sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A frase do dia:"É mentira"


O Presidente da República garantiu hoje aos jornalistas ser “mentira” que tenha feito, durante a visita à Coreia do Sul, uma declaração tranquilizadora sobre o BES. Este esclarecimento de Cavaco surge depois de ser tornada pública uma carta enviada ontem ao Parlamento por Ricardo Salgado, na qual revela que teve reunido não uma das duas vezes com o chefe de Estado para lhe pedir apoio institucional e confiança nos planos de recuperação do BES. (Notícias ao minuto)



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Baratas tontas

Por Jorge Cordeiro, no jornal «Avante!»

Não sei, nem arrisco a origem daquela tão velha, quanto conhecida, expressão de «baratas tontas». Embora pudesse parecer, não se crê poder ter sido inspirada – pela óbvia e tangível constatação da considerável idade dessa expressão – na estonteante produção argumentativa sobre a «esquerda» que politólogos e sociólogos expõem, naquele tom a meio caminho entre o lamuriante e o científico que a patranha exige. Com variantes – desde os que se consomem na procura de uma esquerda que encaixe nos seus padrões social-democratas, aos que se esgotam na procura da esquerda que de todo se recusam a ver – todos, sem excepção, coincidem num objectivo: o de, ignorando a realidade nacional política e social, procurarem justificação para o seu alinhamento com a política de direita recorrendo àquele ar de «intelectual de esquerda» que a conjuntura externa recomenda, para disfarçarem o seu comprometimento com o grande capital.
Nada que surpreenda. Ornamentadas por umas quantas citações da cátedra dominante, o que está de regresso são as velhas teses que, antes, a propósito dos méritos infindáveis atribuídos ao movimento anti-globalização, da descoberta dos movimentos inorgânicos e agora, da redescoberta de uma «nova esquerda» procuram apaziguar consciências, lavar comprometimentos com a direita, inventar novas diversões. Para esta plêiade de pensadores tudo que não comprometa o poder dominante, que não ponha em causa a estrutura sócio-económica do capitalismo monopolista, que aponte uma saída para por via de soluções social democratizantes preservar o essencial do capitalismo, serve para papaguearem as suas teses. Mesmo que não se dêem ao cuidado de observar o ridículo do que escrevem ou as contradições que expressam, toldados que estão pelo irreprimível desejo de atacar o PCP. Para lá do arsenal bafiento desenterrado do baú anti-comunista onde se formaram – sobre a esquerda conservadora ou dura, a repulsa pelo orgânico ou a vetustez dos sindicatos – junta-se, agora, a fantasiosa tese de que em Portugal «a esquerda» tem no PCP a principal barreira que «seca tudo à sua volta». Compreende-se a frustração de quem querendo negar a realidade sonhe poder pintar a sociedade com as cores que o grande capital lhes fornece. Mesmo que só façam borrada.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Sendo sábado, temos música (229)



Maria la portuguesa


En las noches de luna y clavel
De ayamonte hasta villareal
Sin rumbo por el rio, entre suspiros
Una canción viene y vá
Que la canta maría
Al querer de un andaluz.
María es la alegría, y es la agonía
Que tiene el sur.
Que conoció a ese hombre
En una noche de vino verde y calor
Y entre palmas y fandangos
La fue enredando, le trastornó el corazón.
Y en las playas de isla
Se perdieron los dos
Donde rompen las olas, besó su boca
Y se entregó.
Ay, maría la portugesa
Desde ayamonte hasta faro
Se oye este fado por las tabernas
Donde bebe viño amargo
Porque canta con tristeza
Porque esos ojos cerrados
Por un amor desgraciado,
Por eso canta, por eso pena.
¡fado! que me faltan su boca
¡fado! porque me falta sus ojos
¡fado! porque se fue por el rio
¡fado! porque se fue con la sombra
Dicen que fue el te quiero
De un marinero, razón de su padecer
Que en una noche en los barcos
De contrabando, p'al langostino se fue.
Y en las sombras del rio,
Un disparo sonó.
Y de aquel sufrimiento, nació el lamento
De esta canción.
Ay, maría la portugesa
Desde ayamonte hasta faro
Se oye este fado por las tabernas
Donde bebe viño amargo
Porque canta con tristeza
Porque esos ojos cerrados
Por un amor desgraciado,
Por eso canta, por eso pena
¡fado! que me faltan su boca
¡fado! porque me falta sus ojos
¡fado! porque se fue por el rio
¡fado! porque se fue con la sombra.
Bom sábado, boas notícias e boa música

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Gostei de ler...

...Diogo Serra, no Facebook

Faz hoje 35 anos que o IV governo provisório (26 de Março de 1975 – 8 de Agosto de 1975), chefiado por Vasco Gonçalves, criou em Portugal o subsídio de desemprego (o mesmo Vasco Gonçalves que, à frente de outros governos provisórios, criou também o salário minímo, o subsídio de férias e o subsídio de natal). Para a vida de muitos milhares de portugueses em situações sociais desesperantes, é ainda, face ao persistente desemprego, o único e magro provento com que contam, resultado dos seus descontos e não, como os propagandistas neoliberais querem fazer crer, benesses do estado ou destemperamento orçamental. A medida da sua força, nos dias que correm, pode ser avaliada, simultaneamente, em dois tabuleiros: é encarado naturalmente, como o ar que se respira, como se não tivesse história, por grande parte da população; e é alvo dos maiores ataques (no limite: para o liquidar) por parte dos partidos da burguesia.
A sua implementação foi possível porque havia, obviamente, um governo provisório, na sua geometria variável, vinculado à luta dos trabalhadores, ao seu objectivo socialista, e com força política bastante para avançar com ousadia e firmeza. Mas foi fundamentalmente porque o movimento de massas se desenvolvia e arrancava conquistas democráticas aos exploradores, nomeadamente com as nacionalizações dos sectores-chave da economia, que o governo provisório pôde actuar desse modo. Uma lição para o futuro.

Tenham um bom dia!