Médicos e a falta deles

Era notícia nos jornais, há uns dias que a Ordem dos Médicos (OM) contestava a situação existente em Portugal com os médicos licenciados.
Quando os médicos são formados no nosso país são acompanhados durante dois anos por um tutor, enquanto os que são formados em universidades lá fora(como nem todos os países da Europa têm essa exigência), não lhes era exigido essa obrigatoriedade.
Para o bastonário Pedro Nunes " é uma questão de segurança para os doentes Portugal exigir, como exige a Alemanha e outros países, que nos primeiros dois anos os médicos não trabalhem sozinhos, mas também uma questão de segurança para os próprios médicos".
Entendo que, na saúde e por uma questão de "segurança", primeiro para o doente e depois para o médico, a OM têm razão na observação que faz. Ao tratar-se de saúde pública, temos que ser todos muito exigentes e rigorosos na forma e nos meios que utilizamos e não como se este tipo de problema fosse numa outra área qualquer.
Segundo informação da OM, no ano passado entraram no mercado 1206 novos médicos. Sendo que a grande maioria (1119) licenciou-se em universidades nacionais, mas 59 vieram de Espanha, 15 do Brasil, 7 da Republica Checa, 3 de Inglaterra, 2 de Cuba,Hungria,Venezuela e Moldávia, 1 de Moçambique e outro da África do Sul. Foi muita gente a entrar nos serviços sem ser devidamente acompanhada.
É evidente que esta situação, veio naturalmente, criar mais um grave problema de "injustiças" no seio da classe, mas também aqui, a OM têm responsabilidades porque se teve argumentos durante vários anos para que não se formassem médicos suficientes em Portugal para as necessidades do país ( abrindo portas à vinda de médicos de outros países), Também deverá ter argumentos suficientemente fortes agora para exigir que se crie em Portugal essa obrigatoriedade como diz existir na Alemanha.
Veremos o que nos traz o futuro: se OM têm força... e, o Ministério da Saúde vontade política e meios, para fazer sair essa lei nos interesses dos médicos e da saúde pública.