sábado, 31 de maio de 2014

Sendo sábado, temos música (209)



Foi num baile funk, chegou de madrugada
Desencabulada, quase tava nua,
e ainda assoviava um refrão.
Isabel morena, do cabelo cacheado
Uma poesia de cintura e boca,
de olhar atento e sedutor.
Foi num baile funk, danço desesperada
Seu suor banhava os parceiros muitos
e o refrão cantava sem pudor
Aiê, aia...
Isabel morena, do cabelo cacheado
Uma poesia de cintura e boca,
de olhar atento e sedutor.
Foi num baile funk, danço desesperada
Seu suor banhava os parceiros muitos
e o refrão cantava sem pudor
Aiê, aia...

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

As 50 grandes corporações que controlam o mundo

Um artigo do insuspeito El País com interessantes dados sobre o processo como, no quadro da crise sistémica do capitalismo em curso, as megaempresas lutam pelo domínio de sectores estratégicos e aceleram o mercado de fusões e aquisições. Ou seja, de como a crise dá lugar a um processo de ainda maior centralização e concentração do capital, de crescimento do poder global do capitalismo monopolista de Estado.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

O frete às troikas

Por Margarida Botelho, no jornal «Avante!»

Se há coisa que os resultados eleitorais do passado domingo evidenciam é que cresce o número dos portugueses que reconhecem que PS, PSD e CDS, que se têm ao longo das últimas décadas sucedido nos governos, têm praticado a mesma política de direita que nos trouxe até à situação em que estamos agora, e que essa política tem que ser rejeitada o mais depressa possível.
Juntos, os partidos da troika nacional perdem mais de 400 mil votos, passando de 66,6% em 2009 para os pouco mais de 59% agora registados.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mais uma ajudinha

Quanto a essa questão (disponibilidade...), qual é a pressa!!?

Entretanto nas sedes dos partidos do desgoverno, vão-se vazando taças à saúde do partido da "mãozinha caridosa" que nos momentos difíceis para a direita, tem dado sempre uma ajudinha preciosa.

A desgovernação pode, para já, dormir e ressonar descansada que, nos próximos tempos vamos ter  apenas  os problemas internos do PS, a passar na comunicação social.

terça-feira, 27 de maio de 2014

PARLAMENTO EUROPEU CONTINUA NAS MÃOS DA AUSTERIDADE

Por Pilar Camacho, em JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS





A pulverização do eleitorado nas eleições de 2014 é real nas urnas mas será aparente no Parlamento Europeu, onde o neoliberalismo austeritário continuará a ter um poder representado por quase 70% dos eurodeputados eleitos, contando ainda com a possibilidade de recorrer à reforçadíssima legião fascista.
As vitórias de partido fascistas em França, no Reino Unido e na Dinamarca, sempre acima dos 25% dos votos, representam, “sem dúvida, um ponto de viragem assustador na União Europeia”, alarma-se um alto funcionário do Conselho Europeu, em Bruxelas. “Ouvi muitos analistas durante as últimas horas tecendo considerações em torno da subida dos chamados ‘eurocépticos’, o que, explicado dessa maneira, me surpreende e assusta”, acrescentou. “Tais comentadores estão a usar esse termo baralhando zonas do espectro político entre a extrema direita e a esquerda contribuindo assim para esconder, voluntaria ou involuntariamente, a realidade fascista que ameaça a Europa. Tal como se esconde o fascismo na Ucrânia parece estar-se agora a dissolvê-lo dentro da União... Isto não tem nada a ver com a criação das comunidades, de certa maneira é o seu oposto”.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Capas de jornais (69)

O meu vizinho do 5.º Esq. comentou assim os resultados eleitorais de ontem:
70% dos inscritos, estiveram-se cagando para ir votar. Tanto lhe faz que esteja lá o José, o Pedro  o Paulo, ou os três. Esperam certamente que um milagre qualquer resolva os seus problemas e anseios. Logo, poderá ser o Sr. Bispo, o totoloto, a raspadinha, o Benfica, o Sporting, etc., etc.

Os outros que votaram, 60%, entendem que a troika interna é que é bom porque são todos muito colunáveis, usam boas águas-de-colónia, vão aos restaurantes caros, fazem-se transportar em carros de alta gama,  têm todos bonitas (muito bonitas!) secretárias e, porque sim!!! 
O restantes, descontando os que não elegeram ninguém, são os que andam na vida (cada qual à sua maneira!) de mangas arregaçadas na procura de um País melhor, mais fraterno e mais justo.

Concluiu a sua análise, com o seguinte comentário: Agora vem aí A Copa, O Verão, A Praia,  As Férias, Os Concertos de Verão, A Melancia  e, este povo, vai continuar na sua vida "para bingo" que a "coluna" já foi!  
  


sábado, 24 de maio de 2014

Sendo sábado, temos música (208)



Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão
Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai
Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará

(desculpem a repetição do tema mas hoje, em dia de reflexão, dei por mim a cantarolar este poema!)

Bom sábado, boas notícias e boa música. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

"É preciso libertar o país deste caminho de subjugação"


(...)Em primeiro lugar, em rigor, a troika não se foi ontem embora do país. De acordo com os termos acordados entre a troika doméstica - PSD, CDS e PS – e a estrangeira, o país ficará sob vigilância reforçada até 2038, o que implicará visitas regulares e uma atenção sobre o cumprimento de um conjunto de orientações e determinações.
Quanto ao balanço, é uma evidência que o país viu agravar-se as condições num conjunto de setores. Temos hoje um desemprego como nunca tivemos depois do 25 de abril. Tivemos a mais profunda recessão desde a segunda guerra mundial. Temos níveis de pobreza que atingem mais de dois milhões de portugueses. Temos o investimento público ao nível dos anos 50 do século passado. Temos um país com mais problemas do que aqueles que tinha e em piores condições para os resolver.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Os robertos

Por Henrique Custódio, no jornal «Avante!»
O Governo tornou-se um espectáculo de «robertos» e ei-los, mimosos títeres eleitorais, a debitar exibições na ilusão dos aplausos. O ministro da Economia, Pires de Lima, apresentado como pessoa sensata e cordial, pôs-se com jogos florais sobre as décimas que sobem e descem na afundada economia portuguesa e que, no seu fino faro de empresário cervejeiro, garantem um progresso de alto coturno, enquanto Paulo Portas, que mimetizou a pose de Estado em estado de pose, anda por aí invariavelmente a rir sem ninguém perceber porquê. No meio disto o ministro da Saúde, o tal comprado a peso de ouro como mago do fisco, propõe-se, por entre o barulho das luzes, impor a censura aos profissionais de Saúde para esconder a destruição em curso do SNS, rematando o chanceler Passos com conselhos de ministros extraordinários em plena campanha eleitoral para documentar o «caminho do crescimento» que aí vem, ignorando, olimpicamente, o que a sua política aqui pôs: (mais) 400 mil desempregados, 37 mil milhões de euros roubados aos trabalhadores e pensionistas com a maior carga fiscal da história democrática do País e de toda a União Europeia.
A estes bonifrates, nem o público infantil os atura.
Vem a propósito recordar o que disse há dias, em entrevista ao Público, Philippe Legrain, conselheiro económico de Durão Barroso entre 2011 e Fevereiro passado.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dia 25 de Maio Vota CDU!


  (Tempo de antena do PCP no dia 12 de Maio de 2014)

Por que vais tu votar  na CDU no próximo dia 25? -Perguntava eu ao meu vizinho do 5.º Esq. -Resposta pronta!- "Porque nunca a CDU traiu o Povo e o País". E, como diz Jerónimo de Sousa: "O Povo português conhece-nos bem, sabe que nunca viramos a cara à luta antes ou depois das Eleições". E,"dar mais votos à CDU significa dar mais força à luta; pelo País, pelo Povo, por Abril". 

Foi na tarde de ontem que nos encontra-mos casualmente no café, para falar um pouco de tudo ( como é habitual em dois reformados!), o tema Eleições para o Parlamento Europeu, as várias forças políticas concorrentes e respectivos programas, foi o mais destacado. Na longa conversa que tivemos, o meu vizinho lamentou (entre muitas coisas), que a poucos dias do final desta Campanha  Eleitoral, o fundamental não tenha sido debatido e os partidos de maior cobertura mediática (PSD/CDS e PS), apenas tenham tido como preocupação mandar "bocas" uns aos outros e nada dizerem  sobre o que pensam, verdadeiramente fazer, dos votos dos portugueses naquele Parlamento.
Já no fim da nossa conversa, o meu vizinho, deixou um  desejo: "Que no dia 25 de Maio, o Povo português desperte para a realidade política e social que por aqui se vive, e resolva castigar com o seu voto nas urnas os partidos da troika interna, os quais em conjunto ou em alternativa, há trinta e muitos anos andam a destruir a economia o País e as pessoas, beneficiando e prejudicando sempre os mesmos". 
"Dizem uma coisa quando em campanha e fazem o seu contrário quando estão no poder". 

Que o desejo do meu vizinho se cumpra, digo eu!


terça-feira, 20 de maio de 2014

Importante para dia 25 na altura do voto!

17 de Maio: A operação de propaganda do governo celebra a destruição do país

Por Eugénio Rosa, no O Diário.info
O governo PSD-CDS montou mais uma operação de propaganda celebrando a “saída da troika” e o sucesso da aplicação do “memorando”. A verdade, como de costume, é o contrário. Nem o comando da troika abandona as suas imposições sobre a vida dos portugueses, nem as medidas tomadas fizeram mais do que roubar rendimentos, destruir direitos sociais e laborais, alargar a mancha da pobreza e da desigualdade, afundar ainda mais a economia. Não é possível correr com a troika estrangeira sem correr com a troika naciona.

A UE “FAZ MAL ÀS PESSOAS MESMO SEM EXISTIR”


Por José Goulão e Pilar Camacho, em JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS


No Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE) soam “sinais de alarme por todos os lados” a uma semana das eleições europeias. “Aqui ninguém se entende, ninguém sabe qual é o rumo, as decisões e contra-decisões sucedem-se”, alerta um alto funcionário do Serviço. “A União Europeia não tem política externa própria numa fase em que a Europa e a Ásia estão em ebulição”;  a alta representante Ashton é “um barco à deriva”, acrescentou.
O sentido mais correcto da tradução da definição do comportamento da baronesa Catherine Ashton pelo nosso interlocutor seria “barata tonta”. Trocámos impressões em várias línguas e ele achou que a ideia de “barco à deriva” seria “mais universal”.
“Repare só nos acontecimentos dos últimos dias, e não vou enumerá-los todos: a Rússia diz que tem respostas para as sanções e numa semana desbloqueia um negócio da China com a China, em discussão há 10 anos, que Putin vai assinar agora a Xangai e garante o fornecimento de gás natural russo por 30 anos; os americanos animam a vocação militarista japonesa e protestos anti chineses em várias ilhas enquanto Putin responde à imprensa de Xangai garantindo que as relações entre a China e a Rússia ‘nunca estiveram num ponto tão alto’; o ministro russo dos Estrangeiros desafia a NATO, diz que as relações com a aliança têm de ser revistas e num ápice desfaz um dos argumentos dos americanos para militarizar a Ucrânia e retira as tropas das fronteiras deste país dando como terminados os exercícios que estava a realizar. E o que faz a Europa perante tudo isto?” – interroga-se o alto funcionário.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Capas de jornais (68)

(na capa do JN)
Todos que habitualmente, passam por aqui, sabem que o Benfica não é o meu clube de eleição. Contudo (e liberto de qualquer hipocrisia), quero  apresentar os parabéns a todos os que ontem celebraram por todo o País o facto de pela primeira vez uma equipa de futebol em Portugal, conquistar numa época, as três provas nacionais: Campeonato, Taça da Liga e Taça de Portugal. 
Com especial destaque para as três pessoas  que no meu modesto entendimento nestas matérias, foram os grandes responsáveis por este feito: Luis  F. Vieira, Jorge Jesus e Luisão; Foram eles que  acreditaram no projecto que tinham feito, lutaram por ele e venceram. 
Muitos parabéns para eles. 

domingo, 18 de maio de 2014

Hoje pode ser dia de cinema (104)



Sinopse
Um erro no usualmente eficaz serviço de entrega de lancheiras (as "Dabawallahs", serviço de entrega de refeições em Bombaim) provoca a relação entre Ila Vaid, uma jovem mulher desprezada, e Saajan Fernandes, um homem perto da idade da reforma. Por via destas lancheiras, ambos iniciam uma correspondência e começam a sonhar com outra vida. (sapocinema)

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 17 de maio de 2014

Sendo sábado, temos música (207)



Eu que em comovo 
Por tudo e por nada 
Deixei-te parada 
Na berma da estrada 
Usei o teu corpo 
Paguei o teu preço 
Esqueci o teu nome 
Limpei-me com o lenço 
Olhei-te a cintura 
De pé no alcatrão 
Levantei-te as saias 
Deitei-te no banco 
Num bosque de faias 
De mala na mão 
Nem sequer falaste 
Nem sequer beijaste 
Nem sequer gemeste 
Mordeste, abraçaste 
Quinhentos escudos 
Foi o que disseste 
Tinhas quinze anos 
Dezasseis, dezassete 
Cheiravas a mato 
À sopa dos pobres 
A infância sem quarto 
A suor a chiclete 
Saiste do carro 
Alisando a blusa 
Espiei da janela 
Rosto de aguarela 
Coxa em semifusa 
Soltei o travão 
Voltei para casa 
De chaves na mão 
Sobrancelha em asa 
Disse: fiz serão 
Ao filho e à mulher 
Repeti a fruta 
Acabei a ceia 
Larguei o talher 
Estendi-me na cama 
De ouvido à escuta 
E perna cruzada 
Que de olhos em chama 
Só tinha na ideia 
Teu corpo parado 
Na berma da estrada 
Eu que me comovo 
Por tudo e por nada

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Amanhã é dia 17. O tal!


(imagem da net)
Precisamente o dia que  foram  anunciando com pompa, circunstância e relógios,  como o da saída Limpa da troika, blá blá!
Mas, irrevogavelmente, a "ocupação" vai manter-se e, tudo fica pior do que estava antes.
A economia fica de rastos; só nos primeiros três meses de 2014 foram destruídos 42 mil postos de trabalho.
Fica uma divida do Estado que é impagável.
Fica implantada no Pais a maior recessão de que há memória desde a Segunda Guerra Mundial.
Fica a emigração forçada como nos tempos de má memória.
Ficam os cortes selvagens nos rendimentos do trabalho, nas pensões e reformas, nos apoios sociais, na saúde, na educação, na ciência, no poder de compra, nos direitos laborais, na segurança no emprego e, nos serviços públicos, como nunca tinha acontecido.
Fica ainda, a limpeza dos bolsos do povo e a retirada de muitos dos direitos que a Constituição consagra.

Dizem-me que amanhã a troika vai embora, por cá fica a destruição económica e a devastação social.
E estas são razões mais que fundamentais para uma participação cem por cento activa nas próximas "Eleições" de dia 25,a fim de contribuirmos para que também a troika interna fique a caminho da porta da rua.



A vergonha social...

...num País onde a miséria e fome existe na grande maioria dos lares portugueses, voltamos a ter hoje, como nos  tempos de má memória: Poucos com muito e muitos com muito pouco ou nada.



Amorim, Soares dos Santos e Belmiro enriqueceram mais de mil milhões de euros. Austeridade não pesou na riqueza das famílias mais abastadas de Portugal.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

“GUERRA ABERTA” EM BRUXELAS POR CAUSA DA UCRÂNIA



Por José Goulão. em JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS
“Aqui dentro está tudo em guerra por causa da Ucrânia”. Quem assim fala é um alto funcionário das comunidades que se declara “farto de tanta birra e tanto amadorismo” a propósito da “descoordenação total entre dirigentes da União” sobre o que fazer com a actual situação ucraniana.
O desabafo foi feito depois do acto solene em que Durão Barroso pôs mil milhões de euros dos contribuintes europeus à mercê de Arseny Iatseniuk, o primeiro ministro não eleito de Kiev e um dos principais responsáveis pela entrega do aparelho militar e de segurança do país aos círculos neonazis e revanchistas.
Sobre a entrega desta verba aos meios que se indignam quando são qualificados como “junta” no poder não há grandes novidades. Diz-se que é para pagar as dívidas do gás natural à Rússia e que em troca deve a Ucrânia realizar as reformas fiscais e estruturais que muitos europeus não ucranianos bem conhecem,  principalmente os mais de 25 milhões no desemprego.
Porém, a “guerra” de que fala o alto funcionário não é por causa deste assunto, que é pacífico porque “está no ADN do golpe de Estado”, para usar uma expressão proferida pelo socialista belga Philippe Bertrand, correndo o risco de ser insultado como perigoso esquerdista. O mesmo Bertrand que se interrogou, em inocente conversa de café, sobre o critério que têm os dirigentes europeus ao entregar mil milhões de euros a um governo que dizem ser “transitório”, a menos de 15 dias de eleições. “Só se já sabem o resultado das eleições”, murmurou o meu amigo belga.

As bruxas!

Por João Frazão, no jornal «Avante!»

Havia um ditado a que minha mãe sempre se referia quando achava estranhas certas coincidências. Dizia ela que não acreditava em bruxas, mas que as há...
Lembrei-me desta referência ao ler, este fim-de-semana, as entrevistas cruzadas de Pedro Silva Pereira, representante do PS de Sócrates e dos PEC, Passos Coelho, o representante do capital de turno no Governo, e António José Seguro, secretário-geral do PS.
Por coincidência, a 15 dias das eleições para o Parlamento Europeu, os entrevistados decidiram falar, e os entrevistadores facilitaram em perguntar, sobre um futuro governo e sobre a possibilidade de entendimentos entre ambos no pós-eleições legislativas.
Com nuances que não devem ser desprezadas, tão ilustres personalidades coincidiram, todas à uma, na ideia de que não descartam arranjinhos entre si.
E eu falo das nuances porque se Passos descarta de uma penada o seu actual parceiro de coligação, já que, apesar do casamento de conveniência que tantas dificuldades conjugais tem ultrapassado, afirma-se disponível para noivar e casar com quem lhe possa dar maiores garantias de estabilidade, já do lado do PS, Seguro, que delira com a maioria absoluta, faz questão de dizer que, mesmo nesse caso, estará disponível para ajuntamentos, pelos vistos mandando às malvas a vontade dos eleitores. Por seu lado, Pedro Silva Pereira manifesta a confiança na possibilidade de, em caso de acordo, o programa de governo ser essencialmente marcado pela orientação política do PS.
Se estas declarações têm o condão de, com bastante clareza, confirmarem o que vimos dizendo há muito – que uns e outros sempre se entendem na base do programa comum da política de direita que querem prosseguir – elas dão um sinal ainda mais claro de qual a opção do momento do grande capital, anunciada por aqueles seus três representantes. É que ao contrário das bruxas, aqui não há lugar a coincidências.
Como afirmou o Secretário-Geral do Partido nos comícios deste fim de semana, para concretizar a política de direita, se não bastarem dois, vão-se entender mesmo os três.
O que deixa ainda mais clara necessidade e a urgência, por muito que lhes custe, da construção de uma alternativa patriótica e de esquerda.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Cáritas diz ser urgente rever critérios do subsídio de desemprego e do RSI


"É urgente reverem-se os critérios do subsídio de desemprego, porque não está garantido que grande parte daqueles que são os desempregados de longa duração venham a encontrar trabalho tão cedo e já ficaram fora desse subsídio", afirmou Eugénio Fonseca. 
Para o presidente da Cáritas, é também necessário que "se reveja, sem preconceitos ideológicos, nem populismos, a medida do rendimento social de inserção (RSI)", notando que se está "a falar, apenas, de contributos a dar para suavizar a agressividade da pobreza".
"Era bom que, com a saída da 'troika', já que se fala na diminuição de impostos, no devolver de alguns recursos que foram retirados às pessoas, sobretudo na massa salarial, que, ao mesmo tempo e desde já, se começasse a pensar numa verdadeira proteção social que assente mais naquilo que são os direitos das pessoas do que em medidas meramente assistenciais", justificou Eugénio Fonseca. (Notícias ao Minuto)

FRANÇA “ENSINA” A DEMOCRACIA POIBINDO-A



Por Sylvie Moreira, em JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS


O governo socialista francês de François Hollande e Manuel Valls proibiu os cidadãos sírios recenseados no país de votarem nas eleições presidenciais de 3 de Junho porque, segundo a opinião oficial francesa, “são uma farsa”.
“Isto é uma pura e simples arbitrariedade num país que pretende dar-nos lições de democracia e direitos humanos”, comenta Shayma Garmakli, estudante em Paris e que soube da notícia através de colegas.
“Nem sequer sei se iria votar, sei de outros sírios que até pretendiam fazer declarações de protesto nos boletins de voto”, prossegue Shayma, “mas isso é um assunto nosso, gostaria de saber o que Hollande chamaria a Assad se ele impedisse os franceses residentes em Damasco de votar na embaixada ou nos consulados”.
A decisão francesa é formal e foi comunicada à Embaixada Síria em Paris. As operações de voto nas eleições presidenciais sírias estão interditas porque, segundo o governo francês, a consulta “é uma farsa”. Paris considera que, neste momento, o que os sírios devem fazer não é eleger um presidente mas aceitar um governo de transição que venha a nascer de uma conferência internacional.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sob pressão de bancos, criação de Taxa Tobin na Europa é adiada para 2016

Por  Eduardo Febbro, no sítio «Carta Maior» 

Paris - Um passo atrás sob a pressão do lobby dos bancos. As eleições europeias serão realizadas no dia 25 de maio e muitos eleitores esperavam ver cumprida uma iniciativa que apontava para a criação de um imposto sobre o conjunto das transações financeiras. Mas a eterna história das boas intenções verbais da União Europeia e a realidade deixou uma nova vítima pelo caminho: a taxa Tobin ou o imposto “Robin Hood”. A famosa taxa inventada pelo economista norte-americano James Tobin (1918-2002) nos anos 70 a fim de evitar que a especulação derrubasse o sistema financeiro deveria entrar em vigor no interior da União Europeia. No entanto, os desacordos entre os Estados e os colarinhos brancos dos banqueiros que trabalham entre grande telas de computador atrasaram uma vez mais sua aplicação, ao mesmo tempo em que reduziram seu alcance inicial.

Triste forma de "baixar" na estatística o desemprego


Trabalho precário no Estado mais do que duplicou em 2013


As formas mais precárias de trabalho -- contratos de tarefa e avenças -- mais do duplicaram em 2013 face ao ano precedente. Haverá agora 24.465 situações desse tipo contra 10.123 casos em 2012. O fenómeno mais do que triplicou no ministério da Segurança Social. Isto acontece num contexto geral de destruição de emprego no sector público.

Crescimento económico anémico não cria mais emprego

Por Eugénio Rosa, no sitio «resistir.info»
O INE acabou de divulgar as Estatísticas do Emprego referentes ao 1º Trim.2014. E os dados divulgados revelam um facto insólito. Entre o 4º Trim.2013 e o 1º Trim.2014 foram destruídos em Portugal 42 mil empregos, pois o emprego total passou de 4.468,9 mil para 4.426,9 mil, invertendo assim, infelizmente, a tendência verificada no último trimestre de 2013 que a propaganda governamental tinha utilizado intensamente para manipular a opinião pública, o que mostra que o aumento do emprego em Portugal é precário com um crescimento anémico. No entanto, apesar da redução do emprego, o desemprego diminuiu no 1º Trim.2014 em 19,9 mil pois, entre o 4º Trim.2013 e o 1º Trim.2014, passou de 808,9 mil para 788,1 mil.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

"Frágil"



Deixo aqui, para todos vós, esta versão do trabalho original do Sting que ouvi à pouco numa rádio e gostei.
Continuação de uma boa segunda-feira.

Festivais de Verão

Costa de Caparica vai receber festival de música portuguesa

De acordo com a organização, o festival O Sol da Caparica decorrerá de 14 a 17 de agosto num recinto localizado próximo da praia de Santo António e de parques de campismo, que acolherá cerca de trinta bandas e DJ, repartidas por dois palcos.Entre os artistas já anunciados estão os Buraka Som Sistema, os Deolinda, os Expensive Soul, o músico António Zambujo, a rapper Capicua, a cantora Rita Redshoes e o brasileiro Gabriel o Pensador.  (Notícias ao Minuto)

O VOTO E OS TANQUES

Por José Goulão, em JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS

Com todo o respeito pelos militares que usam os tanques para defender direitos dos povos, a verdade é que sempre ouvi dizer que o voto é a arma do povo. Reflectir sobre isto levava-nos muito longe porque sabemos que os votos, traduzindo em tese os desejos e vontades dos que os depositam nas urnas, são usados muitas vezes – e cada vez mais pelo mundo fora – para deturpar as esperanças dos que ainda acreditam que a democracia é o veículo capaz de garantir uma governação à medida das maiorias.
Deixemo-nos de ilusões. Há muito que os senhores do dinheiro e os seus aios políticos da governação bipolar aprenderam a fazer com que a democracia formal seja a mais indolor das ditaduras para levar as pessoas a acreditar que escolheram uma coisa mas as circunstâncias, as crises e coisas correlativas não permitem que se cumpra, para já, a sua vontade, ficando para melhores dias desde que se sujeitem a fazer os indispensáveis sacrifícios.

Pois é!..

Uma das três juízas que julgou o caso BCP entendeu que o tribunal deveria ter tido mão mais pesada sobre Jardim Gonçalves, antigo presidente do banco, e os antigos administradores condenados no início de Maio a penas de prisão suspensas por manipulação de mercado. Isto porque, entende a juíza Helena Susano, ter ficado provado que os arguidos tinham conhecimento dos factos antes de 2002. Num acórdão carregado de ironias, a magistrada que votou vencida - por considerar que todos os arguidos, incluindo Christopher de Beck, que foi absolvido de ambos os crimes, deveriam ter sido condenados por manipulação de mercado e falsificação de documentos - diz ser "absolutamente inaceitável" e "inverosímil" que os ex-administradores não tivessem conhecimento dos beneficiários das 17 offshores e dos empréstimos que lhes foram sendo concedidos. Mais inverosímil ainda, afirmou, seria a tese de que os homens de topo fossem aprovando todos os passos com base na confiança nos "soldados rasos" da instituição, isto é, nos funcionários dos escalões inferiores.

domingo, 11 de maio de 2014

Hoje pode ser dia de cinema (103)

Realização:Nicholas Stoller



Sinopse:
Um jovem casal está em dificuldades em se adaptar a novos hábitos e rotinas por força do nascimento da sua filha. A mudança de uma República de Estudantes Universitários para a casa ao lado vai ainda piorar a situação. Barulho, festas e outras transgressões vão fazer com que este casal relembre tudo o que tiveram de abdicar com a chegada da bebé, e lutem pela serenidade e idoneidade do bairro de volta. (sapo cinema)

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 10 de maio de 2014

Sendo sábado, temos música (206)



Trovas Vicentinas 
Carlos Tê / Rui Veloso 

Vós que vos ides por ganância 
Debaixo da capa do cruzado 
Buscando no incerto e na distância 
A mina delirante do el dourado 

Vós que deixais só na rectaguarda 
Um farto giniceu desamparado 
Não sentis testa que vos arda 
Durante o sono repousate do soldado 

Ouvi este ledo trovador 
Por feitos de além - mar pouco tentado 
Não se deixa uma esposa sem amor 
Com o trevo da mocidade eriçado 

E vê-las no poleiro das janelas 
Gastando seus furores em vãs intrigas 
É vê-las nas ribeiras com as barrelas 
Contando oq ue só deus sabe às amigas 

Quanta malícia mal ardida 
Tangem seus olhares pelas esquinas 
Soubesseis os sorrisos de fugida 
Que delas merecem minhas rimas 

E vieis que melhor que a riqueza 
É ter alguém à noite na cama 
Que o diga a presunçosa e vã nobreza 
Que goza a especiaria ao pé da dama 

Por isso se as testas vos ardem 
No lume verrinoso do adultério 
Às línguas viperinas que vierem 
Dizei que ardem pela grandeza do império 

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Este desgoverno tem que ter os dias contados...

(cartoon do jornal Público)
(clique na imagem para ler melhor)

...no próximo dia 25 temos eleições para o PE. É mais um momento oportuno para todos os descontentes com as políticas troikanianas (sempre contra os trabalhadores),  mostrarem o seu descontentamento, não votando naqueles que colocaram Portugal e a grande maioria dos portugueses nesta situação de fome e  miséria.
Há outros caminhos, há outras politicas!
Temos que arrepiar caminho e ir votar naqueles que nunca nos defraudaram. 
Até lá!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Quando o dinheiro fala a verdade cala-se

Por Aurélio Santos, no jornal «Avante!»

Um abundante cabaz de mentiras que já não espantam ninguém porque a mentira tem sido a principal imagem de marca deste Governo.
O DEO (documento de estratégia orçamental) é uma tentativa gorada de estratégia eleitoral com estratégia de roubo disfarçado. Um feroz e perigoso lobo travestido de bondosa avozinha que não consegue esconder as letais garras.
Durante duas semanas foi o redopio das falsas promessas: baixar o preço do gás, da electricidade, o IRS, não subir impostos, blá, blá, blá…
Tudo mentira. Atente-se em alguns números que vale a pena analisar.
Diz o Governo que os funcionários públicos irão recuperar os cortes nos salários até 2019. Falso. Falso porque em 2019 a inflação acumulada nos oito anos decorridos será no mínimo de 14% logo, mesmo que a devolução fosse feita o poder de compra seria então muito mais baixo. Mais falso ainda quando no mesmo DEO há uma previsão até 2018 de uma forte redução da massa salarial de 10,7% do PIB para 8,2%, só possível despedindo milhares de trabalhadores e descendo os salários.
Falsa é também a eventual descida do IRS, pois o documento apresenta uma maior taxa de impostos em 2018.
Economistas credíveis dizem que a possibilidade de as previsões da dívida e de excedentes orçamentais ali apresentados falharem é de 99,8%, e que esses números só se poderiam conseguir destruindo fortemente as já exíguas funções sociais do Estado.
Há neste documento aspectos que são de uma grande clareza social. A estratégia é de esmagar ainda mais os mais pobres. Tome-se o exemplo de um pensionista com uma pensão de três euros que vai recuperar 195 euros, um pensionista com uma pensão de mil euros só vai recuperar 15 euros, um pensionista com uma pensão inferior a mil vai ver a sua pensão emagrecer com o aumento do IVA.
Mas o principal e maior responsável de tudo isto é Cavaco Silva, actual Presidente da República. A ele devemos o País estar à mercê da gula dos mercados. Foi ele que assinou o Tratado de Maastricht na qualidade de então primeiro-ministro. Não tinha que ser assim, quiseram que fosse assim.
Não podemos continuar a legitimar a mentira aceitando-a.
A única saída limpa possível é a saída deste Governo. E se algumas lições se podem tirar é a do que nos acontece quando deixamos a direita governar.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Provocação aos trabalhadores

(imagem da net)

A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (Fesete) anunciou, esta terça-feira, em comunicado, que a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) "apresentou uma proposta de denúncia do contrato coletivo de trabalho (CCT) que mais não é do que um ajuste de contas com os trabalhadores, com o objetivo de roubar todos os direitos negociados nos últimos 40 anos", assegurando que "o corte da retribuição anual num valor que pode chegar aos 2850 euros para os trabalhadores de turnos".
Ler mais aqui.

terça-feira, 6 de maio de 2014

A "saída" é limpa para quem ?

(imagem da net)

Novo corte de salários na Função Pública

A subida das contribuições para a CGA de 11% para 11,2% vai baixar o rendimento líquido aos cerca de 140 mil funcionários públicos e trabalhadores de empresas públicas que ganham menos de 675 euro/mês.
Ler mais aqui  e aqui

domingo, 4 de maio de 2014

DIA DA MÃE

Se em 19 de Março fizémos uma pequena homenagem aos pais, não poderíamos hoje,por todas as razões do mundo, deixar passar o dia da Mãe  sem lhes dar o nosso abraço de Parabéns pelo extraordinário trabalho que desempenham com os filhos e com a família.
A todas as mães,de um modo geral,dedicamos este vídeo, que substitui na perfeição tudo o que de melhor pudéssemos acrescentar!!!







sábado, 3 de maio de 2014

Assim o espero

(hoje na capa do JN)
O governo com problemas na "consciência", lá vai aliviar aqueles que mais precisamente menos precisam.
Os outros que são outros no pensar e no agir, irão nas urnas, responder-lhes com o cartão vermelho do descontentamento  no próximo dia 25 de Maio.
Assim o espero!

Sendo sábado, temos música (205)



"Ao alcance das mãos"
Letra e música: Samuel 

Na minha vida 
há um espaço vazio
Tão cheio de ti
Na minha voz 
há um canto de luta
Que é feito p'ra ti
No meu poema 
há uma nota suspensa
Um acorde rasgado 
vibrando nas cordas
Despertas de sol e surpresa
Por ser já manhã 
e estares junto de mim

Meu amor 
De ser sem saber
Irmão
Dos teus olhos 
parados nos meus
Tão molhados e firmes
Como estes teus dedos 
suados e finos
Que aperto tremendo 
entre as minhas mãos

Que não se pense 
que estou decidido
A mudar de canções
Estamos na mira 
das bocas famintas 
Dos mesmos canhões
Que já aqui nos feriram
Mas que não matámos
E hoje só esperam 
uma sentinela
Que durma no posto de luta
E os deixe lançar-nos ao chão

Meu amor
De ser e ficar 
Irmão
Dos teus olhos 
parados nos meus
Que vigiam a noite
Sorriem quando chega o dia
E vêem o futuro a chegar 
ao alcance das mãos

Há uma flauta chilena
Que grita em cada canção
Há um balanço de samba ferido
Em cada barracão
Há uma trompete
Um batuque africano de guerra
Uma luta tão velha
Que arde a impaciência 
de ver disparada
Esta arma invencível 
que temos na mão

Meu amor
De ser por dever
Irmão
Dos teus olhos 
parados nos meus
Que iluminam a noite
Amanhecem num grito 
de amor e de luta
Que voam fronteiras 
e rompem prisões

Dos teus olhos 
parados nos meus
Tão molhados e firmes
Como estes teus dedos 
suados e finos
Que aperto tremendo 
entre as minhas mãos

Dos teus olhos 
parados nos meus
Que vigiam a noite
Sorriem quando chega o dia
E vêem o futuro a chegar 
ao alcance das mãos.

Bom sábado, boas notícias e boa música.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ar fresco

Por Anabela Fino, no jornal «Avante!»


Por qualquer razão que a razão desconhece Passos Coelho decidiu comemorar o 25 de Abril convidando para almoçar, na residência oficial, um grupo de jovens dirigentes associativos. Os critérios que presidiram à escolha dos convivas não foi divulgado, mas a avaliar pelo resultado é de admitir que a identificação político-partidária e a garantia de que não haveria vozes discordantes tenha sido a bitola.
Se o repasto foi à porta fechada o mesmo não se pode dizer do aperitivo político servido no jardim do Palácio de São Bento sob o olhar atento dos media.
Quiçá inspirado pelo sol primaveril e pelo verde das plantas, o primeiro-ministro armou-se em jardineiro para transmitir a sua mensagem, cuja inclui a asserção de que «a democracia e a liberdade têm de ser regadas com muito cuidado todos os dias». Se a coisa tivesse ficado por aqui nada haveria a apontar, exceptuando naturalmente o facto de a frase nada ter de original para além de ser factualmente incorrecta, já que nem só de água vivem os jardins, mesmo os da democracia, que correm o risco de definhar por afogamento e míngua de substrato, para já não falar das ervas daninhas que tendem a proliferar se não as cortamos pela raiz. Mas adiante... Sucede no entanto que Passos Coelho não se ficou por aí, fazendo questão de sublinhar que o «espaço de liberdade e democracia» tem de se «reinventar a cada dia que passa, porque senão deixamos as nossas comemorações a cheirar a bafio».
Não sabemos se um almoço à porta fechada – ainda que à conta do erário – pode ser entendido como uma lufada de ar fresco, mas custa a imaginar que a escola pública, universal e gratuita possa alguma vez cheirar a bafio; que o Serviço Nacional de Saúde – através do qual o Estado deve assegurar o direito à saúde a todos os portugueses – possa alguma vez cheirar a bafio; que o direito a uma habitação condigna, ao trabalho com direitos, à alimentação, a velhice protegida, à cultura, ao lazer, à justiça, à paz, numa palavra à vida possa alguma vez num país que se afirma democrático ter sequer um vestígio que seja de cheiro a bafio. Porque bafio é algo que cheira mal, caso Passos Coelho não saiba. E as conquistas de Abril, os valores de Abril que a Constituição consagra e que estão enraizados bem fundo no coração do povo nunca poderão cheirar a bafio porque são em si mesmos a lufada de ar fresco que acabou com o fascismo, esse sim putrefacto de quase meio século de opressão, exploração e obscurantismo.
Passados 40 anos sobre o 25 de Abril, são as palavras do primeiro-ministro que tresandam a mofo, é a política do Governo e das troikas nacional e estrangeira (que vem tentando fechar todas as portas e janelas que Abril abriu) que fede a bafio, é a submissão aos ditames da União Europeia e dos interesses do capital que empesta o ar que respiramos.
Passos Coelho pode não ter visto o povo que saiu à rua no dia 25 e pode não querer ver o povo que amanhã estará na rua a celebrar o 1.º de Maio, mas não mudará o rumo da história. Cá fora respira-se o futuro de que ele não fará parte.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Governo fiel a si mesmo...

...faz da mentira descarada acto de governação.


"Não acredito que o país aguente mais impostos", disse Passos Coelho em Agosto de 2013. "Não haverá mais aumento de impostos", prometeu Marques Guedes a 15 de Abril deste ano. "No guião da reforma do Estado já consta que queremos criar condições para começar uma inversão", disse ainda ontem Paulo Portas. Ambas as posições fazem parte de um conjunto de citações do executivo de que a austeridade do próximo ano não significaria mais aumentos de impostos. Porém, o governo voltou a ser fiel a si mesmo e ontem revogou tudo o que disse.

Não é demais lembrar que no próximo dia 25 de Maio vamos ter Eleições!
É preciso dizer com o nosso voto; basta destas políticas! 
Queremos uma vida melhor para o povo.


Hoje não é dia de centros comerciais, é dia de 1º. de Maio!



LOCAIS DAS COMEMORAÇÕES DO 1º DE MAIO DE 2014 – CGTP-IN