quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O prazer da escrita e da leitura em «O Real e o Fantástico», de Sérgio de Sousa

Por Domingos Lobo, no jornal «Avante!»

Devo dizer-vos que este livro de Sérgio de Sousa (escritor que tarda em ter o reconhecimento público que a sua peculiar, informada e culta forma de estar e exercer o ofício de escritor, amplamente merece) me devolveu o prazer da leitura, esse apelo de vertigem que não nos larga enquanto não chegamos à última página, prazer que já me vai faltando em relação a grande parte dos lusos dislates (estilo «chapa 5» do universo, menor, de uma entediante fasquia da literatura anglo-saxónica) que por aí anda a publicar-se apenas para trazer mais lixo a este nosso poluído mundo.
E isto, porque este seu livro, alguns contos, nos convocam para o que na literatura é essência e combustão: o claro sentido dos tempos, a lucidez, a denúncia das injustiças que povoam este nosso tempo, sem agitação panfletária, a cultura destilando no ponto, sem se empertigar em pose, a clarividência de um assertivo, questionador olhar sobre o mundo (até sobre o autor, que em alguns contos se despe, se passeia pelos campos extremados, estrumados de uma memória em permanente delíquio de vigília, permitindo desvendar parte do acervo que é bagagem perene de todo o escritor – embora o faça, como acontece em livros anteriores, com algum contido pudor e elegante parcimónia), as suas relações com a literatura, com a política, com os quotidianos ácidos que os vendilhões desta Pátria nossa nos impõem, tudo descrito através de uma prosa escorreita, segura que, sendo por vezes árida nas suas consonantes sintácticas (o autor evita o uso da metáfora, da adjectivação, da fórmula poética como matéria de exposição discursiva e a prosa atem-se, e bem, ao seu descritivo osso), não deixa de nos seduzir – provavelmente por tão enxuta, tão próxima da limpidez elementar, que este abrasivo modo de contar transporta.
Sérgio de Sousa não deixa de ser, mesmo neste livro que ao «fantástico» se atrela, mesmo quando o «real quotidiano» lhe traça a matriz primordial, o lídimo cronista de uma certa burguesia urbana culta e informada, que conhece o chão que pisa, se interroga mesmo quando vive e sente as contradições da sua própria condição, dos seus labirintos de classe, o desmoronar dos seus signos culturais, na incapacidade histórica e ideológica de lutar contra um sistema que lentamente a vai desapossando de valores, identidade, razão de ser. Uma burguesia que, autofagicamente, se ausenta de lutar, perdida num tempo de confusão rapace, vivendo a prazo o delírio do vórtice consumista em que se perde e esgota. Igualmente, da grande burguesia, a que ainda se resguarda da efémera vertigem dos dias e mantém os seus sinais identitários, os seus rituais, a sua profunda, conservadora marca de classe. Aqui, nesta denúncia, Sérgio de Sousa não sendo, embora, tão acutilante quanto o Eça, mas por essas águas do sarcasmo, da crítica mordaz, anda como se esse território lhe fosse chão propício e nele, nesse desnudar das «torres milenárias», a sua voz se erguesse mais solta, mais ágil, deslizando com profundo sentido da essência, do que vale a pena revelar, evitando sempre, com rigorosa ascese, o estereótipo.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Gato por lebre...

"Um estudo da associação de defesa dos consumidores Deco a 25 marcas de azeite revelou que uma não era azeite e que quatro eram "azeite virgem" e não "azeite extra virgem" como estava descrito no rótulo, numa violação da lei".

Teste da Deco a 25 marcas de azeite revela cinco fora da lei, uma por fraude


...neste país onde o xico-espertismos é, em muitos casos "categoria profissional", é bem provável que as consequências (previstas na legislação),  para estes violadores da lei sejam daquelas de fazer corar qualquer pessoa de bem.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Há por aí alguém que entenda isto?

"O Estado tem em vista gastar 79% do dinheiro atribuído no combate aos incêndios e apenas 21% na prevenção. Em causa estão 75 milhões de euros que deverão ser gastos para dominar as chamas, e apenas 20 milhões que serão aplicados para tomar as devidas precauções, avança o jornal Público desta segunda-feira".
 

domingo, 25 de agosto de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (84)

Antes da Meia Noite
Realização:Richard Linklater

 

Sinopse
Jesse é um pai de família norte-americano, que acaba de deixar o seu filho Hank no Aeroporto de Kalamata, na Grécia. Hank está de regresso a casa da mãe, nos Estados Unidos, depois de passar o "melhor verão de sempre" com o pai e a sua família. O rapaz acaba por estar mais sereno do que o seu pai, que sofre de ansiedade nestes momentos, já que é quem mais sofre com a distância física. Fora do aeroporto, Jesse tem à espera a sua mulher Celine e as suas pequenas filhas gêmeas Ella e Nina. Jesse é um romancista de sucesso e está na Grécia para um “retiro de escritor”, com a família instalada na bucólica casa de campo do velho escritor Patrick. À medida que viajam de carro através das belas encostas rochosas de Messinia, Jesse e Celine conversam sobre o fato de viverem tão longe de Hank, sobre a carreira de Celine como ambientalista e a perspetiva de um novo emprego, e sobre as mudanças que assistem ao seu redor da antiga Grécia para a moderna. Jesse sugere mudarem-se de Paris para os Estados Unidos, mas eles já viveram em Nova Iorque e Celine não tem vontade de regressar. A longa história que tiveram juntos começa a ressurgir. Jesse é dado a divagações fantasiosas que encantam os seus anfitriões, mas que começam a cansar Celine, que no passado desempenhou um papel de protagonista nos romances autobiográficos do marido, mas que está agora pouco interessada em servir de musa francesa para a sua carreira literária

sábado, 24 de agosto de 2013

Sendo sábado, temos música (180)

(dedicado especialmente  aos "meninos/as" com mais de 60)



Sábado à Tarde

Paulo de Carvalho

Perdia meia hora
Parado em frente ao espelho
Mudava de camisa
Vestia-me outra vez
Fechava a porta à chave
Acendia um cigarro
Ia ensaiando gestos
Passava já das três

Vestia o meu casaco
Corria sem parar
E à porta do cinema
Morria de pensar
Que talvez não viesses
Não pudesses entrar
Num filme para adultos
Até te ver chegar

Sábado à tarde
No cinema da avenida
Mal as luzes se apagavam
Acendia o coração
Sábado à tarde
Era uma noite bonita
Noite que sendo infinita
Cabia na minha mão

Perdia meia hora
Num gesto do meu braço
A procurar coragem
Para fazer o baraço
Chegava ao intervalo
Fumava sem prazer
E gestos que ensaiara
Morriam ao nascer

Por fim vencia o medo
E quase sem te ver
Esquecia os meus dedos
Cansados de tremer
Por sobre o teu joelho
Esperava a tua mão
Num filme para adultos
Crescíamos então.


Bom sábado, boas notícias e boa música.



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O dito e as calças

Por Jorge Cordeiro, no jornal «Avante!»

Entre o meio desolados e a outra metade desorientados assim varia, em analistas e governantes, o sentimento perante a dúvida nutrida pelo desaire maior que terá constituído, depois de um efémero mês e meio de vida, o falhanço dessa inovação introduzida pelo governo na «comunicação com o País» – que sob o moderno toque dado pelo anglicismo do termo se designou por briefings, mas que mais rude e assertivamente se poderia traduzir por arregimentamento da opinião publicada e editada.
Para os que angustiadamente procuram, entre manuais de sociologia e teorias comunicacionais, elaboradas explicações sobre as razões de tal falhanço aqui se desvenda, poupando perdas de tempo aos que se moem em tal exercício, o que a coisa tem de mais simples. Recorrendo ao que a sabedoria popular tem de melhor e vantajoso se perceberá aquilo que o mortal dos comuns já percebera: o problema está no dito e não nas calças! O problema não está nem no formato da coisa, que devendo ser breve como o termo em inglês pressuporia, se teimava em transformar num arrastado e penoso desfiar de justificações; nem no diligente empenho de um tal Lomba, que de tão esforçado bajulador da política de direita se viu recompensado com a passagem de colunista de um jornal a secretário de Estado, desmentido bastante para os detractores que insinuam que o grande capital não recompensa o melhor da sua criadagem; nem mesmo na alegada falta de jeito que o jornalista-governante patenteara ao ser-lhe exigido passar da cómoda posição de quem debitava impunemente umas doses de prosa reaccionária e fascizante, sem que a outros fosse dada a possibilidade de contrapor, para a exigente posição de dizer duas coisas direitas que manifestamente provou não ser capaz.
Não, o problema não esteve no vendedor mas sim no que se pretendia vender. É que a crua realidade económica e social, o patenteado atoleiro político ou o caudal de escândalos em que este Governo e a sua política estão envolvidos, não daria, mesmo pela boca do mais hábil comunicador, para fazer crer que o País segue no melhor dos rumos, pela mão de um governo que se diz credível e onde moraria gente séria. Tarefa tão impossível que só pode causar espanto o tempo de mês e meio que a farsa durou.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Silly season

Por Carlos Moreno, no jornal «i»

(...) As pessoas, porém as pessoas mais frágeis e que mais sofrem no meu país, os reformados com medo do futuro, os inquilinos sem saber com que pagar as novas rendas, os velhos doentes sem médico ou sem remédios porque vivem nas berças, os velhos que vegetam na solidão de sótãos das grandes cidades, os pais que anseiam por ter filhos e não os podem mandar vir por falta de dinheiro, os desempregados de longa duração que nem na emigração encontram resposta para a sua angústia, os casais em que ambos os cônjuges estão desempregados, os pobres envergonhados e as crianças mal alimentadas, os milhares e milhares que querem um simples emprego, esses continuarão por muitos e bons anos na silly season.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ser solidário ou membro de pleno direito não é nada disto...

A Alemanha terá poupado cerca de 41 mil milhões de euros com a crise das dívidas soberanas na zona euro, graças à queda das taxas de juro sobre a sua dívida pública, olhada pelos investidores como um “refúgio seguro”.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Até onde Portugal resiste?

Por Carvalho da Silva, no jornal «JN»

O Portugal Democrático, mesmo com uma democracia esfarrapada e empobrecida, sobreviverá às políticas neoliberais e retrógradas que estão a ser impostas, como e por quanto tempo? Nos últimos dias, a partir de uma estimativa rápida (a ser revista) do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), desencadeou-se, pela enésima vez desde 2008, a ideia de que a recessão económica está a ser ultrapassada e que agora é que é: "estamos a sair da crise".
Até hoje todos os anúncios deste tipo, feitos a partir de indicadores conjunturais lidos parcelarmente e distanciados de uma abordagem sólida de tudo o que marca a situação da economia e das pessoas, apenas serviram para limitar os protestos populares, para secundarizar reflexões e propostas estruturadas, para o prosseguimento de políticas desastrosas que têm conduzido o país a uma situação cada vez pior. Desta vez, a ladainha de que vale a pena os sacrifícios e de que é preciso continuá-los e aprofundá-los foi de imediato retomada e está a servir a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e dos reformados, desde logo na Administração Pública, os ataques ao ensino público, ao sistema de segurança social e ao setor da saúde.
As previsões do INE mostram-nos que a ocasional interrupção da recessão, no último trimestre, foi talvez resultado de três causas: estarmos a ter um bom ano de turismo provocado por fatores externos e instabilidades em destinos alternativos; aumento pontual das exportações, designadamente, em resultado da entrada em funcionamento de uma unidade da Galp em Sines; impacto positivo das decisões do Tribunal Constitucional que evitaram algumas medidas de austeridade.

domingo, 18 de agosto de 2013

BOWLING AMIGAS EM JOGO
Realização: Marie-Castille Mention-Schaar



Sinopse:
A história passa-se em Carhaix, em plena Bretanha. Um pequeno hospital, uma tranquila maternidade, sem muitos partos. Mathilda, parteira do hospital, Firmine a enfermeira do berçário, e Louise a proprietária do Bowling de Carhaix são amigas e vivem uma vida pacata e feliz. Mas quando a parisiense Catherine é enviada para reestruturar o hospital e especialmente fechar a maternidade que é pouco rentável, o grupo de amigas, com idade, personalidade e origens muito diferentes, vão formar um grupo forte de solidariedade na defensa da maternidade. A Vida, o amor, a amizade, a Bretanha e ... o bowling!

Bom domingo e bons filmes.

sábado, 17 de agosto de 2013

Sendo sábado, temos música (179)



Tecto Na Montanha

Num lugar ermo
Só no meu abrigo
Aí terei meu tecto
E meu postigo

De longe em longe
À luz das madrugadas
Duas camisas
Quem não tem lavadas?

Aí serei meu dono
E companheiro
Dizei amigos
Se não sou solteiro

E se eu morrer
O tecto que não caia
Porque um mendigo
Dorme de atalaia

De quando em quando
Chamo o perdigueiro
Dizei amigos
Quem chega primeiro

Aí terei meu poiso
À luz da veia
Aí verei o sol
Duma janela

Tenho uma trompa
Tenho uma cascata
Tenho uma estrela
No bairro da lata

Olha o mar alto
Olha a maresia
Olha a montanha

Vem rompendo o dia

Bom sábado e boa música

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Isto anda tudo ligado...

Por José Casanova, no jornal «Avante!»

No passado dia 10, foi colocada numa rotunda de Braga a estátua do terrorista cónego Melo, estando a inauguração oficial do aborto prevista para depois das eleições autárquicas.
A iniciativa – que partiu de um grupo de amigos e admiradores do terrorista – foi aprovada na Câmara Municipal com os votos favoráveis dos eleitos do PS e a abstenção dos representantes do PSD e do CDS.
A provocação gerou protestos de democratas, de homens e mulheres de esquerda – e suscitou, também, alguns espantos!
Ora, se os protestos são mais do que justos, e por muitos que sejam serão sempre poucos, os espantos... espantam.
Vejamos: o cónego Melo foi um dos responsáveis das redes bombistas no chamado «verão quente», em 1975, um dos vários operacionais que organizaram e comandaram a vaga de atentados bombistas, os assaltos aos centros de trabalho do PCP, os assassinatos de militantes comunistas e do padre Max. E, como anos depois confessou o chefe do grupo bombista Maria da Fonte – de cujas acções terroristas o cónego Melo foi o mais destacado promotor e organizador –nessa agitação participavam todos de mãos dadas, CDS, PPD e PS...
(Nessa agitação organizada a que Mário Soares, com a sua sem-vergonha habitual e de pronto corroborado por Carlucci, chamou reacções espontâneas das massas populares..., indignação popular genuína..., rejeição popular do comunismo e do PCP)
Assim, não há motivo para qualquer espanto no apoio dos eleitos do PS à homenagem ao terrorista. Nem surpreendem os elogios de Mesquita Machado ao cónego bombista: «bracarense dos sete costados», «grande bracarense, ao qual devemos esta homenagem», e que «o resto tem de ser abstraído» – «o resto» é, para Mesquita Machado, a acção criminosa desenvolvida pelo cónego bombista.
Já agora, registe-se que, segundo o chefe terrorista acima citado, um dos principais organizadores do assalto e destruição do Centro de Trabalho do PCP, em Braga, foi um membro da Comissão Distrital do PS – e que o assalto ocorreu precisamente no dia 10 de Agosto...

Tudo a confirmar que, como diz o poema, isto anda tudo ligado...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pergunta para hoje...

...consultor serve para quê?!

"O Tribunal de Instrução Criminal do Porto pronunciou pelo crime de corrupção activa, no dia 15 de Julho, o fundador e administrador único da empresa PMV - Policlínica, SA, proprietária do Hospital de São Martinho, em Valongo, e da Policlínica de Lordelo, Joaquim Ribeiro Teixeira. A PMV teve como consultor o recém-nomeado secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, e como fiscal único o deputado e presidente da distrital do Porto do PSD Virgílio Macedo".

Com esta gente, o Estado fica sempre a perder!

"A documentação enviada ao parlamento mostra que houve pelo menos 16 destas operações "back to back " (empréstimos com finalidade de pagar outros empréstimos), descritas como adiantamentos de tesouraria feitos pelo Tesouro. As condições destes empréstimos, designadamente juro e maturidade, não são divulgadas nos despachos, mas à partida deverão assegurar custos financeiros mais baixos que as taxas associadas aos contratos swap cancelados".

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Almoços grátis?

Por A. Marinho e Pinto, no jornal «JN»

A atual maioria PSD /CDS prepara-se para reduzir em 10% os montantes de todas as pensões do setor público. A medida, que estará inserida no tão propalado corte de quatro mil milhões de euros nas despesas do Estado (montante posteriormente reduzido para dois mil milhões), constitui um ato brutal contra quem trabalhou e descontou durante o período da vida ativa e que, chegado à velhice, acaba sendo alvo de um verdadeiro assalto aos seus rendimentos. Não está só em causa o princípio republicano da solidariedade, um dos valores matriciais de qualquer República Democrática (cfr. Artigo 1.o da Constituição). O que esta maioria se prepara para fazer constitui a negação dos mais elementares princípios do direito. Com essa medida, o PSD e o CDS retiram a milhares de idosos as condições de dignidade para o fim das suas vidas, pois com esse corte muitos idosos terão de reduzir ou eliminar despesas pessoais absolutamente essenciais à sua existência, tais como alimentação e medicamentos. Mas, com tal medida, o PSD e o CDS violam também, de forma acintosa, o contrato de cidadania que o Estado havia celebrado com os seus servidores, mediante o qual estes teriam, no fim da sua carreira contributiva, direito a uma pensão proporcional às respetivas contribuições. O PSD e o CDS, chegados ao poder, não só violam todas as promessas eleitorais que lhes permitiram precisamente alcançar o poder, fazendo justamente aquilo que em campanha eleitoral garantiram que nunca fariam, mas violam ainda as mais basilares regras jurídicas, já que, com uma pusilanimidade estonteante, rasgam os contratos vitalícios que o Estado havia celebrado. Tudo sem qualquer culpa dos prejudicados, com a exceção, porventura, de terem permitido que pessoas sem palavra e sem honradez política chegassem ao poder.

domingo, 11 de agosto de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (83)

Realização: Sofia Coppola



Sinopse:
Em Los Angeles, num mundo obcecado pela fama, um grupo de adolescentes conduz-nos numa viagem alucinante e perturbadora pelas colinas de Hollywood. Baseado em factos verídicos, o grupo, ofuscado pela vida de glamour, localizou a casa de algumas celebridades e roubou mais de 3 milhões de dólares em bens de luxo. Na lista de vítimas constam os nomes de Paris Hilton, Orlando Bloom e Rachel Bilson. O gangue tornou-se conhecido pela imprensa como "The Bling Ring".
 
Bom domingo e bons filmes.

sábado, 10 de agosto de 2013

Sendo sábado, temos música (178)




Ainda me lembro do seu caminhar
Seu jeito de olhar, eu me lembro bem
Fico querendo sentir o seu cheiro
É daquele jeito que ela tem
O tempo todo eu fico feito tonto
Sempre procurando, mas ela não vem
E esse aperto no fundo do peito
Desses que o sujeito não pode aguentar, ah
E esse aperto aumenta meu desejo
Eu não vejo a hora de poder lhe falar
Por isso eu vou na casa dela, ai, ai
Falar do meu amor pra ela, vai
Tá me esperando na janela, ai, ai
Não sei se vou me segurar
Ainda me lembro do seu caminhar
Seu jeito de olhar, eu me lembro bem
Fico querendo sentir o seu cheiro
É daquele jeito que ela tem
O tempo todo eu fico feito tonto
Sempre procurando, mas ela não vem
E esse aperto no fundo do peito
Desses que o sujeito não pode aguentar, ah
E esse aperto aumenta meu desejo
Eu não vejo a hora de poder lhe falar
Por isso eu vou na casa dela, ai, ai
Falar do meu amor pra ela, vai
Tá me esperando na janela, ai, ai
Não sei se vou me segurar

Bom sábado, boas notícias e boas férias se for o caso. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013)

Morreu hoje Urbano Tavares Rodrigues 
A cultura portuguesa ficou mais pobre

"Hei-de ser comunista até ao último instante"

A "laranjada" BPN

A fraude do BPN foi construída “com todo o à-vontade científico e cirúrgico” e “com gente de poder envolvida”. Na sua primeira entrevista depois de ter deixado a chefia do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), dada nesta quinta-feira ao Diário Económico, Cândida Almeida não se coíbe de falar de um caso que envolve corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influências: “Aquilo é um mundo, um mundo... Mexe-se na terra e sai minhoca por todo o sítio”.
 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Governo dos Pequeninos

Por Henrique Custódio, no jornal «Avante!»

A coisa chama-se Reunião de Coordenação dos Assuntos Económicos e do Investimento e consiste num mini «conselho de ministros» gerado no interior do outro – o que constitucionalmente governa o País.
Este mini-conselho-de-ministros é presidido por Paulo Portas (pois claro), que tem dois ministros ao seu dispor – o da Presidência e dos Assuntos Parlamentares (Marques Guedes, o multi-usos do PSD) e o da Economia (o recém-empossado António Pires de Lima, empresário cervejeiro amigo de Portas) –, além de mais 14 secretários de Estado sortidos e loteados no governamental alfobre.
Olhando-se as personagens envolvidas, a inopinada invenção até nem espanta.
O protagonismo psicopata que parece afligir Paulo Portas já o levara a desencadear umas operações bizarras, mal Passos Coelho lhe entregou a vice-presidência do conselho de ministros: nessa mesma noite, à sorrelfa, andou a coscuvilhar os palácios e monumentos públicos para escolher um que se lhe afigurasse com dignidade para a sua vice-presidência (assim uma espécie de «segundo palácio de S. Bento») e, no dia seguinte, desencadeou uma operação de marcenaria na sala do conselho de ministros que lhe instalasse uma secretária adequada à sua vice-imponência.
Nessa altura saiu-lhe furado, quando o Presidente Cavaco decidiu pôr em cena o entremez da «salvação nacional», mas em breve o Alto Magistrado voltaria atrás com tudo e aceitaria o mesmo arranjo «Pedro e Paulo» que recusara 10 dias antes, pelo que Portas enfunou de novo a todo o pano.
E ele aí está. Se ainda não escolheu um Palácio de S. Bento à sua medida, pelo menos já conseguiu um conselho de ministros só para ele.
Salazar patrocinou o «Portugal dos Pequeninos», construído em Coimbra pelo seu indefectível sectário Bissaya Barreto. Portas arranjou, ele próprio, um «Conselho dos Pequeninos» para brincar ao Presidente do Conselho no quintal do Governo. E brincar ao Presidente do Conselho não é de somenos: era esta a fórmula que identificava Salazar (em geral precedida de «Reverendíssimo»), o que o azougado Paulinho decerto não ignora e, se calhar... até reverencia.
É claro que o futuro deste «Conselho dos Pequeninos» – além de um roda-pé na tautologia da imbecilidade governamental – será o mesmo da defunta «comissão conjunta PSD/CDS» criada para reunir quinzenalmente com o objectivo de «limar arestas» na coligação. Só limou uma vez, e foi-se.
Entretanto, os escândalos florescem, aqui revelando que Rui Machete também vendeu 25500 acções ao BPN com um lucro de 150% (na mesma proporção e época em que Cavaco Silva também o fez e ambos servindo-se de Oliveira e Costa), ali denunciando o secretário de Estado, Joaquim Pais Jorge, colocado no Tesouro pela actual ministra, Maria Luis Albuquerque, por ter proposto a venda de swaps do Citigroupao primeiro-ministro José Sócrates.

Bem vistas as coisas, é todo o Executivo Pedro e Paulo que constitui um «Governo dos Pequeninos».

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A linha foi para o lixo

"A redução aproximada de 10% a partir de 2014 no valor das reformas do Estado vai atingir todas as pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA), incluindo reforma, invalidez e sobrevivência. No entanto, os efeitos desta redução estão limitados a 600 euros brutos no caso da reformas e as 300 euros brutos no caso das pensões por invalidez. A proposta de lei hoje entregue aos sindicatos prevê que se aplique apenas a redução necessária a assegurar o patamar mínimo de 600 euros nas reformas e de 300 euros nas pensões e invalidez".

*no jornal i

A tal linha vermelha que alguém disse que seria inultrapassável (lembram-se?!), parece ter sido metida no bolso do irrevogável que agora sobre estas matérias, aposta na falta de memória dos portugueses para se manter no poder e continuar a desgovernar o país.

Anda Bóbi... (já engana-mos mais uns!)

"Apesar das pressões, o Governo manteve a confiança no secretário de Estado do Tesouro, justificando com uma manipulação de documentos as notícias de envolvimento de Joaquim Pais Jorge na tentativa de venda de contratos de swap ao Governo Sócrates".

Afinal ficamos todos a saber que amanhã será quinta-feira e se não chover poderá haver Sol. Os pobres continuarão a pagar a crise... E ninguém, do desgoverno actual, vendeu contratos de swap aos desgovernos Sócrates como  andaram a insinuar durante os últimos dias.
Aconselha-se, ainda, os comentadores residentes das TVs (Marques Mendes, Marcelo, Etc,.) a meterem a viola no saco porque o Bóbi (cão-de-guarda de intrujices governativas), anda cansado. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hiroshima e três dias depois Nagasaki




A 6 de Agosto de 1945, por ordem do presidente americano Harry S. Truman, a bomba atómica "Little Boy" é lançada sobre Hiroshima, três dias depois,no dia 9 a "Fant Man" caiu sobre Nagasaki.
Paul Tibbets - Comandante do b-29 "Enola Gay"nome da sua mãe, iniciou o bombardeamento, a 576 mts acima da cidade, a explosão fez um cogumelo de 9000 mts de altura provocando ventos na ordem dos 640 a 970 km/h. O calor desenvolvido foi na ordem de 5,5 milhões de graus centígrados.
Num raio de 2 km, a destruição foi total.
As estimativas do número de mortos variam entre 140 mil e 200 mil.
Mais de 90% dos mortos eram civis.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Isto é que vai aqui uma açorda!..

"Os actuais presidentes do Santander Totta, do Montepio Geral e do BIC Portugal recebem parte ou a totalidade da sua reforma do grupo estatal onde exerceram funções de administradores executivos".

...um país tão pequeno com tanta injustiça social.




sábado, 3 de agosto de 2013

Hoje pode ser dia de cinema (82)

Paixões Proibidas
Realização: Anne Fontaine

 

Sinopse
Uma envolvente história de amor, desejo e o poder da amizade, que acompanha os amores pouco convencionais e paixões de duas amigas, Lil e Roz, as quais se apaixonam pelos filhos uma da outra. Com receio de enfrentar a ira e o julgamento da comunidade, elas decidem, durante anos, manter as duas relações em segredo, até a sua descoberta ameaçar dividir as vidas e as famílias dos dois jovens, que eventualmente vão ter de optar entre um caminho seguro e os seus desejos mais íntimos.

Bom sábado, boas notícias e bons filmes.