nacional em que, depois de dadas as devidas voltas em torno das questões, aí temos o PS em proclamada ruptura «democrática» a abraçar com os partidos do Governo os projectos comuns que os une. Seja aqueles outros em que, brandindo por aí a ameaça de uma qualquer ruptura «democrática» com os que hoje põem em causa a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública, se dão as voltas suficientes para que, estonteados com o movimento, poucos recordem que em cada um dos ataques dirigidos pelo actual Governo contra estes direitos está lá a mão precursora do PS a desbravar o caminho que agora outros continuam. Seja ainda naquele mais impressivo rasto deixado na sua curta história de vida em que o PS, sob a proclamada dimensão «democrática» de um alegado socialismo que simula, circula sem parar, volta sobre volta, nessa imensa rotunda da política de direita que lhe pulveriza a credibilidade, nega a razão e desmente a sua própria denominação.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sem pingo de vergonha

Por Manuel António Pina, no «JN»



O 1.º de Maio, que se comemora em todo o Mundo, evoca a luta dos trabalhadores de Chicago e a repressão policial que, nesse dia e seguintes de 1886, provocou dezenas de mortes entre os operários que reclamavam não mais de 8 horas de trabalho por dia.
O patronato não gosta do 1.ºo de Maio, como não gosta de jornadas de trabalho de "apenas" 8 horas. E, como os tempos vão de feição, este ano, à semelhança de 2011, as grandes superfícies, propriedade de alguns dos "Donos de Portugal", romperam o compromisso de fechar nesse dia. Por isso os sindicatos convocaram uma greve dos trabalhadores dessas lojas, em geral precários e miseravelmente pagos.
O Pingo Doce não esteve com meias medidas: para evitar que os seus empregados aderissem à greve, anunciou para ontem (só ontem) uma "promoção" de 50% em compras de mais de 100 euros, usando o desprezível processo de atirar consumidores contra trabalhadores e humilhando estes com um dia de trabalho se possível ainda mais penoso, no meio do caos generalizado, filas, discussões, agressões e incidentes de toda a ordem.
Lá longe, na Holanda, Alexandre Soares dos Santos deve estar a rir-se. Ele sabe bem que, como diz um anúncio do seu Pingo Doce, nas "'promoções', baixa-se o preço de um lado e aumenta-se do outro e (...), quando se fazem as contas, gastou-se mais do que se poupou".

terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia Internacional do Trabalhador



EM LISBOA - MANIFESTAÇÃO DA CGTP 14H30

MARTIM MONIZ - ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES.

Viva o 1º de Maio! Viva o Dia Internacional do TRABALHADOR!